quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Prêmio Nobel de Economia de 2024

Recentemente, o Daron Acemoglu e Simon Johnson, do MIT (Massachusets Institute of Technology) e o James A. Robinson, da Universidade de Chicago foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 2024.

 

Os estudiosos demonstraram que existe um forte relacionamento de causa e efeito entre instituições solidas e coerentes e a evolução da prosperidade, ou seja, as sociedades com baixa conformidade com as regras e com instituições fracas tomadas por interesses de baixa competitividade não geraram crescimento, ao contrário das sociedades com alta conformidade com as regras e com instituições fortes tomadas por interesses de elevada competitividade.

 

Muitos olham para os resultados alcançados e não entendem os relacionamentos existentes de causa e efeito.

 

Nas sociedades com alta conformidade com as regras e instituições robustas e coerentes existe um elevado grau de confiança entre os agentes econômicos.

 

As regras são conhecidas por todos e todos atuam em conformidade com as leis, normas etc.

 

O elevado grau de confiança faz com que os investidores olhem as oportunidades com olhar de longo prazo, ou seja, eles investem nas regiões mais carentes atual esperando que o progresso as torne regiões de maior poder aquisitivo nos próximos anos ou décadas.

 

O Brasil, caiu na armadilha dos atalhos há muito tempo, ou seja, existe uma intensa busca de privilégios de curto prazo para os investimentos e com isto as regiões de menor poder aquisitivo praticamente não saem do lugar.

 

Os investimentos estão basicamente concentrados nas regiões de alto poder aquisitivo, pois existe um retorno de investimento no curto prazo.

 

Com isto a desigualdade vai se agravando ano após ano, por falta de recursos operacionais nas regiões mais pobres.

 

Por exemplo, a tecnologia 5G chegou nas regiões mais ricas há algum tempo no Brasil, no entanto as regiões mais pobres contam com a tecnologia 4G ou até mesmo 3G.

 

A defasagem na tecnologia de infraestrutura dos negócios tira produtividade dos negócios localizados na periferia e faz com que eles tenham desvantagens competitivas em relação aos concorrentes fisicamente localizados nas regiões mais ricas.

 

Como os agentes públicos da sociedade brasileira não atuam no sentido de impor regras de universalização dos serviços, a consequência é a existência de diversos patamares competitivos na sociedade.

 

Os patamares mais baixos estão justamente localizados nas regiões menos ricas e que mais precisam de recursos de infraestrutura para entrar em um ciclo evolutivo.

 

Os agentes econômicos privados não enxergam a periferia com uma visão de longo prazo para a atratividade empresarial, porque os responsáveis pelas leis, contratos etc. mudam de ideia conforme a conveniência do momento.

 

Já passou da hora de entender que o real problema da falta de crescimento da economia nacional está relacionado com a falta de confiança dos agentes privados nos agentes públicos da sociedade brasileira.

 

Podemos ver o efeito da confiança na evolução da prosperidade observando o resultado alcançado pela China. Em 1980, ela tinha renda por habitante no mesmo patamar da Etiópia e em 2024 a renda por habitante da China é muito maior que a do Brasil.

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Inteligência artificial e produtividade

Em 1987 o Robert M. Solow (ganhador do Nobel de economia) declarou "Você pode o computador em todos os lugares, menos nas estatísticas de produtividade", e no ano 2000 ele declarou "Agora você pode ver os computadores nas estatísticas de produtividade". Fonte: Productivity data finally shows impact of Computers, https://journalrecord.com/2000/03/productivity-data-finally-shows-impact-of-computers/, acessado em 23/10/2024.

 

Em 2024, o Acemoglu (ganhador do Nobel de economia) estimou em 0,53% o ganho de produtividade ao final de dez anos gerado inteligência artificial. Fonte: Acemoglu, Nobel de Economia, crê que impacto de IA na produtividade é baixo. Produtividade de quem?, https://investnews.com.br/colunistas/acemoglu-nobel-de-economia-cre-quem-impacto-de-ia-na-produtividade-e-baixo-produtividade-de-quem/.

 

Discordar de prêmio Nobel é sempre uma tarefa inglória. A chance de ser desmentido é gigantesca, pois estamos falando de grandes autoridades do conhecimento humano.

 

O Acemoglu chegou aos 0,53% usando a estimativa de que 20% das tarefas podem ser automatizadas e que 23% delas gerariam lucro se automatizadas. O resultado (4,6%) deve ser multiplicado pela economia real gerada Inteligência Artificial (IA), ou seja, cerca de 15%.

 

É sem sombra de dúvida uma ducha de água fria para os desenvolvedores e investidores em IA que estão buscando por resultado muito mais promissores.

 

Nada impede que o Acemoglu, faça como o Solow e revise no futuro, o resultado esperado de ganho de produtividade gerado pela inteligência artificial.

 

Em particular eu entendo a validade do resultado como ganho geral da economia, mas acredito que é preciso adicionar outros componentes nesta equação para avaliar o resultado de médio e longo prazo.

 

A IA é uma das raras tecnologias existentes em que o resultado depende da sabedoria e conhecimento do operador, ou seja, na média podemos ter ganho de 0,53%, mas na distribuição de pontos teremos casos com resultados muito melhores.

 

A conta da média, não considera a gigantesca diferença do resultado alcançado em função do conhecimento acumulado do operador. Esta diferença será incorporada por empresas e países que tenham recursos humanos de elevada sapiência.

 

Nestes casos, os ganhos de produtividade das pessoas serão repassados para as empresas e países e gerarão resultados globais de elevada monta.

 

O repasse do ganho de produtividade significa que o funcionário passa a usar o ganho de tempo na execução de novas atividades corporativas e por isto as empresas e países conseguem o famoso fazer mais com menos.

 

No caso das pessoas com dificuldades de conhecimento e sabedoria o resultado do uso da IA será praticamente o mesmo que o obtido com as ferramentas atuais (não inteligentes), pois apenas com melhores perguntas teremos melhores respostas.

 

Nestes casos, eu entendo que o resultado de 0,53% será o ganho alcançado de produtividade.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Custo da falta de capital intelectual

No blog existem diversas postagens sobre o custo da falta de capital intelectual no Brasil. Apesar dos avisos os erros vêm sendo cometidos recorrentemente em prazos cada vez menores.

 

Os apagões prolongados de energia elétrica vêm ocorrendo de forma cada vez mais frequente e a sociedade vem experimentando prejuízos bilionários pela falta prolongada de energia elétrica (Apagão já gerou mais de R$ 1,6 bilhão de prejuízos em SP, diz Fecomércio, https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/10/15/apagao-gerou-mais-de-r-16-bilhao-de-prejuizos-em-sp-diz-fecomercio.htm, acessado em 15/10/2024).

 

A agência reguladora que foi criada para assegurar a manutenção da relação custo em relação ao benefício do serviço entregue (o papel correto dela é criar ciclo contínuo de melhoria das entregas) até o momento não foi capaz de estabelecer um plano de contingência para os eventos climáticos extremos em São Paulo.

 

A agência deveria ter capital intelectual para avaliar a consistência técnica do plano de contingência das operadoras de energia e analisar se o volume de recursos é suficiente para que o plano seja de execução factível.

 

Enel contrata 11% dos 1.200 funcionários próprios prometidos após apagão de 2023, https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/10/enel-contrata-11-dos-1200-funcionarios-proprios-prometidos-apos-apagao-de-2023.shtml

 

Os relatos dos fatos ocorridos revelam que se o plano de contingência existe, ele não é de execução factível. Um caso chamou a atenção do blog.

 

Em uma situação de reparo, os funcionários estavam tentando acionar um equipamento com uma vara, mas não conseguiam porque não estavam enxergando por falta de iluminação.

 

Os funcionários pediram ajuda da população para conseguir uma lanterna. Como era preciso uma lanterna muito potente, ninguém tinha.

 

É mais do que evidente que a equipe de suporte dos funcionários de rua tem que entregar um kit com todas as ferramentas necessárias para a manutenção. Assim o reparo é o mais rápido possível e existe elevada produtividade.

 

A falta de preparo e planejamento é tão evidente que muitos estão culpando a terceirização da mão de obra pela demora da recuperação da energia.

 

Existem evidentes problemas com a terceirização da mão de obra, mas ela não é responsável pelo plano de contingência ineficaz e por estratégia de contrato ineficiente.

 

Enel deixou de investir R$ 602 milhões previstos para SP, aponta Promotoria, https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/10/enel-deixou-de-investir-r-602-milhoes-previstos-para-sp-aponta-promotoria.shtml.

 

Em um contrato de 30 anos os investimentos em melhorias do sistema estão concentrados nos anos iniciais para que exista retorno de investimento positivo.

 

A partir da segunda metade do contrato os investimentos são concentrados apenas na manutenção (ou lenta deterioração) da qualidade das entregas.

 

Em outras palavras, a agência reguladora deve fazer a licitação para a concessão por volta do ano 15 do contrato atual de 30 anos para que os investimentos em melhorias sejam realizados pela empresa que irá assumir o serviço no futuro e a atual prestadora fique focada apenas na manutenção da qualidade das entregas.

 

Muitos vem apontando o encerramento do cabeamento como solução para os apagões gerados pelos fenômenos climáticos extremos.

 

Estas pessoas ignoram o fato de que o apagão nas regiões de Higienópolis, Santa Cecília e da Rua 25 de Março ocorreu por falhas nos equipamentos subterrâneos, que o custo para soterrar toda a fiação elétrica em São Paulo ultrapassa a casa de R$ 80 bilhões, que a tarifa iria aumentar quase seis vezes e que o prazo seria muito longo por causa das interdições no trânsito.

 

Muito mais inteligente e barato é a criação de pequenas fazendas de energia solar com baterias que assumiria a entrega de energia elétrica quando a fonte principal falhar e incentivar casas e edifícios para criar a sua própria ilha de energia solar com baterias para alimentar os circuitos quando a fonte principal falhar.   

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Mais um golpe

Recentemente, eu recebi os detalhes de mais um golpe que está sendo praticado no território nacional. Todos os golpes digitais são prejudiciais à economia brasileiro, mas este em particular tem o potencial de destruir uma parte importante do nosso sistema produtivo.

 

O artigo “Faturamento do crime digital é 40% maior do que verba das polícias do país” revelou que os crimes digitais superaram a casa de R$ 190 bilhões por ano no Brasil (https://noticias.uol.com.br/colunas/jose-roberto-de-toledo/2024/09/04/faturamento-do-crime-digital-e-40-maior-do-que-verba-das-policias-do-pais.htm, acessado em 08/10/2024).

 

Para comparar o tamanho do problema dos golpes digitais, o censo realizado pela Abrasce revelou que os shopping centers faturaram R$ 194,7 bilhões em 2023 (Em um ano com grandes desafios, o setor fecha com mais lojas, empregos, fluxo e recorde de vendas, https://revistashoppingcenters.com.br/capa/censo-brasileiro-de-shopping-centers/#:~:text=Shopping%20centers%20faturam%20R%24%20194,pot%C3%AAncia%20do%20segmento%20na%20economia).

 

As informações que recebi o golpe são preocupantes, porque se nada for feito uma parte significativa do setor de serviços nacional poderá ser inviabilizada.

 

O golpe usa os “serviços de informações” (aliás o STF deveria atentar que muitos não têm representantes no Brasil e não seguem as legislações nacionais de proteção de dados) e conseguem informações sobre a vítima e do seu parentesco próximo (nomes, CPF, endereços etc.) usando como chave de pesquisa o número do celular.

 

Os chamados “serviços de informações” alegam que apenas compilaram as informações públicas dos brasileiros. O fato de uma praça ser um ambiente público não significa que eu posso ir lá e construir a minha casa.

 

É mais do que evidente que é preciso autorização do dono dos dados pessoais para que o “serviço de informações” possa explorar a venda deste serviço.

O Supremo Tribunal Federal que usou a letra lei brasileira para punir e bloquear o X deve usar a mesma régua contra as outras plataformas que não seguem a lei brasileira.

 

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

IA é o presente e futuro do escritório de gerenciamento de projetos

Todos os dias as organizações enfrentam os desafios da elevada complexidade dos projetos (orçamento dos custos, cronograma do prazo das atividades, prazos, novas visões dos projetos e entrega das descobertas para os influenciadores).

 

As novas tecnologias como o aprendizado de máquina e a Internet of Things (IoT) estão mudando a forma operacional de todos os componentes de um negócio. O PMO não uma exceção ao fenômeno.

 

O futuro do EGP não melhorará apenas por causa dos novos softwares de gerenciamento de projetos. A filosofia sucesso do cliente está envolvendo todos os membros do ecossistema no desenvolvimento dos caminhos para a entrega de resultados.

 

O uso das ferramentas de Inteligência Artificial fará com que todos os membros trabalhem juntos para entregar os resultados dos projetos de forma natural. Imagine o seguinte cenário:

 

O sensor de um dispositivo conectado na Internet de uma obra da construção civil detectou algo fora do previsto e uma ação crítica de suporte foi automaticamente e autonomamente iniciada para mitigar os impactos da mudança inesperada.

 

Imediatamente o gerente do projeto recebe um alarme informando que alguma coisa está errada. Através do celular ele interage em linguagem natural (texto ou voz) com a IA para criar uma atividade nova para que um membro da equipe investigue o alarme.

 

Após um ou dois segundos, o engenheiro ou capataz responsável pela obra recebe o aviso sobre a criação de tarefa nova e usa um simples app móvel para tirar uma foto de uma viga de suporte danificada. O responsável adiciona a foto na nova tarefa e atualiza o sistema com as novas informações.

 

O Gerente de Projetos (GP) analisa a atividade atualizada para entender o incidente e o seu respectivo impacto na obra. Com base nas informações registradas no sistema, o GP pode tomar imediatamente as ações apropriadas para resolver o problema.

 

Posteriormente quando o Gerente do Projetos estiver planejamento o seu próximo projeto, o algoritmo do aprendizado de máquina alertará ele que um incidente similar provavelmente ocorrerá no novo projeto. Desta forma, ele poderá endereçar proativamente este tipo de situação.

 

É este tipo de Inteligência Artificial que os PMOs estão tentando desenvolver atualmente. Todos os envolvidos com a entrega de resultados estão aguardando ansiosamente por soluções inteligentes que gerem uma forte redução no prazo dos entregáveis de um projeto.

 

Atualmente muitas horas e dias de trabalho na execução de um projeto são perdidas por causa dos atrasos na detecção, identificação e solução de um incidente ocorrido em uma obra.

 

A Inteligente Artificial é capaz de endereçar em poucos minutos este tipo de situação. Como todas as informações sobre o incidente são capturadas e registradas no sistema, o processamento do aprendizado de máquina consegue identificar e prever as situações futuras onde o mesmo incidente poderá ocorrer novamente. Todas as ferramentas para criar esta visão auspiciosa estão disponíveis na tecnologia de computação em nuvem:

 

·       Solução em tempo real de gerenciamento do portfólio de projetos e de projetos.

·       Solução de plataforma que permite a criação e ajuste fino de agentes inteligentes (através de APIs e ferramentas amigáveis) para vários tipos de aplicativos e canais de comunicação.

·       Solução de plataforma de Internet of Things (IoT) que disponibiliza uma infraestrutura que endereça rapidamente as necessidades de processamento e comunicação dos dispositivos IoT.

·       Caixa de ferramentas do tipo arrastar e soltar para de criar, treinar e publicar os algoritmos de aprendizado de máquina.

·       Serviço de análise e visualização dos dados.

 

Todas estas tecnologias podem ser utilizadas para aumentar o nível de inteligência da disciplina de gerenciamento de projetos. As facilidades criadas pelas soluções disponíveis no mercado tornam o Escritório de Gerenciamento de Projetos mais acessível para todos os que tem interesse no assunto.

 

As tecnologias de Inteligência Artificial estão transformando as atividades diárias do trabalho realizado pelos Gerentes de Projetos. Em outras palavras, estamos falando de ferramentas colaborativas e humanizadas para a execução dos projetos que promovem o engajamento de todos no projeto através das soluções de chatbots inteligentes, reconhecimento de voz e apps móveis.

 

O aprendizado profundo e a automatização dos processos da Inteligência Artificial mudaram profundamente os estratagemas de gestão de projetos. As funções executadas nas atividades de gerenciamento de projetos estão sendo profundamente alteradas.

 

A IA é a ferramenta que as corporações adotaram para alcançar o sucesso dos projetos. É nítida a evolução do sucesso. Na dimensão operacional dos projetos, a IA está contribuindo tanto para um forte aumento da produtividade dos processos, como para a melhoria da qualidade das entregas. Com a Inteligência Artificial, os gerentes de projetos não mais precisam gastar o seu tempo na execução das atividades de monitoração do progresso do projeto e de gerenciamento da documentação.

 

A Inteligência Artificial realiza com maior performance e menor custo as tarefas administrativas. O tempo do gerente de projetos é gasto neste contexto com as tarefas mais estratégicas e criativas e com o planejamento do projeto.

 

Antes da IA, os gerentes de projetos gastavam muito tempo monitorando o progresso do projeto e gerenciando a documentação. Eles também perdiam muito tempo procurando por padrões, ineficiências e redundâncias nos planos. Todas estas atividades podem ser realizadas com maior velocidade pelos sistemas inteligentes.

 

Os sistemas baseados no conhecimento usam o aprendizado de máquina e a linguagem natural para criar a documentação. A atualização da documentação consumia mais de trinta por cento do tempo da equipe. O impacto dos sistemas inteligentes na produtividade é muito grande (crescimento entre 30% e 45%).

 

O processamento em linguagem natural e o aprendizado de máquina são ferramentas que ajudam o gerente de projetos no desenvolvimento de um plano de projeto preciso.

 

O aprendizado de máquina é realizado após o treinamento da IA usando bases de dados com grande quantidade de informações sobre as atividades executadas nos projetos realizados. Os artefatos associados com o gerenciamento de projetos também são utilizados durante o ciclo de treinamento.

 

A IA é capaz de ajudar eficazmente o gerente em diversos momentos do gerenciamento de projetos (desenvolvimento do termo de abertura, estimativa de prazos e recursos, acompanhamento da execução do plano de comunicações e identificação e gerenciamento dos riscos).

 

A maioria das organizações de gerenciamento de projetos será impactada pela aprendizagem de máquina. O principal benefício desta ferramenta é a sua elevada capacidade de encontrar padrões. A IA pode analisar o cronograma das atividades realizadas no passado, identificar padrões de comportamento e avaliar a estimativa de prazos do plano do projeto para encontrar as atividades que podem ser aceleradas.

 

Os sistemas inteligentes de apoio para a tomada de decisões, exercerão um papel de elevada relevância nas decisões tomadas pelos gerentes. Mais de 70% das organizações de gerenciamento de projetos serão impactadas pelos sistemas inteligentes e autônomos de tomada de decisões.

 

Como a maioria das decisões são tomadas durante a execução do projeto, os gerentes usarão os modelos preditivos para avaliar as opções e selecionar a alternativa de maior probabilidade de gerar um resultado positivo.

 

Os algoritmos de aprendizagem máquina são utilizados em conjunto com os sistemas de apoio para a tomada de decisões para encontrar padrões de comportamento e identificar, por exemplo, os recursos das entregas que são ou que não são usados pelos consumidores. Neste caso, a IA ajuda os gerentes a tomada de decisão oferecendo fatos e tendências de comportamento futuro de curto, médio e longo prazo.

 

Durante o processo de tomada de uma decisão, os sistemas especialistas são usados para oferecer um aconselhamento especializado para os gerentes. Mais de 70% das atividades das organizações de gerenciamento de projetos serão impactadas pelos sistemas especialistas. Estes sistemas inteligentes vão criar automaticamente as árvores de decisão para ajudar os gerentes nas suas escolhas.

 

Basicamente, estamos falando de um processo onde as ideias dos especialistas sobre um determinado assunto são a entrada da aprendizagem de máquina. A IA encontra os padrões das decisões tomadas pelos especialistas e cria um discernimento baseado nelas, ou seja, ela fornece ao gerente um aconselhamento fundamentado em resultados concretos.

 

A aprendizagem profunda é uma técnica da aprendizagem de máquina baseada em camadas de aprendizado que impactará mais de 80% das atividades realizadas pela organização de gerenciamento de projetos.

 

Os algoritmos de previsões avançadas e os modelos de aprendizagem profunda ajudarão os gerentes tanto nos trabalhos de previsão dos esforços necessários para a realização de uma determinada atividade, como no rastreamento do progresso, como no processo de atualização da previsão do progresso. A aprendizagem profunda é usada no processo de evolução do reconhecimento de voz e processamento em linguagem natural.

 

Os modelos da aprendizagem profunda trabalham com um gigantesco volume de dados, ou seja, quanto maior for o volume de dados disponibilizado pelo gerente do projeto maior será a precisão da resposta do sistema de aprendizagem profunda.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Óbvio Ululante

Nos últimos anos, tanto os negacionistas estão assumindo o papel de protagonistas em diversos setores da sociedade através da publicação de afirmações incompatíveis com a realidade dos fatos, quanto os “obviocionistas” estão virando especialistas em comportamento, tecnologia e negócio falando apenas o óbvio.

 

Em recente evento sobre empresas iniciantes foi recomendado que os fundadores do negócio tenham entendimento solido das finanças da sua empresa, falem olho no olho com os investidores, respondam as perguntas e provocações com calma e coerência e que busquem inicialmente os recursos de fundo perdido.

 

Sem sombra de dúvida estamos falando de recomendações importantes, o único senão é que todas elas já foram faladas milhares de vezes.

 

Em todos os livros e artigos sobre plano de negócio é dito que o fundador da empresa precisa saber se a operação da empresa iniciante é lucrativa ou deficitária antes de apresentar uma proposta para os investidores.

 

São raros os casos em que os autores dos livros e artigos sobre negócios não dizem que na primeira rodada com os investidores é preciso oferecer uma participação pequena da empresa para que tenha o que oferecer nas rodadas seguintes.

 

Estamos falando de conhecimentos que estão sendo exaustivamente repetidos por décadas, por isto eles fazem parte do óbvio no mundo dos negócios.

 

É bastante preocupante quando o óbvio é dito e o autor é visto como o descobridor do caminho para as américas.

 

Os negacionistas estão atualmente presentes em todos os lugares e em geral eles negam fatos climáticos, econômicos, comportamentais etc.

 

Recentemente postei no blog artigos que afirmam que o negócio das empresas é o desenvolvimento de software. O artigo “Montadoras tradicionais estão em desvantagem na corrida pelos softwares automotivos” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/09/montadoras-tradicionais-estao-em-desvantagem-na-corrida-pelos-softwares-automotivos.shtml, acessado em 01/10/2024) revelou um estudo que afirmou que as montadoras estão procurando desenvolvedores nas empresas de tecnologia, estão investindo bilhões de dólares no desenvolvimento de software e acreditam que até 2040 cerca de 40% (20 trilhões de dólares) das receitas da indústria automotiva virá dos serviços de assinatura.

 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

BlockChain e inteligência artificial

Blockchain e inteligência artificial são duas tecnologias transformadoras que podem ser combinadas para criar uma geração nova de aplicativos.

 

A natureza descentralizada e a criptografia da tecnologia Blockchain podem ser utilizadas para reduzir o uso indevido ou comportamento inadequado de uma inteligência artificial.

 

A tecnologia Blockchain é descentralizada, por isto ela dificulta sobremaneira que um único nó da rede comprometa todo o sistema inteligente.

 

A tecnologia Blockchain pode ser usada para melhorar a segurança do compartilhamento de dados para o treinamento dos modelos de inteligência artificial, assegurando assim a privacidade das pessoas.

 

A criptografia forte permite que as informações confidenciais sejam compartilhadas apenas entre as partes autorizadas, ou seja, os indivíduos não autorizados não têm acesso as informações.

 

Esta característica da rede Blockchain está sendo utilizada em larga escala para proteger a confidencialidade dos dados nos aplicativos inteligentes.

 

Os algoritmos de inteligência artificial estão sendo utilizados para analisar o desempenho de contratos inteligentes da tecnologia Blockchain e para identificar as ineficiências.

 

Os sistemas inteligentes são capazes de sugerir modificações para garantir que os contratos são executados de forma eficiente e para eliminar os erros de forma eficaz.

 

As ferramentas inteligentes de desenvolvimento estão sendo utilizadas para aumentar a produtividade dos desenvolvedores de contratos inteligentes.

 

A tecnologia Blockchain habilita a criação de sistemas inteligentes descentralizados, ou seja, ela é uma infraestrutura segura, transparente e inviolável.

 

Os modelos de inteligência artificial implantados em uma rede Blockchain, permitem a criação de uma inteligência distribuída que pode ser utilizada na tomada de decisões corporativas.

 

Existe uma redução da dependência corporativa em relação as autoridades centralizadas e um aumento da confiança dos funcionários nos sistemas inteligentes.

 

A inteligência artificial está sendo utilizada na otimização da performance das redes Blockchain pela sua capacidade de analisar os padrões das transações e de identificar as oportunidades de melhoria da escalabilidade e eficiência.

 

A análise preditiva da inteligência artificial é capaz de prever as tendências e o comportamento futuro do mercado, permitindo assim uma melhor tomada de decisão nos sistemas baseados na tecnologia Blockchain.

 

A combinação da segurança e transparência da tecnologia Blockchain com os recursos analíticos da inteligência artificial, gera um ciclo contínuo de desenvolvimento de sistemas confiáveis.

 

A tecnologia Blockchain garante a integridade dos dados usados nos modelos dos sistemas inteligentes ao mesmo tempo em que a inteligência artificial aumenta a segurança das redes Blockchain pela evolução da detecção de anomalias e da prevenção de fraudes.

 

A convergência entre a tecnologia Blockchain e sistemas inteligentes está revolucionando o desempenho tanto do setor de saúde, quanto do setor financeiro, quanto da cadeia de suprimentos etc.

 

A evolução da tecnologia Blockchain e da inteligência artificial está gerando diversas oportunidades vastas e promissoras de inovação e transformação digital.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Resultado da Inteligência Artificial (IA)

Existe uma grande diferença entre a tecnologia da IA e as tecnologias empresariais anteriores como o ERP, planilhas eletrônicas, sistemas gestão de vendas, estoques, atendimento aos clientes etc.

 

Na maioria das tecnologias empresariais anteriores à IA, o resultado era independente do operador, ou seja, todos os operadores capacitados obtinham os mesmos resultados com as mesmas entradas.

 

Por exemplo, o operador A trabalha o conjunto de dados X em uma planilha para calcular o custo de um produto e o operador B trabalha o mesmo conjunto de dados para calcular o custo do mesmo produto.

 

Apesar da planilha do operador A ser muito mais atraente que a do operador B, o resultado obtido pelos dois operadores é exatamente igual, pois eles estão capacitados para trabalhar as variáveis e calcular o custo.

 

Um operador pode ser recém-formado e o outro pode ter 30 anos de experiência no cálculo de custo e mesmo assim o resultado obtido pelos dois é exatamente igual.

 

A grande diferença da IA para a maioria das tecnologias anteriores ( texto produzido no editor de texto é uma das poucas exceções) é que o resultado obtido pelo uso da IA na solução de um problema é diferente entre o operador A e B.

 

Melhores perguntas para a inteligência artificial geram melhores respostas, maior sabedoria leva para a desconsideração de resultados da alucinação da IA.

 

É a sabedoria de alto nível que está fazendo com que o desempenho do cabelo branco seja bastante elevado na IA generativa.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Mediocridade e desonestidade

É muito comum encontrar situações em que a mediocridade anda de mãos dadas com a desonestidade.

 

Existem empresas que conseguem reunir o pior da mediocridade com o pior da desonestidade. Recentemente eu constatei como o Brasil piorou depois da pandemia.

 

No primeiro dia 01 de setembro de 2024 foi feito um lançamento de um serviço não solicitado e não autorizado cuja duração é de 30 dias, ou seja, seria válido até o dia 30 de setembro de 2024.

 

Como o valor debitado era pequeno eu fingi que não percebi o absurdo cometido pela operadora de telefonia e não reclamei. No entanto no dia 09 de setembro de 2024 foi feito o mesmo lançamento de forma não autorizada e não solicitada com duração de 30 dias.

 

Em outras palavras, a operadora empurrou um serviço em cima de um serviço que estava em vigor. Achei que o descalabro era demasiado e liguei reclamando.

 

A atendente que tem dificuldades em falar a língua mãe do Brasil e que trabalha em uma conexão horrível cheia de eco e chiados disse que iria cancelar o serviço não solicitado e não autorizado do dia 9 de setembro, mas que não tinha autoridade para estornar o valor.

 

Ela simplesmente encerrou o chamado sem passar a ligação para quem tem autoridade para estornar o valor de um serviço não solicitado e não autorizado.

 

Obviamente o atendimento ganhou nota mínima, pois ele foi mínimo e as pessoas que trabalham neste ambiente de negócio onde um serviço não solicitado é cobrado e o dinheiro não é devolvido após reclamação tem que conviver com avaliações mínimas.

 

Eu acredito, que ver o ser trabalho sendo avaliado com nota mínima deve derrubar a confiança do trabalhador. Mas quem trabalha neste sistema deve gostar da mediocridade.

 

Operadoras de celular cobram por serviço não contratado,  https://extra.globo.com/economia-e-financas/operadoras-de-celular-cobram-por-servico-nao-contratado-21749926.html, acessado em 11/09/2024

 

promoção não solicitada celular, https://www.google.com.br/search?q=promo%C3%A7%C3%A3o+n%C3%A3o+solicitada+celular&uact=5

 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Melhores decisões

Para tomar a melhor decisão sobre um determinado assunto é preciso conhecer este assunto com propriedade. O caso do bloqueio da rede social X é mais um dos casos nacionais em que o decisor tinha pouco ou nenhum conhecimento sobre o funcionamento da internet.

 

O bloqueio foi baseado no marco civil da internet que determinou que as empresas que coletem, armazenem, guardem e tratem registros de dados pessoais devem cumprir a lei brasileira.

 

Existem milhões de empresas que coletam, armazenam dados pessoais, ou seja, é preciso bloquear milhões de plataformas se for usado o rigor do que foi determinado no marco civil.

 

É bastante razoável que o marco civil esteja se referindo a coleta e armazenamento de dados pessoais ocorridos no Brasil. Neste caso a exigência de cumprir a lei brasileira é coerente e lógica.

 

Não é o caso da rede X, pois os dados pessoais são coletados e armazenados nos servidores da empresa que não estão no território nacional.

 

A determinação de multa da multa por acessar a rede social X usando VPN é contestável, pois inexiste lei disciplinando o uso de VPN no Brasil.

 

Como é uma decisão tomada sem o devido rigor de conhecimento, ela é facilmente burlável. Algumas pessoas e entidades estão alegando que usando acessando a rede X via correspondentes internacionais ou amigos em outros países.

 

Existem na internet plataformas em que as pessoas podem contratar serviços de pessoas fora do Brasil para fazer as postagens na rede X.

 

A partir desta contratação é possível que as pessoas usem o VPN aqui no Brasil e acessem a rede X e é extremamente difícil que tal pessoa seja multada por usar VPN.

 

O agente do estado precisa provar que a pessoa usou VPN no Brasil para acessar a rede X e isto é de um grau muito elevado de dificuldade para ser feito.

 

Se muitas pessoas alegarem que terceiros estão acessando a rede X dela e postando, o estado brasileiro terá que gastar muito dinheiro e tempo para provar que as pessoas falaram uma coisa e fizeram outra coisa.

 

O que irá acontecer se os terceiros no exterior enviarem prints das telas da rede X para os donos das contas e eles publicarem estes prints nas redes sociais que não estão bloqueadas no Brasil?

 

Os donos das contas serão multados? Eles irão recorrer das multas? O decisor ficará sem ferramentas pois os donos das contas da rede X não estão acessando a rede?

 

Estamos falando de decisões não podem ser tão facilmente contornadas, pois elas perdem a credibilidade e eficácia e o decisor perde confiabilidade.

 

O bloqueio brasileiro da rede social X afeta milhões de pessoas no mundo inteiro e gera perdas de lucro cessante para uma grande quantidade de pessoas.

 

É possível que muitos dos prejudicados no Brasil e no exterior processem o governo brasileiro por perdas e danos em função do bloqueio que foi baseado em uma interpretação questionável do marco civil de internet.

 

Eles podem alegar falta de isonomia da justiça brasileira que aceitando a interpretação em uso de coletar e armazenar deve bloquear todos as plataformas que fazem tal procedimento e não tem representante legal no Brasil.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

TI é o negócio da empresa.

Existem fenômenos que são facilmente observáveis. Não precisa nem de prática nem de habilidade. É muito fácil perceber a diferença entre TI habilitar o negócio de uma empresa e TI ser o negócio da empresa.

 

Os que querem ver átomos na economia ainda não entenderam que apenas 4% do nosso universo é comporto por matéria normal, ou seja, 96% do nosso universo é formado por matéria e energia escura que não interagem com a matéria normal.

 

A Apple que é uma das raras empresas trilionárias do planeta Terra, tem quase 30% da sua receita originada na área de serviços, ou seja, software puro.

 

É de causar espécie a situação em que o presidente de uma empresa desconhece qual é o negócio da empresa. O Musk revelou em reunião com acionistas que o lucro das vendas dos carros seria gerado pelo software, ou seja, venda de funcionalidades. Fonte: Elon Musk: Tesla pode vender sem lucro e ganhar com software, https://smabc.org.br/elon-musk-tesla-pode-vender-sem-lucro-e-ganhar-com-software/, acessado em 23/07/2024.

 

É fácil perceber que a indústria de automóveis é uma montadora de componentes mecânicos comprados dos fornecedores de autopeças e que existe uma elevada maturidade na funcionalidade e desempenho dos componentes mecânicos de um automóvel.

 

Ao olhar o desenvolvimento de qualquer uma das várias industriais de automóveis, nós encontramos a mesma coisa. Um batalhão de profissionais desenvolvendo software.

 

Se o lucro da indústria automobilística vem do software e o seu desenvolvimento está concentrado no software então é fácil concluir que estamos falando de uma empresa de software ou seja TI é o negócio da empresa.

 

O mesmo ocorre com as tradings de comércio exterior que vendem soja, café, milho, trigo etc. Estas empresas transacionam na verdade com informações e como são informações processadas no ambiente de tecnologia então é fácil perceber que são empresas que produzem softwares para terem melhores informações e para lucrarem com a compra e venda de software.

 

Existem milhares de exemplos que a transformação digital mudou o negócio da empresa para TI. É lá que as batalhas pelos clientes estão ocorrendo e é lá que estas batalhas estão gerando vencedores e perdedores.

 

O artigo “Só tem trilionária: quais as 7 empresas mais ricas do mundo em 2024” publicado em 30 de abril de 2024 (https://gizmodo.uol.com.br/so-tem-trilionaria-quais-as-7-empresas-mais-ricas-do-mundo-em-2024/, acessado em 23/07/2024) revelou o nome das sete empresas trilionárias do mundo.

 

A lista apresenta a Microsoft, Apple, Nvidia, Alphabet, Saudi Aramco, Amazon e Meta. Apenas a Saudi Aramco é uma exploradora de petróleo controlada pelo governo da Arábia Saudita.

 

Todas as outras produzem e vendem software. No famoso escândalo de Watergate, a investigação feita pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein recebeu do Deep Throat (o informante) a recomendação “Follow the money” (“Siga o dinheiro”).

 

Seguir o dinheiro é um fator capaz de determinar se TI habilita o negócio da empresa ou é o negócio da empresa.

 

Podemos olhar em diversos setores da economia mundial, o comportamento dos seus respectivos atores.

 

As plataformas de comercio eletrônico no Brasil, oferecem na maioria os mesmos produtos e preços semelhantes, então por que algumas alcançaram a liderança do mercado em poucos meses e outras estão sendo fechadas?

 

A diferença destas plataformas é o software. São as facilidades da experiência do usuário e da operação comercial que geram as vantagens competitivas de uma plataforma em relação à outra.

 

Ou seguindo o conselho do Deep Throat as vantagens competitivas geram maiores lucros para as empresas que enxergam TI como o seu negócio.

 

Alguns vão falar da materialidade e da imaterialidade das compras pelos consumidores, como se os clientes estivem interessadas nestas diferenças.

 

Um telefone inteligente sem software é apenas um telefone que serve para ligar e receber chamadas de voz. Não é preciso recorrer para as grandes estatísticas para perceber que são raras as ligações feitas e recebidas de voz pelos donos dos aparelhos.

 

Quem compra um telefone inteligente (ou seja, praticamente todos os habitantes do planeta) está interessado no software.

 

O primeiro iPhone era um telefone inteligente, por isto ele não serve como parâmetro de comparação. Compare o preço em dólar do telefone “burro” (começo do milênio) com o preço do telefone inteligente em 2024.

 

Em alguns casos o preço subiu mais de cem vezes e as pessoas compram porque querem usar os softwares disponíveis. O produto material tem a sua importância (sem ele não existem aplicações), mas é o software que gera o diferencial competitivo entre os fabricantes de celulares.

 

Isso vale para computadores, tablets (se é que existe mercado para eles), carros, eletrodomésticos etc.

 

Quando um fabricante de carro incorpora serviços pagos no seu produto, ele está mudando o foco do seu negócio. Um carro que tem todo o hardware de aquecimento dos bancos, de suspensão adaptativa M, de controle de cruzeiro adaptativo com função stop and go, de autopilot mais sofisticado, de serviços de emergência, recuperação veicular, comandos remotos, bom samaritano etc. tem custo maior que um carro sem estas facilidades (É uma conclusão autoexplicativa).

 

Isto significa que ou o fabricante banca o custo do hardware ou ele repassa o custo para o preço final ao consumidor. Imagine a cara de felicidade do comprador ao descobrir que pagou por facilidades que ele não pediu e não pode usar sem assinar o serviço.

 

É evidente que o fabricante que repassar este custo para o cliente corre um enorme risco de perder clientes para outros fabricantes que não estão entregando o hardware destas facilidades.

A conclusão óbvia é que a indústria está assumindo o custo destes hardwares e como ninguém tem prazer em queimar dinheiro, ela o faz porque a margem de lucro da venda do hardware é muito menor que a margem de lucro da venda da assinatura.

 

No caso da margem de lucro do hardware é necessário pagar imposto sobre o lucro que é muito maior que o imposto sobre o lucro da venda de uma assinatura. O custo de uma assinatura é 100% definido pelo fabricante. É uma vantagem econômica considerável.

 

TI virou o negócio das empresas e os homens de negócio assumiram a condução de TI nas empresas.  Foi revelado pelo Gartner em 2021 que a tecnologia não é mais reservada apenas aos departamentos de TI (A ascensão dos tecnólogos de negócios, https://www.gartner.com.br/pt-br/artigos/a-ascensao-dos-tecnologos-de-negocios).

 

No mesmo artigo, o Gartner revelou que a pandemia criou o movimento de designar para o negócio as tarefas, as ferramentas e a responsabilidade da construção de recursos digitais.

 

O Darren Topham que é diretor de pesquisa do Gartner revelou que as áreas de negócio estão comprando ou desenvolvendo aplicativos sem consultar a organização de TI (Shadow IT existe e foi muito comentada no congresso FEBRABAN TECH 2024).

 

O Gartner analisou entre março e maio de 2020, o total de empregos publicados nos 12 principais países compradores de TI e revelou que nas áreas de ciência de dados, análise de dados, inteligência artificial e automação de processos robóticos foram contratados cerca de 300 mil profissionais para trabalhar na organização de TI e cerca de 700 mil para trabalhar no negócio (Fonte: Qual futuro do departamento de TI?, https://hdibrasil.com.br/conteudo/qual-futuro-do-departamento-de-ti).

 

Não é difícil entender que a grande e crescente quantidade de profissionais de tecnologia trabalhando no negócio significa que TI virou o negócio da empresa.

 

O enorme crescimento da modalidade como um serviço mostra que carros, elevadores, residências etc. estão sendo vendidos no modelo de assinaturas e que TI é o real negócio destas empresas.

 

Quem fala a língua do negócio, sabe que existe uma enorme diferença entre o negócio da empresa e o produto ou serviço que materializa a entrega.

 

A indústria automobilista materializa a sua entrega na forma de um carro, mas o real negócio dela é o desenvolvimento de software, pois é de lá que a bufunfa entra nos cofres.

 

As tradings de comercio exterior do agronegócio entregam soja, café milho, trigo etc. para os seus clientes, mas o seu negócio é vender conhecimento. Só assim elas compram a soja, café milho, trigo etc.com um preço menor que a cotação da bolsa de valores.

 

O negócio da Petrobrás não é o petróleo é a energia. É só perguntar para qualquer funcionário dela. E ela vende energia na forma materializada de petróleo.

 

E assim existem milhões de exemplos que mostram que o produto entregue é apenas a materialização do real negócio da empresa.

 

Eu entendo que alguns vão citar a revolução industrial, para estes eu alerto que estamos em 2024 na era do conhecimento. Usar exemplo do passado distante só revela o nível de atraso de alguns.

 

As pessoas que usam veículos para se deslocar, que voam em aviões, que usam lava roupas, lava louças, geladeiras, que moram em residências etc. estão aderindo em larga escala ao modelo “as a service” que nada mais é do que a digitalização do negócio ou em outras palavras TI sendo o negócio.

 

Tanto o livro “A Era do Acesso”, quanto o livro “The Zero Marginal Cost Society” do Jeremy Rifkin revelam a diferença entre ter a posse de um bem material ou imaterial e ter acesso ao mesmo bem.

 

Ter acesso é o modelo “como um serviço” que faz parte da economia mundial há bastante tempo. E ter acesso significa digitalização do negócio que em outras palavras significa TI como o negócio.