Os estudos do mercado do sistema
financeiro internacional e brasileiro revelaram que ocorreu no primeiro
semestre do ano de 2016 um espetacular crescimento em relação ao mesmo período
de 2015 da quantidade de grandes e conhecidos bancos, bolsas de valores e outras
organizações provedoras de serviços financeiros (ou semi financeiros) que estão
avaliando as suas estratégias futuras (triênio 2017 até 2020) tanto para as
criptomoedas, como para a tecnologia Blockchain.
Foi revelado que a McKinsey estimou que o Brasil terá no
ano de 2015 um ganho de 152 bilhões de dólares na economia pelo uso de transações
digitais no setor financeiro.
Fonte:
Economia brasileira pode ganhar R$ 495 bilhões com digitalização dos serviços
financeiros, http://cio.com.br/noticias/2016/09/30/economia-brasileira-pode-ganhar-r-495-bilhoes-com-digitalizacao-dos-servicos-financeiros/,
acessado em 30/09/2016.
Em 2016, a maioria dos provedores
de serviços financeiros e semi financeiros percebeu que o modelo de livro razão
público e descentralizado do Blockchain aumenta a resiliência e transparência
do negócio. A criptomoeda deixou de ser vista como o objetivo final. O estudo
"Mercado da tecnologia Blockchain no sistema financeiro" destacou a
importância de conhecer e mitigar os riscos inerentes da tecnologia em relação
aos aspectos técnicos e de competitividade.
As empresas do sistema financeiro
estão começando a entender com mais clareza o potencial da tecnologia
Blockchain para melhorar a sua eficiência operacional e para reduzir os riscos.
A redução do prazo para a liquidação das operações, o estabelecimento de
acordos com maior rapidez, a validação forte das identidades e a marcação da
data e hora aumenta a conformidade e elimina as falhas e riscos introduzidos
pelo fator humano nos acordos estabelecidos. Em outras palavras os custos são reduzidos,
a qualidade é aumentada, os serviços entregues para os clientes são melhorados,
o volume de receitas perdidas é reduzido e as disputas e atritos com os
clientes são minimizadas.
A transparência oferecida pelo
livro razão público e descentralizado do
Blockchain é capaz de aumentar a reputação positiva (credibilidade) das
instituições financeiras em um ambiente de negócios onde os bancos e outros
membros do sistema financeiro precisam oferecer transparência total tanto para
as organizações e pessoas que estão do outro lado do comércio, como para os
agentes reguladores, como para os investidores, como para os clientes.
A validação forte da identidade é uma
aplicação que reduz o risco e aumenta a transparência. O compartilhamento das
informações básicas da identidade com membros específicos da cadeia produtiva
sem revelar as identidades (processo de investigação de todo o histórico das
transações registradas no Blockchain realizado conforme a necessidade) aumenta
o nível de confiança que os membros da cadeia de negócio ou pessoas depositam
no provedor financeiro ou na outra parte interessada.
Os membros do sistema financeiro
tradicionais sabem que a adoção mesmo que parcial das criptomoedas vai
pressionar a atual estrutura de tarifas dos bancos. Isto significa que o
sistema financeiro precisa entender como a infraestrutura trabalha e como é o funcionamento
das transações.
Foi afirmado que a empresa japonesa de serviços de Bitcoin
Coincheck anunciou em 2016 a solução Coincheck Denki, ou seja, os usuários
poderão pagar as suas contas de luz usando o Bitcoin com descontos de até 6%.
Fonte: Japão
aceitará pagamento de contas de luz em Bitcoin, http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/japao-aceitara-pagamento-de-contas-de-luz-em-bitcoin/62483, acessado
em 30/09/2016.
O conhecimento da tecnologia Blockchain
é a chave que vai permitir que os bancos ofereçam novos serviços, reduzam as
tarifas dos serviços existentes e eventualmente canibalizem as receitas geradas
por eles. A adoção de uma criptomoeda ou de serviços baseados no Blockchain
(serviços financeiros que exigem o compartilhamento descentralizado dos
elementos de valor) vai gerar a necessidade de novas ofertas de serviços e
produtos financeiros pelos bancos.
Foi revelado que os profissionais com experiência em
tecnologia, startups ou empresas “ponto com” selecionados liderarão os projetos
de transformação digital do banco Itaú.
Fonte:
Itaú procura experts em tecnologia para programa digital, http://computerworld.com.br/itau-procura-experts-em-tecnologia-para-programa-digital,
acessado em 30/09/2016.
É muito provável que no futuro
próximo (até 2020), os bancos aumentem o preço das tarifas para os clientes das
transações que usam meios de pagamento de baixa eficiência como o papel moeda
(dinheiro tradicional) ou cheques. Como os membros do sistema financeiro
frequentemente fazem comparações e aprendem uns com os outros é provável que
todo o sistema financeiro trabalhe no mesmo formato. É evidente que as criptomoedas
e o Blockchain vão gerar novos riscos competitivos para os bancos. Os bancos
entendem que o cenário para o seu ambiente de negócios é de mudança radical. Em
outras palavras, para eles as mudanças escancararão as suas portas em breve. Na visão dos bancos as ações dos agentes
reguladores que atuam dentro da sua área de jurisdição podem apenas fazer com
que a adoção das tecnologias seja baixa e restrita no curto prazo.
Os bancos estão cientes dos desafios
e querem fazer parte deste novo mundo. O objetivo deles é usar a tecnologia Blockchain
para estabelecer vantagens competitivas e melhorar a sua reputação. O sistema
financeiro entende que é possível reduzir o risco da concorrência futura com um
pequeno investimento realizado em 2016 nas soluções inovadoras. Para os
estrategistas dos bancos, a necessidade de elevada capacitação para a mão-de-obra
vai gerar uma barreira para a entrada de novos entrantes. Os executivos dos
bancos acreditam que a forte demanda por uma engenharia capacitada para
enfrentar os novos desafios será um fator forte o suficiente para impedir o avanço
das Fintechs (junção de Finanças com Tecnologia).
Foi revelado que o Marcelo Orticelli que é o diretor
da área de pessoas do banco Itaú afirmou que a instituição está procurando por especialistas
criativos, antenados e que tenham espírito empreendedor.
Fonte:
Itaú procura experts em tecnologia para programa digital, http://computerworld.com.br/itau-procura-experts-em-tecnologia-para-programa-digital,
acessado em 30/09/2016.
As organizações do sistema financeiro
tradicional estão em acirrada competição para contratar talentos que são
capazes de produzir inovações. Para conseguir atrair e reter os talentos, os bancos
estão criando centros de excelência e laboratórios de inovação nas cidades com
elevada concentração de profissionais capacitados e preparados. A combinação do
desejo empresarial em atrair e reter os talentos em conjunto com o elevado conhecimento
acumulado nos centros de excelência e laboratórios de inovação cria um ambiente
excitante para que as novas tecnologias sejam trabalhadas sem que existam riscos
exagerados de perda de talentos recrutados.
As chaves que habilitam este novo
cenário são a retenção dos talentos e o fim do preconceito contra o cabelo
branco. Por causa do novo cenário do ambiente de negócios, tem muito sentido a
movimentação mais ousada e arrojada das instituições financeiras mais solidas e
tradicionais para a contratação dos melhores perfis profissionais da engenharia
de inovação.
Os agentes reguladores das principais
economias do mundo estão desenvolvendo ferramentas para que tecnologias como o
Blockchain sejam controladas, tributadas e monitoradas. Os bancos e outros
provedores de serviços financeiro entendem que o conhecimento sobre as criptomoedas
dos agentes reguladores é mais avançado do que o conhecimento existente nos bancos.
Os bancos acreditam que as normas e regulamentações das criptomoedas e
Blockchain podem mudar o formato da adoção das novas tecnologias, por isto eles
estão monitorando de perto o ambiente regulatório para que não enfrentem
dificuldades com as novos regras e leis.
Os fundamentos técnicos das criptomoedas
e dos protocolos da infraestrutura do Blockchain habilitam as mudanças nos produtos
e serviços financeiros oferecidos pelas instituições financeiras. A tecnologia está sendo utilizada para a distribuição,
monitoração e regulamentação dos produtos e serviços financeiros com o objetivo
de reduzir o risco total da operação da instituição financeira. É muito provável
que até o final do ano de 2020, a tecnologia Blockchain estará presente no
dia-a-dia das pessoas alterando por completo a forma como os clientes realizam
as suas transações comerciais, como as identidades são verificadas, como as instituições
financeiras interagem entre elas e como as taxas e tarifas bancárias serão
definidas e cobradas.
Todas as organizações que atuam no
sistema financeiro tradicional conhecem e entendem o impacto potencial que a tecnologia
Blockchain é capaz de causar no seu negócio atual. O atual nível de
movimentação dos bancos em relação ao assunto é consequência do fato que eles
não querem “serem pegos com a calça na mão” no momento da disrupção tecnológica.
As instituições que agarrarem em 2016 as oportunidades geradas pelas mudanças
vão conseguir estabelecer estratégias inteligentes para desenvolver ideias
inovadoras com as novas tecnologias e serão capazes de trabalhar no momento da disrupção
tecnologia em um modelo de negócio mais lucrativo que o atual. O novo modelo de
trabalho destas organizações vai permitir tanto uma forte redução no risco operacional
total, como uma melhor e mais rápida identificação das novas oportunidades de
crescimento.