Sou
usuário diário do metrô de São Paulo. Em diversos momentos eu sou testemunha da
presença de artistas nos trens. Eles apresentam músicas e interpretações
teatrais. Ao final do seu trabalho eles solicitam contribuições.
Do
ponto de vista de um negócio é uma atividade amadora. Diante da enorme
repetição destas apresentações eu resolvi escrever ao meu vereador favorito
apresentando algumas sugestões para o município e metrô de SP para melhorar o ambiente
para os passageiros e artistas.
Fui
muito bem recebido no gabinete do vereador e existiu um compromisso de levar
adiante o desafio. Como estava falando com um político sério, o gabinete
cumpriu a sua parte do compromisso.
O
metrô de SP respondeu que precisa cumprir normas rígidas de segurança e que
existe um aumento crescente da quantidade de passageiros. Por conta destes dois
fatores a organização afirmou que não pode levar adiante o assunto.
O
interessante do posicionamento do metrô de SP é que estamos falando de fatos
que ocorrem diversas vezes por dia nos trens da linha azul, vermelha e verde.
Em outras palavras, inexiste uma vigilância que assegure o cumprimento do que a
instituição chamou de norma rígida de segurança.
As
fragilidades do sistema fazem com que os passageiros que pagam pelo transporte
seguro viagem em situação de não conformidade com as regras de segurança e em
uma condição degradada de conforto. É fato que existe a circulação dos artistas
nos trens pedindo dinheiro. Também é fato que inexiste sucesso na ação de coibir
a circulação indevida.
Não
é à toa que a população brasileira não confia nos órgãos públicos. Se existem
regras justificadas de segurança para o metro de SP, então estas regras deveriam ser rigidamente
cumpridas. Quando o papel diz uma coisa e a prática diz outra isto significa
que a gestão não existe. O gerenciamento é falacioso.
Pagar
executivos e profissionais que vivem no universo paralelo da negação é apenas
jogar dinheiro no lixo. Ou uma regra de segurança é importante e é rigidamente
cumprida ou ela é um entulho burocrático que retira valor da organização
pública. Lamentavelmente a gestão é incapaz de trabalhar corretamente a demanda
do dia a dia do negócio. A população brasileira é a grande perdedora. Na
prática, é uma perda dupla porque a produtividade vai para o brejo diante da
inconstância de propósito.