quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Prêmio Nobel de Economia de 2024

Recentemente, o Daron Acemoglu e Simon Johnson, do MIT (Massachusets Institute of Technology) e o James A. Robinson, da Universidade de Chicago foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 2024.

 

Os estudiosos demonstraram que existe um forte relacionamento de causa e efeito entre instituições solidas e coerentes e a evolução da prosperidade, ou seja, as sociedades com baixa conformidade com as regras e com instituições fracas tomadas por interesses de baixa competitividade não geraram crescimento, ao contrário das sociedades com alta conformidade com as regras e com instituições fortes tomadas por interesses de elevada competitividade.

 

Muitos olham para os resultados alcançados e não entendem os relacionamentos existentes de causa e efeito.

 

Nas sociedades com alta conformidade com as regras e instituições robustas e coerentes existe um elevado grau de confiança entre os agentes econômicos.

 

As regras são conhecidas por todos e todos atuam em conformidade com as leis, normas etc.

 

O elevado grau de confiança faz com que os investidores olhem as oportunidades com olhar de longo prazo, ou seja, eles investem nas regiões mais carentes atual esperando que o progresso as torne regiões de maior poder aquisitivo nos próximos anos ou décadas.

 

O Brasil, caiu na armadilha dos atalhos há muito tempo, ou seja, existe uma intensa busca de privilégios de curto prazo para os investimentos e com isto as regiões de menor poder aquisitivo praticamente não saem do lugar.

 

Os investimentos estão basicamente concentrados nas regiões de alto poder aquisitivo, pois existe um retorno de investimento no curto prazo.

 

Com isto a desigualdade vai se agravando ano após ano, por falta de recursos operacionais nas regiões mais pobres.

 

Por exemplo, a tecnologia 5G chegou nas regiões mais ricas há algum tempo no Brasil, no entanto as regiões mais pobres contam com a tecnologia 4G ou até mesmo 3G.

 

A defasagem na tecnologia de infraestrutura dos negócios tira produtividade dos negócios localizados na periferia e faz com que eles tenham desvantagens competitivas em relação aos concorrentes fisicamente localizados nas regiões mais ricas.

 

Como os agentes públicos da sociedade brasileira não atuam no sentido de impor regras de universalização dos serviços, a consequência é a existência de diversos patamares competitivos na sociedade.

 

Os patamares mais baixos estão justamente localizados nas regiões menos ricas e que mais precisam de recursos de infraestrutura para entrar em um ciclo evolutivo.

 

Os agentes econômicos privados não enxergam a periferia com uma visão de longo prazo para a atratividade empresarial, porque os responsáveis pelas leis, contratos etc. mudam de ideia conforme a conveniência do momento.

 

Já passou da hora de entender que o real problema da falta de crescimento da economia nacional está relacionado com a falta de confiança dos agentes privados nos agentes públicos da sociedade brasileira.

 

Podemos ver o efeito da confiança na evolução da prosperidade observando o resultado alcançado pela China. Em 1980, ela tinha renda por habitante no mesmo patamar da Etiópia e em 2024 a renda por habitante da China é muito maior que a do Brasil.

 

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