segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Trabalho remoto

Como tudo na vida empresarial, o trabalho remoto deve ser estudado, planejado e orquestrado. Os mercadores de falácias gostam de verbalizar e resumir, pois querem evitar ao máximo a realização de sinapses.

 

Muitos ficam em regime de soberba e acham que colocar pessoas presencialmente ou remotamente gera maior ou menor produtividade.

 

O trabalho remoto traz como característica de construção benefícios e malefícios, por isto é preciso estudar e planejar a sua adoção.

 

Como o blog, já comentou vastamente sobre os benefícios, está postagem tratará dos malefícios e respectivos cuidados.

 

As leis e regras sobre segurança e privacidade não são universais (deveriam ser mas não são), por isto é preciso que a empresa conheça onde o colaborador está fisicamente.

 

Existem países que monitoram de forma intrusiva à internet, existem tecnologias que não podem ser usadas em determinados locais, existem criptografias que só podem ser usadas em determinados países etc.

 

Não saber de onde o acesso remoto está sendo realizado pode implicar na abertura de vias expressas de vulnerabilidades.

 

O trabalho remoto não significa que uma hora o colaborador está no local A e outra hora está no local B sem que existam implicações graves de segurança por causa do funcionário nômade.

 

Um segundo aspecto grave do trabalho remoto são os impostos. Os impostos recolhidos pelos funcionários são diferentes de país para país.

 

A legislação sobre os impostos e encargos trabalhistas da sede da empresa pode ser muito diferente das leis de onde o funcionário está fisicamente.

 

Um funcionário que muda continuamente de local pode gerar passivos trabalhistas de enorme monta para a empresa caso ela desconheça os deslocamentos realizados.

 

A realização de operações comerciais em determinados lugares, exige a obtenção de licenças e o pagamento de taxas. Um funcionário que está no local A e aprova uma transação gera uma operação sujeita as leis tributárias do local A.

 

Se a empresa não sabe que o funcionário está no local A ela não vai recolher corretamente os impostos e será multada.

 

O trabalho remoto precisa ser bem planejado e orquestrado, pois ele gera no mínimo a situação em que a empresa desconta do pagamento do colaborador os impostos trabalhistas da legislação da sua sede e o imposto de renda do local do funcionário desconta os impostos sobre a renda, ou seja, o funcionário é tributado em dois locais diferentes pela mesma renda. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Plano mitigação

Recentemente um amigo relatou a sua experiência com um pedido de café da manhã feita pela Internet.

 

Ele realizou todos os procedimentos da loja e fez a sua solicitação do café da manhã e de algumas frutas.

 

No horário estabelecido pela loja a entrega não ocorreu e após alguma espera o cliente entrou em contato solicitando informações pela entrega.

 

Ele foi cordialidade atendido pela central de serviços e o atendente disse que a entrega seria feita após as 12 horas.

 

Por ser um café da manhã, o meu amigo explicou que não queria a entrega na hora do almoço.

 

Após uma longa troca de mensagens ficou claro que a loja não iria fazer uma entrega de urgência por uma falha processual dela e por isto o meu amigo cancelou o pedido.

 

Apesar de toda educação e cordialidade do atendente ao propor a nova entrega entre 12 e 14 horas, a solução não tinha consistência logica e na prática era inaceitável.

 

A maioria das pessoas toma o café da manhã aos domingos entre 8 e 10 horas aos domingos e almoça entre 13 e 15 horas. Toda a gentileza e cuidado do atendente não elimina a situação de que a correção do erro não endereçava a necessidade do cliente.

 

O meu amigo perdeu com a falha do fornecedor alguns pontos na sua comemoração com a esposa.

 

É um caso típico em que a digitalização do negócio não foi feita com olhos na transformação digital e agilidade.

 

É preciso prever no sistema um sistema de correção para falhas dos processos. As empresas não são perfeitas e falhas acontecem.

 

Por isto é preciso ter um algoritmo de mitigação das falhas para que os atendentes possam oferecer aos clientes uma solução real e factível.

O resultado da ausência de um plano de mitigação das falhas foi a perda do cliente por insatisfação, a avaliação negativa da loja nas redes sociais, a perda da preparação do café da manhã e a inutilização dos esforços para a logística do atendimento do pedido.

 

A operação comercial do negócio fica inviabilizada com a repetição de perdas como estas. Todo o investimento e esforço do fundador e influenciadores pode ir para o lixo, porque o processo de atendimento não está preparado para corrigir as falhas da organização.

 

O que foi feito do café da manhã preparado pelo fornecedor eu não sei. Só espero que o destino não tenha sido o lixo ou o desperdício.

 

A transformação digital e a agilidade exigem o redesenho do negócio para gerar um aumento da lucratividade.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Muito Arrãããã e pouco fato

As pseudo entrevistas de alguns são cheias de Arrãããã e desprovidas de fatos. É achismo do começo ao fim.

 

Os mercadores de falácias acham que os clientes não sabem o que querem, acham que o foco dos clientes é o atendimento, acham que estão preparados para falar para donos de bancas de advogados, supermercados, lojas, escritórios de arquitetura etc. sobre o que é importante para o negócio do cliente.

 

Estamos falando de gente com histórico medíocre de solução de chamados e quase sem conhecimento dos processos de negócio dizendo para os empreendedores o que eles devem fazem.

 

É evidente que os mercadores querem justificar a sua incompetência usando desculpas esfarrapadas.

 

É muito triste ver tamanho nível de realidade alternativa na cabeça de pessoas que poderiam estar fazendo a diferença.

 

Vamos ver as consequências de um mercado dominado por empresas que dizem que o seu maior concorrente é a falta de maturidade do mercado.

 

O Brasil passou no passado recente por um fenômeno similar ao descrito anteriormente no setor de medicamentos.

 

No começo dos anos 1980, o Brasil era um grande produtor de medicamentos. Tínhamos muitas fábricas e uma indústria que pouco ou nada investia em tecnologias em um mercado fechado e protegido.

 

Tivemos nas últimas décadas a abertura do mercado e ano após ano as indústrias que lideravam o mercado brasileiro foram caindo diante da competição contra a competência, capacidade e honestidade.

 

Cada vez o Brasil ficou dependente da importação de insumos farmacêuticos e de remédios.

 

O resultado da falta de maturidade do mercado é em 2022 a falta de medicamentos básicos nas farmácias brasileiras.

 

Os países mais ricos estão comprando estes medicamentos em larga escala e inflacionando os preços e gerando desabastecimento nos mercados importadores.

 

A escolha da mediocridade é a escolha da escassez futura.

 

Um outro exemplo do resultado da falta de maturidade é o caso da loja Shein.

 

Ela lotou seu ponto de venda provisório causando inveja nos fabricantes nacionais de roupas.

 

A Shein investiu pesadamente em inteligente artificial para definir um mix de produtos de baixo custo quebrando assim a estrutura de custo dos seus concorrentes.

 

Lá ninguém fala em falta de maturidade ou em foco no atendimento. Lá não tem fornecedor falando o que ele deve fazer. Lá se falou em competência capacidade e honestidade. 

 

É por isto que os mercadores de falácias estão no Brasil. Aqui o que realmente falta é capacidade competência e honestidade.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Comunicação Correta

Um projeto é tipicamente executado por diversas pessoas e influenciado por diversos atores.

Com quem o executivo de um projeto deve falar quando o comitê gestor recebe uma reclamação de que a proposta do seu projeto que será discutida na comissão de aprovação é genérica demais?

Esta conversa é interessante porque ela abre a discussão entre o valor do detalhamento e o seu respectivo custo.

No universo dos mercadores das informações existe uma relação de custo e benefício do valor de uma informação.

Se o custo é maior que o valor agregado da informação então estamos falando de um trabalho inútil.

Se o custo é menor então estamos falando de uma informação valiosa para o futuro da organização.

A primeira abordagem sobre com quem falar está relacionada com quem tem interesse no detalhamento do projeto.

A alta administração olha apenas os grandes números dos projetos logo a priori ela não tem interesse no detalhamento.

No entanto ela tem interesse na relação entre o custo e o benefício da informação. Apesar de ela não trabalhar neste nível de detalhe, ela tem interesse que as escolhas sejam feitas com o melhor nível de informação possível.

Conforme percebemos existe uma relação indireta de interesse e influência da alta administração no detalhamento do projeto.

O executivo do projeto deve, portanto, trabalhar com o custo e benefício da informação para dialogar com a alta administração sobre a reclamação.

No entanto, o trabalho não para neste ponto. O desenvolvimento tem por característica de construção interesse no detalhamento da proposta.

Ele em geral ignora a relação entre o benefício e o custo da informação e por isto provavelmente foi a entidade que fez a reclamação.

O executivo do projeto deve portanto conversar com o desenvolvimento para avaliar o custo e o benefício do detalhamento do projeto e caso existam justificativas apresentar para o comitê um projeto detalhado.

Outros influenciadores também podem ter feito a reclamação, por isto é preciso apresentar não apenas o projeto mas a relação entre o benefício e o custo da informação.

 

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Valor é incompreendido?

Já vi muita coisa na vida, mas é a primeira vez que vejo uma conversa virtual em que uma parte pergunta e responde pela outra parte.

 

Muitas ainda confundem o “eu não sei fazer” com o “é impossível de ser feito”. É um processo de soberba em que a falta de capacidade e habilidade é justificada pela impossibilidade.

 

Varias empresas prestadoras de serviços morreram diante da competição das empresas que sabem fazer. Estamos vendo tal processo em andamento no setor de TV à cabo em que as operadoras mais qualificadas estão conquistando uma fatia cada vez maior do mercado brasileiro.

 

Achar que a maioria dos clientes não sabem o que querem é uma falácia sem precedentes. Os clientes sabem perfeitamente o que querem. Eles apenas não encontram o que eles querem no mercado.

 

Este é o motivo da elevada rotatividade dos fornecedores de serviços de TI no Brasil. Quando é dito que falta maturidade aos compradores, o que realmente está sendo dito é quando a minha empresa tiver que competir com gente que realmente sabe fazer o trabalho eu vou quebrar.

 

Podemos facilmente perceber o resultado de tal linha de pensamento analisando o mercado brasileiro nos últimos 30 anos. Empresas dominantes quebraram, firmas brasileiras foram compradas e organizações incompetentes quebraram.

 

Confundir a distorção das informações com fatores concorrenciais é uma forma de criar uma realidade paralela inexistente. Uma grande parte dos escritórios de advocacia, arquitetura, lojas, supermercados etc. já desistiram de fornecedores de serviços desqualificados e migraram para a nuvem da Amazon.

 

Ironias e auto entrevistas são engraçadas, mas não geram dinheiro. Basta consultar a internet para perceber a enorme quantidade de empresas nacionais de serviços que fecham anualmente.

 

Tanto a afirmação sobre a falta de maturidade do mercado, quanto a afirmação que a maioria dos clientes não sabem o que querem são verdadeiras apenas na realidade paralela criada pelos mercadores.

 

A riqueza brasileira é formada pelos geradores de PIB, estamos falando de entidades e organizações que geram dinheiro para o país e criam condições para reduzir a pobreza.

 

Estas entidades sabem o que querem e formam a maioria do mercado.

 

Atualmente, a maioria dos brasileiros já experimentou serviços de comunicações de todos os fornecedores. Muitos dos geradores do PIB trabalham com fornecedores internacionais porque eles fornecem previsibilidade.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Valor agregado de TI

Ainda existe muita controvérsia sobre como calcular o valor agregado gerado pela organização de Tecnologia de Informações e Comunicações (TI ou TIC).

 

Muitos fornecedores de serviços de TI usam parâmetros técnicos imponderáveis na demonstração dos resultados que eles entregaram para os clientes.

 

Um provedor de serviços de segurança digital que usa a quantidade de atualizações ou parâmetros do firewall para demonstrar o valor agregado ao negócio está enganando a si próprio e ao cliente.

 

Os parâmetros técnicos como os citados anteriormente não têm a capacidade de revelar o valor gerado para o cliente, porque eles estão fracamente conectados com a sua estratégia empresarial.

 

O valor gerado por TI está diretamente relacionado com o retorno do investimento, ou seja, a contribuição do provedor de serviços para a geração de lucro do negócio.

 

É impossível associar quantidade de atualizações ou parâmetros do firewall com o resultado do negócio do cliente.

 

Infelizmente ainda existem os que acham que as informações sobre o desempenho futuro dos computadores do cliente são um valor agregado do serviço oferecido.

 

Por mais importante que a informação seja, ela é incapaz de oferecer um valor concreto do retorno do investimento da modernização dos equipamentos.

 

Fornecedores de serviços que realmente querem tratar de valor agregado de TI tratam da disponibilidade e da previsibilidade do serviço oferecido.

 

Uma entrega de disponibilidade e previsibilidade Six Sigma significa elevada capacidade de previsibilidade do fornecedor, ou em outras palavras, elevada confiabilidade.

 

Apenas neste momento é possível calcular o retorno do investimento, porque a previsibilidade permite a associação da disponibilidade com o negócio do cliente.

 

Achar que entregar uma papelada enorme de parâmetros técnicos para os clientes é adicionar valor é enganar a si mesmo e aos clientes.

 

Os mercadores das falácias usam e abusam de táticas diversionistas para tirar o foco de atenção dos clientes.

 

Na prática, a maioria dos provedores de serviços fracassam nesta empreitada e viram empresas moribundas de resultados medíocres.

 

O que os clientes querem e precisam dos fornecedores de serviços é previsibilidade nas entregas.

 

Um bom fornecedor não fica enchendo linguiça com ar para evitar falar do seu desempenho passado e futuro.