O Brasil
é um país que está enfrentando grande dificuldades em relação ao emprego. Os
números que já eram ruins antes do atual governo federal pioram mês a mês
durante a atual gestão.
Recentemente
foi divulgado que o número de subocupados vem crescendo consistentemente
(Número de trabalhadores subocupados cresce e trava consumo no Brasil. Grupo de
profissionais que trabalham menos do que gostariam alcança 7,8 milhões, aponta
IBGE, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/numero-de-trabalhadores-subocupados-cresce-e-trava-consumo-no-brasil.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha,
acessado em 21/12/2021).
Quando
lemos os comentários do artigo citado anteriormente, encontramos algumas
pessoas culpando o neoliberalismo pelo resultado alcançado.
É preciso
não confundir reformas inúteis com o neoliberalismo. As medidas que foram
tomadas nos últimos governos não são adequadas para resolver o problema. O
neoliberalismo não pode assumir a culpa da burrice.
É fácil
perceber que a questão do subemprego brasileiro não está relacionada com o
neoliberalismo. Nos Estados Unidos milhões de trabalhadores estão pedindo
demissão, porque estão insatisfeitos com as condições de trabalho (em especial
a necessidade de trabalho presencial e ter que dividir o local de trabalho com
não vacinados) e porque existem milhões de oportunidades de trabalho não
preenchidas.
Nos
Estados Unidos existem mais de 10 milhões de vagas de emprego abertas. Isto não
é fruto do acaso. É consequência da competência, capacidade e honestidade do
governo.
Na terra
da incompetência e incapacidade as oportunidades de trabalho desaparecem, não
por causa do neoliberalismo, mas por causa da falta de credibilidade.
Os
empregos são consequência dos investimentos na economia. É o crescimento
econômico que gera vagas de trabalho. No Brasil, o principal problema do pífio
crescimento do PIB é a falta de confiança de um brasileiro no outro.
O artigo
“Brasil deve completar 16 anos de crescimento abaixo da média mundial” (País
passará maior parte do período 2011-2026 em combinação de recessão e
estagnação, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/brasil-deve-completar-16-anos-de-crescimento-abaixo-da-media-mundial.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha)
revelou que o crescimento medíocre do Brasil é estrutural.
São
décadas de resultados ruins porque as regras não são estáveis e as pessoas não
são confiáveis. É por isto que as reformas não geram o crescimento prometido
por elas (cadê o crescimento prometido pela reforma da previdência?).
Decisões
ruins geram resultados ruins e decisões ruins são tomadas pela incompetência e
incapacidade
Uma das
consequências do home office foi a mudança de comportamento dos trabalhadores.
Muitos perceberam que o local de trabalha era indiferente para a sua atividade
profissional. Muitos perceberam que as condições de trabalho eram inadequadas.
Muitos perceberam as distorções nas informações e passaram a comparar o que
eles tinham com o que outros tinham.
O
fenômeno da grande resignação nada mais é do que o resultado da eliminação das
distorções das informações. Ficou fácil perceber que existem oportunidades
melhores e com condições de trabalho mais adequadas.
A grande
resignação é uma das consequências do home office no comportamento dos
trabalhadores dos Estados Unidos, Europa etc.
A grande
renúncia não é exclusividade dos Estados Unidos, pois na Alemanha mais de 30%
das empresas estão reclamando da escassez de trabalhadores qualificados.
Os
salários nos países onde a competência, a capacidade e a honestidade prevalecem
estão em alta.
Muitos
consumidores não podem se sentar nas mesas vazias dos restaurantes e
lanchonetes, porque não tem ninguém que os atenda. Nestas empresas o
funcionário que limpava a mesa foi embora.
Diversos restaurantes
operam apenas por entrega, porque não conseguem mão de obra para limpar o salão
e as mesas do restaurante. Enquanto isto, na terra da incompetência e
incapacidade as pessoas estão implorando por um emprego.