Ainda existem muitas pessoas que não enxergam o relacionamento que existe entre a Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC), a produtividade e o PIB.
A recente
divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2021 escancarou este relacionamento.
O IBGE revelou que a Formação Bruta de
Capital Fixo cresceu 4,6% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre
anterior. A expansão foi de 17% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os investimentos
foram realizados por causa: (i) crescimento da demanda e consequente aumento na
produção de bens de capital, (ii) desenvolvimento de softwares para atender o
crescimento do comercio eletrônico e (iii) alta da construção civil.
Em outras
palavras, as restrições de mobilidade causadas pela epidemia do novo coronavírus
acelerou as mudanças culturais nas empresas e criou processos poupadores de tempo,
trabalho e capital.
Os ganhos
de produtividade em diversos setores da economia brasileira foram habilitados
pelos investimentos em equipamentos e em tecnologia de informações e
comunicações.
É bastante
nítido que os ganhos não foram distribuídos uniformemente pela sociedade
brasileira. Alguns ganharam muitos mais do que outras. Alguns perderam.
Basta ver
que o consumo das famílias caiu 0,1% no período e que o setor de serviços
cresceu apenas 0,4% no período. A agropecuária cresceu 5,7% (forte influência
da alta das commodities agrícolas) e a indústria cresceu 0,7%.
A agropecuária
cresceu com tamanha força porque é um setor que está investindo de força
intensa em TIC. O Brasil é o líder mundial em receitas com a exportação de soja,
milho e algodão. Como consequência o mercado de adubos está em forte alta e
está batendo recorde em cima de recorde.
Uma outra
consequência é a falta de semicondutores no mercado. O consumo de TIC pelo agronegócio
nacional é tão intenso que a fila de espera pelas máquinas inteligentes é de
mais de seis meses.
A automação
do agronegócio e da indústria gera riqueza, mas não gera empregos para os mais
pobres. Pelo contrário, ela reduz estes empregos. As máquinas autônomas e
inteligentes geram empresas para os trabalhadores do conhecimento.
Por isto
o crescimento do PIB não reduziu o desemprego no Brasil. O setor de serviços
que é responsável por mais de 70% do PIB brasileiro e emprega mais de 30% da
população brasileira cresceu apenas 0,4% e está quase 10% do patamar pré-crise.
É um setor que tradicionalmente investe pouco ou nada em TIC e capital
intelectual.
É fácil perceber
como os ganhos de produtividade do agronegócio habilitados pela TIC são consequência
direta de um capital intelectual superior e de uma central de serviços atuante e
funcional.
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