terça-feira, 19 de julho de 2022

A grande demissão

Cerca de um terço dos desligamentos no Brasil, são pedidos de demissão dos empregados. A frase "eu me demito" está sendo largamente dita nas empresas brasileiras.

 

Os pedidos de demissões são um paradoxo em um país com elevado nível de desemprego como o Brasil.

 

Existem vários motivos para os pedidos. Todos estão relacionados com a insatisfação dos empregados.

 

Durante a pandemia do novo coronavírus, muita gente percebeu que é possível trabalhar remotamente com melhor qualidade de vida. As seis ou quatro horas perdidas diariamente no deslocamento para o trabalho deixaram de existir com o trabalho em casa.

 

O gosto de não mais perder horas e horas no trânsito ficou na boca de muitos brasileiros e os profissionais mais qualificados ficaram mais exigentes com as condições do trabalho.

 

Muitos perceberam que podem trabalhar no exterior remotamente e receber em moeda forte. As empresas dos países mais avançados estão experimentando dificuldades na contratação de profissionais qualificados.

 

São oportunidades em empresas com elevado nível cultural e comportamental. A renda do trabalho é muito maior e é possível fazer parte de uma organização que gera valor para a humanidade.

 

Não é, portanto, surpresa, que muitos estão saindo dos empregos com a volta do trabalho presencial no Brasil. As distorções existentes no mercado nacional não existem nos países mais civilizados.

 

Lá fora, os problemas como o preconceito contra o cabelo branco são restritos e as empresas valorizam a competência, capacidade e honestidade.

 

Não é de graça que a renda média do trabalho vem caindo abruptamente no Brasil. As pessoas que recebem as maiores rendas estão deixando o mercado nacional e as empresas não conseguem repor a mão de obra qualificada perdida.

 

As práticas inadequadas que vem ocorrendo de longa data no Brasil, estão cobrando o seu preço e os profissionais mais qualificados estão buscando posições nas empresas americanas, japonesas, europeias etc.

 

Sobrou para o mercado local, os profissionais menos preparados e com baixa probabilidade de gerar competividade padrão mundial. Muitas empresas estão despencando nas bolsas de valores, porque não conseguem competir com o comercio eletrônico.

 

Espero que os empresários acordem e estabeleçam padrões de competividade classe mundial nas suas empresas. Infelizmente, muitos CNPJs morrerão nesta trajetória.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Agilidade nos negócios e transformação digital – parte II

O conceito de agilidade surgiu na indústria dos Estados Unidos no final dos anos 1980. O conceito alcançou as cadeias de suprimentos e as redes de negócios no início dos anos 1990.

 

Diversas pesquisas avaliaram a necessidade de agilidade nos negócios, ou seja, os fatores que exigem agilidade e a importância relativa destes fatores.

 

Os estudos identificam os fatores relacionados com a Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC) e como a TIC habilita ou dificulta o nível necessário de agilidade.

 

Foram identificados os fatores que exigiam a agilidade nos negócios e as estratégias de TIC que devem ser implementadas para melhorar a agilidade empresarial.

 

Na era da incerteza, as empresas precisam definir tanto os conceitos da agilidade nos negócios, quanto os fatores genéricos e específicos do setor empresarial que criam uma alta agilidade nos negócios, quanto as diferenças nos vários setores da economia sobre a percepção da agilidade, quanto as diferenças nos domínios da agilidade do negócio (operacional, cliente e empresarial) sobre a necessidade de agilidade no negócio, quanto as estratégias de TIC para endereçar as necessidades e melhorar a agilidade nos negócios.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Agilidade nos negócios e transformação digital - Parte II

A transformação digital foi o estratagema adotado nos últimos anos por diversas empresas para garantir a sua sobrevivência na era da incerteza.

 

A digitalização não é a aquisição de tecnologias, adoção de melhores práticas etc. ela é uma mudança comportamental que leva para um aumento da lucratividade pela entrega de valor agregado para os clientes.

 

É fácil perceber que o objetivo da agilidade nos negócios e da transformação digital é o mesmo.

 

Os comportamentos mudaram, as pessoas não querem mais enfrentar filas para pagar uma conta, ou comprar um remédio ou etc. ou seja, a noção de tempo mudou.

 

A filosofia agilidade nos negócios permite que as empresas enderecem a necessidade de respostas rápidas, objetivas e precisas dos clientes.

 

Mudar o modelo de negócio ou os processos operacionais ou o sistema operacional do ecossistema implica em fazer mudanças abrangentes na cultura corporativa.

 

A transformação digital vem acontecendo em fases. A primeira fase foi marcada como sendo a era da economia das assinaturas, ou seja, serviços baseados em vendas recorrentes, com foco tanto no sucesso do cliente, quanto no aumento da lucratividade.

 

Quando a empresa trabalha na filosofia sucesso do cliente durante a primeira fase da transformação digital, as transações dos clientes deixam de ser pontuais e viram recorrentes

 

Com a recorrência, o custo para conquistar a clientela cai dramaticamente e a indústria pode colocar todos os holofotes no valor agregado gerado para os clientes.

 

A tecnologia reinventou o relacionamento entre o cliente e fornecedor e mudou o foco empresarial de ofertas de produtos para ofertas baseadas em resultados.

 

O aumento das ofertas de assinaturas baseadas em resultados e o crescimento da adoção da filosofia sucesso dos clientes pelas empresas andaram lado a lado, pois se o cliente não conquistar o resultado desejado, ele cancela a assinatura.

 

A segunda fase da transformação digital é o redesenho da jornada de como demonstrar o valor agregado para os clientes.

 

A renovação de uma assinatura não é um fenômeno relacionado apenas com o sucesso do cliente.

 

A teoria do comportamento do consumidor trata também da utilidade marginal decrescente no consumo de um bem ou serviço, ou seja, o nível de satisfação do cliente com um produto ou serviço.

 

Quanto maior é a disponibilidade de um bem ou serviço, menor é o valor atribuído a ele. É muito importante que a empresa introduza frequentes inovações nas assinaturas oferecidas para os clientes. As inovações impedem a criação do ciclo contínuo de utilidade marginal decrescente.

 

É neste exato momento que ocorre a conexão da agilidade nos negócios com a transformação digital.

 

A agilidade entra neste contexto na criação de uma cultura corporativa baseada na inovação e criatividade.

 

O sistema operacional baseado na inovação permite que a empresa ofereça uma assinatura com inovações frequentes e tenha eleva taxa de sucesso do cliente e de venda recorrente. O ano de 2022, está sendo marcado pelo investimento maciço das empresas do varejo no comércio eletrônico.

 

A estratégia da transformação digital não é uma ação de um lobo solitário visionário, ou seja, é preciso criar consensos na alta administração para que todos os passos da iniciativa sejam trilhados com o comprometimento dos envolvidos.

 

A análise analítica dos dados e informações é o fio condutor da estratégia digital, por isso ela deve ser enfatizada em todos os momentos e lugares.