quarta-feira, 2 de junho de 2021

PIB x Produtividade

Ainda existem muitas pessoas que não enxergam o relacionamento que existe entre a Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC), a produtividade e o PIB.

 

A recente divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2021 escancarou este relacionamento.  O IBGE revelou que a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 4,6% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior. A expansão foi de 17% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Os investimentos foram realizados por causa: (i) crescimento da demanda e consequente aumento na produção de bens de capital, (ii) desenvolvimento de softwares para atender o crescimento do comercio eletrônico e (iii) alta da construção civil.

 

Em outras palavras, as restrições de mobilidade causadas pela epidemia do novo coronavírus acelerou as mudanças culturais nas empresas e criou processos poupadores de tempo, trabalho e capital.

 

Os ganhos de produtividade em diversos setores da economia brasileira foram habilitados pelos investimentos em equipamentos e em tecnologia de informações e comunicações.

 

É bastante nítido que os ganhos não foram distribuídos uniformemente pela sociedade brasileira. Alguns ganharam muitos mais do que outras. Alguns perderam.

 

Basta ver que o consumo das famílias caiu 0,1% no período e que o setor de serviços cresceu apenas 0,4% no período. A agropecuária cresceu 5,7% (forte influência da alta das commodities agrícolas) e a indústria cresceu 0,7%.

 

A agropecuária cresceu com tamanha força porque é um setor que está investindo de força intensa em TIC. O Brasil é o líder mundial em receitas com a exportação de soja, milho e algodão. Como consequência o mercado de adubos está em forte alta e está batendo recorde em cima de recorde.

 

Uma outra consequência é a falta de semicondutores no mercado. O consumo de TIC pelo agronegócio nacional é tão intenso que a fila de espera pelas máquinas inteligentes é de mais de seis meses.

A automação do agronegócio e da indústria gera riqueza, mas não gera empregos para os mais pobres. Pelo contrário, ela reduz estes empregos. As máquinas autônomas e inteligentes geram empresas para os trabalhadores do conhecimento.

 

Por isto o crescimento do PIB não reduziu o desemprego no Brasil. O setor de serviços que é responsável por mais de 70% do PIB brasileiro e emprega mais de 30% da população brasileira cresceu apenas 0,4% e está quase 10% do patamar pré-crise. É um setor que tradicionalmente investe pouco ou nada em TIC e capital intelectual.

 

É fácil perceber como os ganhos de produtividade do agronegócio habilitados pela TIC são consequência direta de um capital intelectual superior e de uma central de serviços atuante e funcional.

 

 

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