Recentemente, o Daron Acemoglu e Simon Johnson, do MIT (Massachusets Institute of Technology) e o James A. Robinson, da Universidade de Chicago foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 2024.
Os
estudiosos demonstraram que existe um forte relacionamento de causa e efeito entre
instituições solidas e coerentes e a evolução da prosperidade, ou seja, as sociedades
com baixa conformidade com as regras e com instituições fracas tomadas por
interesses de baixa competitividade não geraram crescimento, ao contrário das
sociedades com alta conformidade com as regras e com instituições fortes tomadas
por interesses de elevada competitividade.
Muitos olham
para os resultados alcançados e não entendem os relacionamentos existentes de
causa e efeito.
Nas sociedades
com alta conformidade com as regras e instituições robustas e coerentes existe
um elevado grau de confiança entre os agentes econômicos.
As regras
são conhecidas por todos e todos atuam em conformidade com as leis, normas etc.
O elevado
grau de confiança faz com que os investidores olhem as oportunidades com olhar
de longo prazo, ou seja, eles investem nas regiões mais carentes atual
esperando que o progresso as torne regiões de maior poder aquisitivo nos próximos
anos ou décadas.
O Brasil,
caiu na armadilha dos atalhos há muito tempo, ou seja, existe uma intensa busca
de privilégios de curto prazo para os investimentos e com isto as regiões de
menor poder aquisitivo praticamente não saem do lugar.
Os investimentos
estão basicamente concentrados nas regiões de alto poder aquisitivo, pois existe
um retorno de investimento no curto prazo.
Com isto
a desigualdade vai se agravando ano após ano, por falta de recursos
operacionais nas regiões mais pobres.
Por exemplo,
a tecnologia 5G chegou nas regiões mais ricas há algum tempo no Brasil, no
entanto as regiões mais pobres contam com a tecnologia 4G ou até mesmo 3G.
A
defasagem na tecnologia de infraestrutura dos negócios tira produtividade dos
negócios localizados na periferia e faz com que eles tenham desvantagens
competitivas em relação aos concorrentes fisicamente localizados nas regiões
mais ricas.
Como os
agentes públicos da sociedade brasileira não atuam no sentido de impor regras
de universalização dos serviços, a consequência é a existência de diversos
patamares competitivos na sociedade.
Os patamares
mais baixos estão justamente localizados nas regiões menos ricas e que mais
precisam de recursos de infraestrutura para entrar em um ciclo evolutivo.
Os agentes
econômicos privados não enxergam a periferia com uma visão de longo prazo para
a atratividade empresarial, porque os responsáveis pelas leis, contratos etc.
mudam de ideia conforme a conveniência do momento.
Já passou
da hora de entender que o real problema da falta de crescimento da economia nacional
está relacionado com a falta de confiança dos agentes privados nos agentes públicos
da sociedade brasileira.
Podemos ver
o efeito da confiança na evolução da prosperidade observando o resultado
alcançado pela China. Em 1980, ela tinha renda por habitante no mesmo patamar da
Etiópia e em 2024 a renda por habitante da China é muito maior que a do Brasil.
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