terça-feira, 30 de agosto de 2016

Diversidade força de trabalho - time multigeracional

Um time multigeracional oferece diversos caminhos para observar e endereçar os desafios de um problema ou projeto. Ou em outras palavras quanto mais pensamentos você tem, maior é a sua vantagem competitiva (Why a multi-generational team is key to business success, http://www.techrepublic.com/article/why-a-multi-generational-team-is-key-to-business-success/, acessado em 30/08/2016).

O estudo "Leading—and successfully managing" do Boston College Center for Work & Families (https://www.bc.edu/content/dam/files/centers/cwf/research/publications/pdf/MultiGen_EBS.pdf, acessado em 30/08/2016) revelou que uma força de trabalho intergeracional é um fator imperativo para o sucesso dos negócios.

O artigo “Myth busted: Older workers are just as tech-savvy as younger ones, says new survey” (http://www.techrepublic.com/article/myth-busted-older-workers-are-just-as-tech-savvy-as-younger-ones-says-new-survey/, acessado em 30/08/2016) desmascara o paradigma exaustivamente repetido no Brasil que a geração digital tem mais facilidade em usar a tecnologia. Foi afirmado que 13% dos profissionais acima de 55 anos tinham dificuldades em usar os vários dispositivos digitais disponíveis no mercado, ao passo que 37% dos profissionais entre 18 e 34 anos tinham dificuldades com os diversos dispositivos digitais. É um paradigma importante que foi rompido pela realidade dos fatos.

No artigo “Why a multi-generational team is key to business success” foi afirmado que a criatividade e a inovação não são habilidades exclusivas dos jovens. Os ganhadores do prêmio Nobel em geral têm idade acima dos 23 anos.

O atual momento do mercado brasileiro exige qualificações. As empresas que estão buscando oportunidades no Brasil e exterior precisam contratar conforme o conjunto de qualificações e habilidades exigidas para a função. As firmas precisam conversar com os profissionais gabaritados independente da sua idade.


Muitas firmas falam que não chamam os profissionais mais velhos por causa do valor do salário pedido. É uma grande tolice tal procedimento em um pais com 12 milhões de desempregados. A empresa mais inteligente simplifica o assunto. Ela estabelece quanto pode pagar pela função e oferece para o melhor capacitado. O profissional mais velho escolhido pode aceitar ou não a oferta. É um processo muito mais simples do que adivinhar o pensamento das pessoas. É a hora do mercado nacional entender que as várias perspectivas, habilidades e níveis de experiência permitem a geração e desenvolvimento de melhores projetos e resultados para a empresa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ransomware

Há alguns anos atrás eu fui vítima de um ataque de Ransomware. Eu estava navegando por alguns sites suspeitos quando explodiu uma tela de violação de leis americanas e instruções de pagamento de multa. Como eu não havia perpetrado as violações mencionadas eu fiquei indignado. Como desligar e ligar o computador não resolvia nada eu cogitei por alguns instantes pagar as multas e recuperar o acesso aos meus arquivos. O meu computador era protegido por firewall e antivírus e isto me levou a acreditar que tinha feito algo errado. Usando um computador antigo consegui descobrir que não havia infringindo lei alguma e eu estava sendo vítima de um ataque de Ransomware.

Como fiquei desesperado eu apertei a esmo sequências de teclas para recuperar o acesso ao computador. Por um lance de pura sorte descobri com um Ctrl C que existia uma janela dos executando um script que era a origem do ataque. Consegui então injetar alguns comandos e interromper a execução do script. Com isto descobri onde ele estava fisicamente e um simples delete retornou o meu acesso ao computador. Em 2016 este tipo de ataque perdeu o espírito amador e virou um negócio. Por isto é muito importante saber o que fazer antes de ataque assim e identificar o mesmo o mais rápido possível. O ataque de Ransomware inicia de forma invisível para o usuário. Ele começa com a troca de uma chave de criptografia e a criptografia dos arquivos durante a ociosidade do computador. Durante alguns meses o ataque acontece apenas criptografando os arquivos e liberando o seu acesso. Pessoas mais atentas vão perceber uma progressiva lentidão do computador.

Por isto é importante manter em disco externo o backup dos arquivos em base anual, ou seja, um backup de cada uma das semanas por um ano. No caso de um ataque é possível restaurar uma cópia não criptografada e continuar o trabalho a partir deste ponto. Existem perdas que podem ser bem chatas neste estratagema. É melhor do que nada, mas não é uma solução agradável, pois existirão perdas. Mesmo com firewall, antivírus e outras ferramentas de proteção é possível ser atacado pelo Ransomware. Ele pode vir até mesmo de uma rede supostamente segura. Isto significa que é importante estabelecer medidas preventivas e mitigatórias ao ataque. É de fundamental relevância que a empresa debata internamente o que deve fazer em um ataque de Ransomware. Se deve pagar o resgate ou não.

Foi afirmado que o mercado de Ransomware cresceu tão rapidamente que o ataque é oferecido como um serviço.
Fonte: Ransomware-as-a-service is exploding: Be ready to pay, http://www.techrepublic.com/article/ransomware-as-a-service-is-exploding-be-ready-to-pay/, acessado em 22/08/2016.

Como os ataques de Ransomware estão crescendo no mundo inteiro já existindo inclusive a modalidade Ransomware as a Service (RaaS) é preciso ter certeza se ele está mesmo ocorrendo. Os ataques normalmente pedem resgastes em bitcoins, por isto desconfie quando receber instruções em outras moedas. Alguns ataques são amadores e parecem ser um Ransomware. Use as combinações para parar os programas como Ctrl C e Ctrl break para ver ser algo acontece no computador infectado.

Ao ter certeza do ataque desconecte imediatamente este computador da rede com e sem fio. Verifique as instruções contra o Ransomware nos sites dos fabricantes de antivírus, pois em 30% dos casos as chaves de criptografia usadas pelo ataque já foram quebradas e é possível recuperar os arquivos. Se nada funcionar é importante acionar a polícia e reportar o caso. Nesta situação existem poucas alternativas restantes. Uma delas é pagar o resgate. A outra é usar o backup e assumir algumas perdas. Sempre use o caso para aprender as lições oferecidas. Mesmo que as lições sejam amargas e dolorosas.

Para prevenir um ataque de Ransomware a primeira medida é mapear todos os ativos digitais da empresa. Tenha em local isolado a descrição e data de criação de todos os ativos digitais. Muitas vezes as pessoas não sabem o que foi atacado e o seu valor. A segunda medida é manter atualizado todos os sistemas operacionais e de proteção. Inclua os celulares nesta medida. A terceira ação e fazer backup semanal de todos os ativos digitais que são relevantes. Mantenha o backup fora da rede. Lembre-se que backup em nuvem não é backup fora da rede. A nuvem é parte da sua rede. A quarta medida é segmentar a rede de forma a ter os ativos digitais importantes em região de rede de acesso restrito e controlado. Muitas vezes isto salva os seus ativos de ataques.

A quinta medida é provavelmente a mais importante. Treine permanentemente a sua equipe de colaboradores em relação a segurança digital. Só contrate pessoas para qualquer setor da empresa com histórico de preocupação com segurança. Normalmente o ataque de Ransomware começa com a abertura de um simples anexo de e-mail. Muitas vezes os atacantes ligam para a empresa se identificando como funcionário e pedem para a pessoa abrir o anexo de um e-mail que parece ser legítimo. Treine muito a sua equipe. Tenha situações de controle interno ativas permanentemente.  A sexta medida é ignorada em diversas situações. Avise sempre a sua equipe que a rede e computadores estão sendo atacados e informe o que deve ser feito.

Leituras recomendadas:


The 7 best ransomware removal tools - how to clean up Cryptolocker, CryptoWall and extortion malware, http://www.techworld.com/security/7-best-ransomware-removal-tools-how-clean-up-cryptolocker-cryptowall-extortion-malware-3626974/, acessão em 22/08/2016.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Diversidade da força de trabalho aumenta o lucro?

O artigo "Why diversity matters" (http://www.mckinsey.com/business-functions/organization/our-insights/why-diversity-matters, acessado em 18/08/2016) afirmou que as pesquisas mais recentes da McKinsey revelaram que as empresas com maior diversidade na força de trabalho apresentam resultados financeiros melhores. Eu pessoalmente entendo que as vantagens financeiras da diversidade da forca de trabalho são percebidas de forma intuitiva pelas pessoas. No entanto, as minhas últimas conversas com executivos e profissionais de recursos humanos mostraram que são poucos os brasileiros que conseguem explicar este fenômeno com robustez intelectual.

O primeiro passo para entender porque a diversidade está relacionada com melhor resultado financeiro passa pelo entendimento da mudança da natureza dos negócios. Todas as empresas, não importa a sua natureza ou setor de atuação viraram empresas de projetos em 2016. Campanhas de marketing, planejamento, realização de eventos, contratações de pessoas, compras, vendas, produção e etc. são consequência de um projeto. Até mesmo o planejamento da agenda diária dos profissionais é o resultado de um projeto. As empresas estão envolvidas em projetos o dia todo. Por causa desta mudança é que o estratagema Design Thinking ganhou tanto valor no mercado corporativo.

Muito dinheiro é jogado no lixo por causa de projetos fracassados. Por isto, é preciso melhorar e evoluir. Toda vez que uma força de trabalho monolítica desenvolve e executa um projeto, ela o faz conforme o seu modelo mental individual e coletivo. Mesmo quando existem pesquisas de mercado sobre o comportamento do consumidor, as pessoas vão esquecer (ou não enxergarão) diversos detalhes por conta da crença natural no modelo mental. É um comportamento absolutamente normal. Em geral as micro decisões de um projeto são tomadas conforme o modelo mental de quem está executando a atividade.

Uma força de trabalho monolítica tem grande convergência de pensamento, mas é incapaz de captar a diversidade de uma sociedade ou comunidade. Quanto maior for a distância entre o modelo mental da força de trabalho monolítica e o público alvo do produto ou serviço maior será o nível de insatisfação do consumidor. Isto acontece porque os produtos e serviços são projetados e entregues conforme o modelo mental da força de trabalho da empresa. Por mais que existam pesquisas de mercado e preferencias do público alvo, existem muitos detalhes nos projetos que são decididos conforme a preferência do executor da atividade.

Um exemplo bem simples deste fenômeno é a pintura da casa de um casal. Em geral, todos os detalhes são discutidos antes do início dos trabalhos e os pintores executam as atividades conforme um plano previamente acordado. Normalmente, o casal está trabalhando fora da residência durante a sua pintura. Em praticamente todos os casos existem reclamações sobre o trabalho de um dos cônjuges. Isto ocorre porque no casal uma pessoa é mais detalhista que a outra e o pintor tomou decisões sobre situações que não estão presente no projeto acordado. Por exemplo, a pintura ao redor do espelho das tomadas elétricas. Cada um dos pintores tomou a decisão sobre o contorno conforme o seu gosto pessoal. O gosto dos pintores é diferente do casal. É o caso de um detalhe minúsculo que gera brigas e insatisfações. Este é o motivo porque a diversidade da força de trabalho produz um resultado financeiro melhor para as empresas. Diversas pessoas com gostos e modelos mentais diferentes estabelecem uma solução para o contorno da pintura do espelho que reflete o gosto médio do público alvo da empresa de pintura.

Muitos imaginam que a diversidade da força de trabalho está restrita apenas a questão do gênero (igualdade entre homens e mulheres). No entanto, a questão é muito mais profunda. A diversidade está relacionada com aspectos como a idade, etnia, orientação sexual e religiosa, experiência de vida, cultura geral, fluência em outras línguas, Quociente Intelectual (QI) etc. Muitas empresas buscam profissionais com QI acima de um patamar. Isto também gera uma força de trabalho monolítica, porque estas pessoas têm interesses parecidos e vão gerar projetos que atendam um grupo especifico do público alvo da empresa.

O preconceito contra o cabelo branco praticado por muitas empresas impede que estas organizações ofereçam soluções para um enorme segmento do mercado consumidor. Impede em muitos casos que ofertas de elevado lucro sejam oferecidas. É gerado o custo da apresentação de soluções para um perfil de pessoas não está interessado naquelas soluções (o segmento não tem o problema e nem o desejo). Em resumo, vendas são perdidas porque as ofertas não atendem os interesses e necessidades do segmento de mercado e custos são gerados porque são desenvolvidos e ofertados produtos e serviços que não endereçam as expectativas dos clientes. Enquanto todas as empresas têm problemas com a diversidade, o resultado não é tão negativo. No entanto, no momento em que empresas do mundo inteiro estão resolvendo a questão e estão surgindo ofertas para os cabelos brancos, as empresas que não se atualizarem vão perder mercado e clientes. É desta forma que a diversidade da força de trabalho é transformada em resultado financeiro melhor.


Leitura recomendada


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Situação da Quarta Revolução Industrial

O artigo "Para ser boa, cirurgia com robô depende de bom médico" (http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/08/1799561-para-ser-boa-cirurgia-com-robo-depende-de-bom-medico.shtml, acessado em 16/08/2016) revela em algum grau o atual estágio da evolução da indústria 4.0. Foi afirmado no artigo que o sucesso da cirurgia de prostatectomia radical é consequência direta do nível de experiência do cirurgião. Em outras palavras, é o regime de trabalho colaborado entre o cirurgião e o robô que leva aos bons resultados.

É evidente que não é um caso único. Em diversas áreas do conhecimento humano o saber profundo das pessoas está levando a efetividade produtiva para um novo patamar com as máquinas inteligentes. Toda a sociedade é beneficiada pelo trabalho cooperado dos seres humanos com os robôs. Quando o Nicholas Carr afirmou no seu mais recente livro (Utopia is Creepy: And Other Provocations, editora Norton & Co., setembro de 2016) que apenas a tecnologia não é solução para todos os problemas da humanidade, ele destacou a importância do trabalho colaborado entre humanos e máquinas inteligentes (O software está engolindo o mundo. E daí?, http://cio.com.br/tecnologia/2016/08/12/o-software-esta-engolindo-o-mundo-e-dai/, acessado em 18/08/2016) .

É preciso ter a devida clareza neste assunto para que todos entendam a importância da qualificação. O ensino nas escolas precisa urgentemente mudar de patamar para incentivar as crianças a pesquisar cada vez mais. É preciso entender que proibir celulares nas escolas só vai atrasar o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos.

Em uma recente reunião que participei uma pessoa revelou desconhecer o significado da palavra “fidedigno”. Imediatamente foi possível consultar o seu significado usando o celular. É assim que o conhecimento é gerado e fixado na cabeça das pessoas na segunda década do século XXI. Estamos vivendo um momento onde uma grande parte do conhecimento humano está disponível na Internet em várias línguas. É preciso que o sistema de ensino público assuma o seu papel de oferecer educação continuada para toda a população.

O grande desafio dos próximos anos não será o acesso as máquinas inteligentes. Elas estarão disponíveis para todos com preços acessíveis. Os robôs usados na medicina serão cada vez mais baratos. O real desafio será formar e manter profissionais qualificados para explorar todas as potencialidades das máquinas inteligentes. As crianças precisam descobrir que celulares não são instrumentos de diversão apenas. Na escola eles são ferramentas de aprendizado. Toda vez que um professor lança um desafio para a sua classe de pesquisar na aula sobre um assunto e apresentar para os colegas as suas conclusões pessoais ele estará desenvolvendo as habilidades cognitivas dos alunos impondo a restrição do tempo. As capacitações de objetividade e efetividade estarão sendo desenvolvidas. Toda vez que o estado reconhece o aprendizado autodidata ele estimula o aprendizado continuo e cria cadeia de valor de longo prazo. Estamos em um momento onde a escola está em todos os lugares e isto deve ser reconhecido e explorado.
O conceito do professor como facilitador do aprendizado ganhou novo contexto em 2016. É imperioso rever a estrutura do ensino olhando as tecnologias disponíveis no século XXI. É importante que os olhos estejam bem abertos para que o atraso não impeça o crescimento de uma nação inteira. O artigo “Tá de sacanagem, né? PROCON da Paraíba estuda proibir Pokémon GO no Brasil” (http://www.tecmundo.com.br/pokemon-go/108423-ta-sacanagem-ne-procon-paraiba-estuda-proibir-pokemon-go-brasil.htm, acessado em 16/08/2016) revelou que PROCON da Paraíba deseja bloquear o app Pokémon Go por causa de situações alheias ao aplicativo. No entanto, o artigo “Pokémon Go: mais um problema a administrar ou um recurso a utilizar?” (http://educacao.uol.com.br/colunas/vera-cabral/2016/08/11/pokemon-go-mais-um-problema-a-administrar-ou-um-recurso-a-utilizar.htm, acessado em 16/08/2016) revelou as melhorias de crianças autistas geradas pela interatividade da realidade aumentada (http://www.autismpedagogy.com/).

Será que compensa ter um país inteiro renegado ao atraso por conta de pessoas incapazes de perceber os benefícios causados pela tecnologia? Máquinas inteligentes geram o desaparecimento de posições de trabalho. Já ocorreu no passado com a máquina de escrever, elevador e etc. e vai acontecer agora por causa dos robôs. Será que o estado brasileiro vai proibir o uso de robôs por conta disto ou será que ele vai explorar as oportunidades e vai gerar crescimento e renda?


É comum encontrar no metrô de São Paulo jovens vendendo produtos não perecíveis dentro dos trens. Será que estes jovens sabem que é possível montar uma loja virtual para vender os seus produtos sem custo algum? São oportunidades que são perdidas que enfraquecem o desenvolvimento da juventude brasileira. Como contrapartida de tais equívocos é importante destacar a efetividades dos vendedores de guardas chuvas nas saídas do metro nos dias de chuva. Bastou chover que eles estão oferecendo os seus produtos na saída das estações do metrô. É o exemplo positivo da exploração da oportunidade com efetividade e inteligência. 

Zona azul Município de São Paulo

Recentemente a prefeitura do município de São Paulo resolveu oferecer o cartão zona azul digital. Foi sem dúvida alguma uma iniciativa louvável. No entanto, a sua implantação foi bastante danosa aos interesses do município. Ao escolher o modelo de negócio onde as empresas Sertell, Estapar e Digipareque que desenvolveram e operam as plataformas recebem 10% do valor arrecadado, a prefeitura escolheu um modelo que onera demais o município (Zona Azul por aplicativo começa a valer nesta segunda em São Paulo, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/07/1790407-zona-azul-por-aplicativo-comeca-a-valer-nesta-segunda-em-sao-paulo.shtml, acessado em 16/08/2016). Não é difícil perceber que existem plataformas semelhantes disponíveis nas lojas virtuais da Google, Apple e Amazon.

Com um investimento muito pequeno (menos de cem mil reais), a prefeitura conseguiria desenvolver e operar uma plataforma para a zona azul digital. Trabalhando com as nuvens disponíveis no mercado seria possível começar com uma equipe bem pequena operando o empreendimento. As experiências do YouTube, Instagram e etc. de estabelecer operação inicial com grupos pequenos de colaboradores mostram que é fácil e simples operar a zona azul digital com menos de dez funcionários.

Inexistem motivos, portanto para entregar para a iniciativa privada esta operação. Mais ainda, a prefeitura de São Paulo poderia usar os recursos da computação em nuvem elástica para oferecer a sua plataforma de zona azul digital para os outros municípios. Seria uma fonte extra de recursos. É preciso mudar com urgência os paradigmas que estão presentes na administração pública para que ela consiga conquistar novas fontes de receitas em um momento em que o estado brasileiro atravessa tantas dificuldades.


O modelo de negócio adotado pela prefeitura de São Paulo para a zona azul impediu o crescimento da arrecadação do município. Enquanto muitos (ou todos) candidatos ao cargo de prefeito falam na campanha eleitoral de 2016 em aumentar impostos para resolver os problemas sociais da cidade, nenhum deles fala em rever as estratégias do município para aumentar arrecadação sem aumentar os impostos. É possível arrecadar mais, gerar empregos e resolver os problemas sociais olhando apenas as oportunidades geradas pela transformação digital. É lastimável perceber que nenhum candidato levantou esta bandeira. Infelizmente é a política do atraso.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Fraude no bilhete único de São Paulo

Recentemente foram revelados vários episódios de fraudes contra a segurança do sistema do bilhete único. Foi revelado que foram solicitados o cancelamento de mais de 1.700 cartões e o custo da fraude foi de aproximadamente 450 mil reais (Preso suspeito de fraudar passagens do bilhete único, em São Paulo, http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/07/preso-suspeito-de-fraudar-passagens-do-bilhete-unico-em-sao-paulo.html, acessado em 12/08/2016). Foi revelado em artigo publicado em 2012 que a empresa SPTrans afirmou que o sistema do bilhete único era infalível (Falha de segurança no Bilhete Único de São Paulo, https://tecnoblog.net/91343/bilhete-unico-sp/, acessado em 12/08/2016).

Todos os artigos relatam que fraude ocorreu pela exploração de vulnerabilidades do sistema digital do bilhete único. O estado brasileiro que enfrenta em 2016 uma pindaíba financeira precisou gastar os seus combalidos recursos para identificar, processar e prender as quadrilhas que perpetraram fraudes. Foram consumidos milhares de reais por conta das fraudes e da operação policial. Outros milhares de reais serão gastos nos processos jurídicos.

Todos estes gastos poderiam ter sido evitados se o estado brasileiro copiasse as grandes empresas americanas e trabalhasse as questões de segurança com as comunidades especializadas (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/08/1799263-apple-oferece-recompensa-por-ajuda-para-encontrar-falhas-de-seguranca.shtml
, acessado em 12/08/2016>, < Google pagará mais para quem descobrir falhas no Android, http://idgnow.com.br/internet/2016/06/17/google-pagara-mais-para-aqueles-que-reportarem-falhas-no-android/, acessado em 12/08/2016>, http://olhardigital.uol.com.br/fique_seguro/noticia/uber-lanca-programa-de-recompensa-para-hackers-acharem-problemas-de-seguranca/56381, acessado em 12/08/2016, < Facebook paga US$ 10 mil a criança que encontrou falha no Instagram, http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/facebook-paga-us-10-mil-crianca-que-encontrou-falha-no-instagram-19228045, acessado em 12/08/2016, < Facebook aumenta prêmio em competição de segurança para até U$ 300 mil, http://imasters.com.br/noticia/facebook-aumenta-premio-em-competicao-de-seguranca-para-ate-u-300-mil/, acessado em 12/08/2016).

Em 2012, o Gabriel Lima revelou uma grave falha de segurança no sistema do bilhete único (Foi revelado que o Lima desenvolveu um software e usou uma leitora de cartões importada para manter o cartão recarregado infinitamente. Fonte: Falha no Bilhete Único de São Paulo permite 'recargas infinitas', http://idgnow.com.br/seguranca/2012/02/13/falha-no-bilhete-unico-de-sao-paulo-permite-recargas-infinitas/, acessado em 12/98/2016).


Será que a falha de segurança revelada em 2012 foi devidamente considerada pelos responsáveis pelo sistema do bilhete único? Será que a vulnerabilidade explorada pelos fraudadores não é a mesma que foi revelada pelo Lima em 2012? Milhões de reais podem ser economizados pelo estado brasileiro se ele resolver trabalhar no estado da arte da tecnologia social de 2016. Está mais do que na hora de existir o entendimento que a Internet não é um brinquedo. Ela é uma poderosa ferramenta de aumento da produtividade.