terça-feira, 21 de dezembro de 2021

The Great Resignation

O Brasil é um país que está enfrentando grande dificuldades em relação ao emprego. Os números que já eram ruins antes do atual governo federal pioram mês a mês durante a atual gestão.

 

Recentemente foi divulgado que o número de subocupados vem crescendo consistentemente (Número de trabalhadores subocupados cresce e trava consumo no Brasil. Grupo de profissionais que trabalham menos do que gostariam alcança 7,8 milhões, aponta IBGE, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/numero-de-trabalhadores-subocupados-cresce-e-trava-consumo-no-brasil.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha, acessado em 21/12/2021).

 

Quando lemos os comentários do artigo citado anteriormente, encontramos algumas pessoas culpando o neoliberalismo pelo resultado alcançado.

 

É preciso não confundir reformas inúteis com o neoliberalismo. As medidas que foram tomadas nos últimos governos não são adequadas para resolver o problema. O neoliberalismo não pode assumir a culpa da burrice.

 

É fácil perceber que a questão do subemprego brasileiro não está relacionada com o neoliberalismo. Nos Estados Unidos milhões de trabalhadores estão pedindo demissão, porque estão insatisfeitos com as condições de trabalho (em especial a necessidade de trabalho presencial e ter que dividir o local de trabalho com não vacinados) e porque existem milhões de oportunidades de trabalho não preenchidas.

 

Nos Estados Unidos existem mais de 10 milhões de vagas de emprego abertas. Isto não é fruto do acaso. É consequência da competência, capacidade e honestidade do governo.

 

Na terra da incompetência e incapacidade as oportunidades de trabalho desaparecem, não por causa do neoliberalismo, mas por causa da falta de credibilidade.

 

 

 

Os empregos são consequência dos investimentos na economia. É o crescimento econômico que gera vagas de trabalho. No Brasil, o principal problema do pífio crescimento do PIB é a falta de confiança de um brasileiro no outro.

 

O artigo “Brasil deve completar 16 anos de crescimento abaixo da média mundial” (País passará maior parte do período 2011-2026 em combinação de recessão e estagnação, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/brasil-deve-completar-16-anos-de-crescimento-abaixo-da-media-mundial.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha) revelou que o crescimento medíocre do Brasil é estrutural.

 

São décadas de resultados ruins porque as regras não são estáveis e as pessoas não são confiáveis. É por isto que as reformas não geram o crescimento prometido por elas (cadê o crescimento prometido pela reforma da previdência?).

 

Decisões ruins geram resultados ruins e decisões ruins são tomadas pela incompetência e incapacidade

 

Uma das consequências do home office foi a mudança de comportamento dos trabalhadores. Muitos perceberam que o local de trabalha era indiferente para a sua atividade profissional. Muitos perceberam que as condições de trabalho eram inadequadas. Muitos perceberam as distorções nas informações e passaram a comparar o que eles tinham com o que outros tinham.

 

O fenômeno da grande resignação nada mais é do que o resultado da eliminação das distorções das informações. Ficou fácil perceber que existem oportunidades melhores e com condições de trabalho mais adequadas.

 

A grande resignação é uma das consequências do home office no comportamento dos trabalhadores dos Estados Unidos, Europa etc.

 

A grande renúncia não é exclusividade dos Estados Unidos, pois na Alemanha mais de 30% das empresas estão reclamando da escassez de trabalhadores qualificados.

 

 

 

Os salários nos países onde a competência, a capacidade e a honestidade prevalecem estão em alta.

 

Muitos consumidores não podem se sentar nas mesas vazias dos restaurantes e lanchonetes, porque não tem ninguém que os atenda. Nestas empresas o funcionário que limpava a mesa foi embora.

 

Diversos restaurantes operam apenas por entrega, porque não conseguem mão de obra para limpar o salão e as mesas do restaurante. Enquanto isto, na terra da incompetência e incapacidade as pessoas estão implorando por um emprego.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

Fatos e narrativas

No Brasil, estamos vivendo com alguma intensidade o fenômeno em que as pessoas estão ignorando os fatos e tratando as narrativas dos fatos como realidade.

 

Recentemente em uma conversa com um dos signatários das falácias do mito (isso mesmo que você pensou, o sujeito que tem medinho da agulha de uma vacina) eu escutei a afirmação que na corrida de fórmula 1 de interlagos de 2021 entraram 400 mil expectadores.

 

Ao ser argumentado que o número de 400 mil é irreal (foram colocados à venda apenas 70 mil ingressos), a pessoa argumentou com ênfase que foi isto que ela foi informada.

 

Tudo isto para usar o argumento político de que o governador de São Paulo (adversário do mitinho das agulhas) criou uma grande aglomeração de pessoas durante a pandemia do novo coronavírus.

 

Não cabia na afirmação nenhum tipo de bom senso, apenas a politicagem de uma narrativa falsa. Infelizmente muitas pessoas estão buscando informações com os mercadores de falácias e assumindo que as mentiras contadas são verdadeiras.

 

É muito triste ver um nível de invólucro intelectual tão pobre. Esta mesma pessoa debateu comigo em 2017 sobre a viabilidade do carro elétrico.

 

Eu afirmei em 2017 que em 2022, o carro elétrico seria uma realidade no Brasil e esta pessoa afirmava que a indústria do petróleo iria fazer o mesmo que ela fez com o carro movido à água (até hoje desconheço uma única prova que realmente existiu tal carro), ou seja, comprar as patentes do inventor e sumir com a solução.

 

Estamos quase em 2022 e é bastante claro que o carro elétrico chegou, diversas empresas já estão utilizando-o no seu dia a dia e não vi a indústria do petróleo comprar as patentes e sumir com o projeto.

 

A falta de capacidade para buscar fontes confiáveis de informações está fazendo com que muitas pessoas tomem decisões pobres na vida pessoal e profissional.

 

Em 2019, eu afirmei que a digitalização iria alcançar com forças os bancos tradicionais da época e iria fechar agencias, cortar empregos etc. Também afirmei que a moeda digital seria realidade no Brasil antes de 2022.

 

Muitos afirmaram que os mais pobres e os idosos não usariam a moeda digital aqui no Brasil. Os números das transações realizadas pelo PIX que é praticamente uma moeda digital em 2021 desmentiram completamente os que postulavam que a idade e a renda eram barreiras para a digitalização do numerário nacional.

 

Durante a pandemia, alguns debatiam com ênfase que as pessoas querem contato físico e que ao final dela tudo voltaria ao que era, ou seja, não existiria um novo normal de comportamento das pessoas e empresas.

 

Recentemente a Nestlé anunciou que até 2025 ela pretende que 25% das suas vendas totais sejam feitas por ecommerce. Diversas empresas estão fazendo investimentos semelhantes.

 

O novo normal em especial no varejo brasileiro está ocorrendo porque a experiencia do usuário no varejo presencial nacional é bastante ruim.

 

As pessoas enfrentam filas para serem atendidas nas lojas e em alguns casos sofrem ataques de preconceito em que são seguidas nos estabelecimentos por causa do gênero, cor, condição social, vestimenta etc. Existem casos de falsas acusações de furtos.

 

Além das filas para o atendimento, as pessoas enfrentam filas para pagar e muitas vezes enfrentam problemas com o meio de pagamento. Existem casos em que as falhas nos sistemas impediram o pagamento em dinheiro ou em cartão de crédito ou débito.

 

Muitos alegam que nas vendas de perfumes, bebidas etc. o cliente pode provar o produto no atendimento presencial e isto é uma vantagem. Estas pessoas esquecem que o mundo evolui.

 

Em breve o varejo digital nacional vai enviar amostras dos perfumes, bebidas etc. para a residência dos clientes para que eles tomem a sua decisão de compra.

 

O varejo digital não resolve todos os problemas dos consumidores, mas ele elimina muitas das imperfeições existentes na experiencia do usuário do varejo presencial.

 

Escutei recentemente que no comercio de vestuário o aspecto presencial é de vital importância porque é possível experimentar a roupa ou sapato ou etc. e sentir como ele fica no corpo.

 

Pessoas compram vestuário para outras pessoas sem a presença delas por diversas décadas. Quem diz que tem um formato de corpo tão diferente esquece que as mesmas roupas que existem no comercia presencial existem no comercio virtual. É só uma que de usar a fita métrica.

 

No caso de farmácias e supermercados e assemelhados as empresas estão investindo fortemente no comercio eletrônico porque a tecnologia resolve o problema da experiencia pobre do usuário no comercial presencial e abre as portas para as vendas recorrentes.

 

Toda a cadeia de suprimentos é beneficiada pela venda pela internet. O consumidor que muitas vezes tem que ir em várias lojas físicas para comprar o seu objeto de consumo gastando tempo dinheiro e perdendo produtividade tem este problema resolvido pela compra virtual.

 

A otimização da cadeia de suprimentos reduz os custos de logística dos estabelecimentos, pois eles não ficam mais com o seu estoque depreciando e perdendo prazo de validade das lojas físicas.

 

O brasil que vive um surto inflacionário intenso pode corrigir o rumo da carestia dos preços pela otimização do custo do estoque e pela eliminação das perdas e desperdícios da estocagem e do transporte.

 

Muitos empregos podem ser gerados por esta transformação digital e desta forma vamos saindo do debate fajuto de que a redução ou eliminação dos encargos sociais da folha do pagamento gera empregos.

 

O estudo Payroll Tax, Employment and Labor Market Concentration do Baumgartner, Corbi e Narita (https://www.dropbox.com/s/i95bgk1x4m1unn5/BCN_payroll_tax_labor.pdf?dl=0, acessado em 23/22/2021) os números reais da desoneração da folha de pagamentos no Brasil.

 

A renda real do trabalhador brasileiro vem caindo ano após anos porque muito acreditam nas narrativas falsas. Muitos seguem lideranças atrasadas que retiram valor agregado da economia brasileira.

 

Em 2017 foi feita uma reforma trabalhista que afirmava que iria gerar 6 milhões de empregos em uma década eu afirmei que isto não iria ocorrer. Os números mostram que o desemprego no Brasil vem aumentando ano após anos após a reforma de 2017.

 

Ainda não superamos todos os desafios da pandemia do novo coronavírus, mas importantes conquistas foram alcançadas com a vacinação em massa da nossa população.

 

É possível superar as dificuldades econômicas atuais desde que as narrativas sejam ignoradas e os fatos e dados reais sejam considerados nas decisões de todos os brasileiros.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Sucesso e fracasso da transformação digital no Brasil

Após o início da pandemia do novo coronavírus e das medidas de isolamento social, eu passei a fazer algumas compras de supermercado pela internet.

 

Tipicamente passei a comprar os produtos não perecíveis pelo varejo eletrônico. Como ainda não existe clareza e transparência sobre como é a logística dos produtos armazenados nas geladeiras dos supermercados, as minhas compras estão focadas nos produtos não perecíveis.

 

O nível de conveniência da compra pela internet é bem superior ao da compra presencial em vários aspectos. Um deles ocorre quando um produto está em falta no nosso supermercado favorito.

 

Na compra presencial, eu tenho que procurar o produto em outro supermercado. Tempo e dinheiro são perdidos neste processo.

 

Na compra digital, a procura do produto faltante é feita com uma perda muito menor de tempo e dinheiro.

 

É possível comparar no universo digital o valor da compra em dois ou três supermercados de uma forma muito mais fácil, ágil e mais barata que no universo presencial.

 

Mesmo com o custo do frete na compra pela internet, o gasto total de tempo e dinheiro é menor que a compra presencial.

 

Até este momento, a transformação digital dos supermercados é um sucesso. Mas será que ela realmente é assim no processo fim a fim?

 

A realidade dos fatos infelizmente não é o mar de rosas descrito anteriormente.

 

Recentemente fiz uma compra no meu supermercado favorito. Eu gosto dele porque eles trabalham com todos os produtos que eu uso em casa e porque é possível agendar o dia e horário da entrega.

 

O horário da entrega é em geral um intervalo de tempo de duas horas, ou seja, ele permite um bom planejamento do dia das nossas outras atividades.

 

O supermercado exige na entrega dos produtos a apresentação do documento de identidade para ter certeza que está entrega a compra certa para o cliente correto.

 

Eu considero esta prática bastante interessante para o cliente, pois é um nível adicional de segurança. O cliente tem certeza que a sua nota fiscal com seus dados pessoais não será entregue por engano para um terceiro.

 

Ainda estamos no momento de sucesso da transformação digital dos supermercados no Brasil.

 

O problema da falta de maturidade digital de uma parte do varejo brasileiro é explicitado quando algo não acontece conforme o previsto.

 

No meu caso, eu tinha uma entrega agendada para o intervalo entre 09:00 e 11:00. Tinha programado as minhas outras atividades para sair de casa no máximo as 11:00.

 

Infelizmente deu 11:00 (era um dia útil) e a entrega não chegou. As 11:30 eu entrei no aplicativo e vi que o caminhão com a minha entrega saiu as 10:30. Mesmo que este caminhão fosse fazer apenas a minha entrega (o que certamente não é verdade) ele não chegaria até as 11:00.

 

Ou seja, desde o sistema sabia (será que sabia?) que a entrega seria atrasada. Por volta das 12:00 eu liguei para a central de atendimento do supermercado e depois de uma longa espera eu fui informado que as entregas estavam atrasadas (informação redundante de nenhuma utilidade para o cliente) e que a minha entrega seria feita depois de duas entregas.

 

Ao explicar para a atendente a situação de que tempo é dinheiro, ela perguntou se eu queria abrir uma reclamação. Eu recusei porque era inútil o meu tempo já foi jogado no lixo pela ineficiência do supermercado.

 

Chegamos ao ponto em que a transformação digital foi um retumbante fracasso.

 

Todo investimento na digitalização dos processos foi jogado no lixo porque o cliente sumiu (faço compras em outro supermercado). E o cliente sumiu porque inexistiu uma ligação telefônica, envio de mensagem etc. avisando sobre o atraso na saída do caminhão e atraso na entrega.

 

As 09:00 já era conhecido que existiriam atrasos. Para iniciar entregas as 09:00, o caminhão tem que sair por volta das 08:00. Em outras palavras, era o momento do capital intelectual da empresa analisar os alarmes gerados pelo sistema e ligar para o cliente e negociar um novo horário de entrega.

 

Os danos causados ao cliente e ao supermercado seriam muito menores do que as perdas geradas pelo gerenciamento pobre da transformação digital.

 

A transformação digital exige a qualificação do capital intelectual da empresa, sem isto ela será apenas um conjunto de tecnologia física que não está integrado com a estratégia do negócio da organização.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Metaverso

Nas últimas semanas o assunto Metaverso ganhou espaço nas mídias tradicionais no Brasil. Muitos comentários estão sendo feitos sobre as perspectivas futuras das novas tecnologias,

 

Basicamente o Metaverso funciona como uma pessoa entrando em filme e interagindo com os atores, objetos etc. Este tema já foi explorado em alguns filmes do cinema.

 

Usando óculos especiais, o usuário passa a interagir com os objetos, pessoas e estória de um universo virtual. É uma tecnologia que pode ser positivamente utilizada para treinar equipes de manutenção de um elevador, carro avião etc. em um ambiente altamente realístico.

 

A tecnologia também pode ser aplicada na medicina, odontologia etc. Enfim o Metaverso pode ser utilizado em centenas de atividades produtivas da raça humana com eliminação dos riscos econômicos e físicos das atividades presenciais.

 

Um cadáver físico tem uso limitado para os estudantes de medicina. Uma pessoa virtual pode sofrer milhares de cirurgias. O treinamento pode ser bastante realístico inclusive com a simulação do cheiro.

 

No entanto, a tecnologia também pode ser utilizada para aplicações negativas. Ela pode ser utilizada para treinar exércitos nos combates, ou para treinar os terroristas ou para criar situações em que as pessoas são enganadas etc.

 

Uma nova porta está se abrindo para a humanidade. Cabe a cada um nós usar a oportunidade para melhorar o mundo.

 

 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Transformação Digital. Mudanças?

Quando um processo de mudanças está em curso, é natural que existam dificuldades de entendimento sobre o destino da transformação.

 

Também é comum encontrar no processo pessoas que preferem negar os fatos a evoluir. Alguns usam o “nobre e bom” argumento de que as coisas sempre foram feitas deste modo para justificar que as mudanças são temporárias e em breve tudo voltará ao que era antes do início do processo de mudanças.

 

A lógica é substituída pelo desejo nestes casos.  Muitas mudanças ocorreram duram a fase de isolamento social da pandemia do novo coronavírus.

 

Algumas mudanças foram imperceptíveis, outras foram explicitadas de forma eloquente. Infelizmente, a maioria das centrais de serviços, ou de atendimentos ou outro nome assumiram papel de negação diante das mudanças.

 

Elas continuam enfatizando o seu papel desempenhando nas organizações com base nas tecnologias físicas (hardware e software). Estas organizações ignoram por completo a importância das tecnologias sociais (confiabilidade, conhecimento e comunicação).

 

Existem os que associam educação com patrimônio. Felizmente a realidade mostrou que é possível alcançar elevado nível de educação com baixo patrimônio. Temos milhares de casos assim no Brasil.

 

É muito fácil falar que os profissionais da central de serviços nunca entenderão das questões relacionadas com a estatística dos chamados ou com regras da correta comunicação na língua pátria etc. e evitar as mudanças.

 

Os exemplos mostram que resultados excelentes podem ser obtidos com a competência, capacidade e honestidade dos treinadores dos times das centrais.

 

Basta querer sair do lugar comum e colocar a mão na massa. Os arrogantes só admitem a realidade que lhe é conveniente, por isto o resultado empresarial brasileiro é tão fraco. Enquanto existe fala de mão de obra nos Estados Unidos e Europa, no Brasil faltam empregos.

 

Na maior potência do agronegócio do planeta, existem pessoas caçando comida nos caminhões de lixo e fazendo sopa de ossos. É um vexame digno do país do sete a um.

 

 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Pane no Facebook, WhatsApp e Instagram

A pane do Facebook, WhatsApp e Instagram ocorrida no dia 04/10/2021 revelou a precariedade da transformação digital ocorrida no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.

 

No final de 2019 cerca de 45% das empresas brasileiras usavam as plataformas digitais para realizar os seus negócios. No segundo semestre de 2021 a quantidade de empresas usuárias das plataformas digitais saltou para o patamar de 75%.

 

É sem sombra de dúvidas uma mudança de grande porte em um curto período. Infelizmente o planejamento da transformação digital foi pobre.

 

Os prejuízos relatados pelos pequenos negócios pelo apagão do Facebook, WhatsApp e Instagram (Pequenos empresários são afetados por pane no WhatsApp e Instagram - Donos de pequenos negócios que funcionam via WhatsApp, Instagram e Facebook relatam prejuízos com a queda dos serviços, https://g1.globo.com/empreendedorismo/noticia/2021/10/04/pequenos-empresarios-sao-afetado-por-pane-no-whatsapp-e-instagram-ta-desesperador.ghtml, acessado em 05/10/2021) revelaram a pobreza do plano de digitalização.

 

A transformação digital não é apenas a digitalização de alguns componentes do negócio. Ela é uma transformação que visa uma melhoria do desempenho da empresa e aumento da sua penetração no mercado.

 

Claramente os negócios impactados são dependentes das plataformas digitais. Um bom planejamento não admite uma relação de dependência tão intensa com uma variável externa incontrolável.

 

A real transformação digital implica em criar alternativas para as variáveis externas incontroláveis. Enquanto alguns choram, outros vendem lenços.

 

As empresas que fizeram a sua lição de casa corretamente da transformação digital incorporaram na sua operação do dia a dia as alternativas para as plataforma digitais e  realizaram negócios durante o apagão digital.

 

Estas empresas ganharam penetração de mercado em um momento em que muitos dos seus concorrentes estavam paralisados por não saber o que fazer com a falta do WhatsApp.

 

A migração do catálogo de produtos e serviços das páginas do Facebook e Instagram para uma outra plataforma digital durante o apagão era uma medida inútil, pois esta atividade demandaria por vários dias de trabalho.

 

A necessidade de não ser dependente de uma plataforma digital deveria ter sido alertada pela central de serviços durante a transformação digital ocorrida na pandemia.

 

Infelizmente nem a central de serviços nem os consultores contratados estavam preparados para operacionalizar um plano seguro e consistente de mudança.

 

O resultado é o mesmo que o de sempre. Prejuízos para os empreendedores. Muitos CNPJs terão dificuldades após o apagão. Alguns morrerão.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Fator humano na transformação digital

 


 

A importância do fator humano na transformação digital faz com que as organizações sejam cada vez mais descentralizadas e flexíveis.

 

A inteligência circula nas corporações para explorar os recursos digitais e criar um ciclo contínuo e atualizado do conhecimento.

 

O saber profundo é rapidamente disseminado e aplicado em todo o ecossistema de negócio. Para alcançar o sucesso do cliente, as empresas buscam um nível de flexibilidade em que elas se organizam em relacionamentos baseados em redes.

 

As redes articulam a forma da exploração dos recursos digitais. As alianças existentes dentro do ecossistema é um modo operacional para desenvolver a indústria e viabilizar as mudanças no comportamento das empresas na direção do sucesso do cliente.

 

As empresas atuando individualmente não conseguem reunir as competências e capacitações necessárias para enfrentar os desafios da complexidade das inovações e do gerenciamento do ciclo de vida dos produtos.

 

O ecossistema permite que cada membro focalize a sua atuação nas suas competências centrais para que o conjunto de empresas supere as descontinuidades provocadas pelas inovações.

 

O trabalho coletivo e a sabedoria das multidões permitem que o ecossistema crie ferramentas de adequação para o processo de circulação do conhecimento e para simplificar as adaptações decorrentes das inovações.

 

A transformação digital permite o trabalhar em qualquer lugar e momento com qualquer pessoa.

 

Em breve, não terá mais sentido falar em dias de trabalho, feriados, final de semana, ou seja, todos os dias será para o trabalho, lazer, família etc.

 

O Alvin Toffler previu que até 2020 as mudanças no que ele chamou de cabanas eletrônicas nos levariam para um novo ponto de equilíbrio entre o coletivo e o individual e entre o trabalho e o lazer.

 

O recente caso do vazamento de 395 mil chaves Pix provavelmente por engenharia social mostra que o Brasil precisa avançar muito no treinamento do capital intelectual para explorar as vantagens competitivas e financeiras geradas pela transformação digital.

 

Nos últimos dias eu estou recebendo um e-mail verídico de uma organização bastante séria e respeitada que está gerando um ataque contra o meu sistema de segurança digital.

 

Toda vez que recebo o e-mail eu também recebo uma tentativa de intrusão no meu computador.

 

Os gestores de tecnologia da organização até o momento não perceberam que estão comprometendo a imagem da corporação ao não atuarem como deveriam.

 

Todo o trabalho comercial da organização é perdido porque eu perdi a confiança em um entidade que é incapaz de manter o seu patrimônio digital longe de ataques.

 

É fácil perceber que os clientes não vão fazer cadastros em organizações com segurança comprometida em que os atacantes digitais podem explorar as vulnerabilidades para vazar os dados dos clientes.

 

Após ter feito uma compra online eu passei a receber semanalmente pelo menos um boleto falso.

 

Transformação digital exige transformação do capital intelectual e do comportamento.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Até quando o Brasil negará o verde?

O Brasil vive mais uma crise hídrica com impactos na geração da energia elétrica. Mais uma vez, os brasileiros estão sendo assombrados pelo fantasma do apagão e racionamento de energia elétrica.

 

Os brasileiros já estão pagando a conta dos desmandos públicos pelo forte aumento da energia elétrica e crescimento sem parar da taxa de inflação.

 

Uma recente pesquisa revelou que 22% dos brasileiros não estão conseguindo pagar as suas contas de energia elétrica. Outras pesquisas revelam que o peso da energia elétrica na renda mensal dos brasileiros é o dobro do peso dos cidadãos dos Estados Unidos.

 

Em termos absolutos (e com paridade do dólar nas alturas) o Brasil tem o lugar 37 no ranking de preço da energia elétrica (a pesquisa listou o preço de 110 países)

 

O Brasil tem o preço de energia elétrica mais caro que a Argentina, China, Índia, México, Coréia do Sul, Estados Unidos, Birmânia, Egito, Irã e Catar e maioria dos países em desenvolvimento mesmo tendo uma matriz energética focada em hidroelétricas que produzem energia renovável e barata.

 

Em grande parte, o custo Brasil é o resultado das perdas e desperdícios de um sistema de gestão atrasado e caro.

 

Neste exato instante em que todos os custos da economia estão crescendo por conta da majoração da energia, nós vemos caixas eletrônicos queimando energia, produzindo calor e gerando mais gastos com a refrigeração do calor gerado inutilmente.

 

É muito comum a situação em que o usuário vai retirar dinheiro no caixa eletrônico e depois de um ciclo completo de navegação das telas (inclusive com diversas passagens do contador de dinheiro) recebe a resposta que a operação foi cancelada porque o caixa não tem dinheiro.

 

Este ciclo é realizado milhões de vezes todos os dias consumindo energia elétrica e gerando a necessidade de mais gasto de energia para dissipar o calor gerado.

 

Absolutamente nada é gerado, pois o caixa está sem dinheiro e o usuário é obrigado a refazer a mesma operação em um outro caixa eletrônico.

 

Um país que tem uma das maiores tarifas de energia elétrica do mundo (lembro que o dólar caro reduz o valor tarifa em relação aos outros países) não deveria jogar dinheiro no lixo por falas de gestão.

 

É só ter uma aplicação eficiente que iniba o botão de saque dos caixas eletrônicos para que a energia elétrica não seja consumida inutilmente.

 

É um dos milhares de casos em que o dinheiro da energia escorre pelo ralo da incompetência, incapacidade e desonestidade.

 

A crise hídrica é grave e severa. Ela deveria ser usada como desculpa para eliminas as perdas e desperdícios do consumo de energia elétrica.  

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Clipping Notícias

Crimes usando o PIX tem crescimento exponencial (Sequestros-relâmpagos e roubos com Pix explodem em SP, e delegado diz que 'virou praga' https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/08/sequestros-relampagos-e-roubos-com-pix-explodem-em-sp-e-delegado-diz-que-virou-praga.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha, acessado em 25/08/2021).

 

As quadrilhas estão estudando a rotina de moradores de bairros na cidade de São Paulo para atacar as suas vítimas (Quadrilhas do Pix: sequestro-relâmpago dispara em SP e criminosos migram para novo crime da moda, diz delegado, https://www-bbc-com.cdn.ampproject.org/v/s/www.bbc.com/portuguese/brasil-58286706.amp?amp_gsa=1&amp_js_v=a6&usqp=mq331AQKKAFQArABIIACAw%3D%3D#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=16299062470412&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&ampshare=https%3A%2F%2Fwww.bbc.com%2Fportuguese%2Fbrasil-58286706).

 

Gamificação na prática (Nós não sabemos nada sobre gamificação!, https://canaltech.com.br/educacao/nos-nao-sabemos-nada-sobre-gamificacao/).

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Ransomware no Brasil

Na postagem “Como prevenir ataques de ransomware” (http://itgovrm.blogspot.com/2021/07/como-prevenir-ataques-de-ransomware.html, acessado em 24/08/2021) o blog alertou sobre o crescimento exponencial dos ataques de ransomware no Brasil. Os mais capacitados entenderam a mensagem e adotaram melhores processos de segurança digital.

 

Estas empresas olharam tanto para as tecnologias disponíveis, como para o seu time interno e consultores, como para os seus processos e eliminaram as suas vulnerabilidades mais urgentes.

 

O caso recente da Renner revelou um ataque de elevada proporção e um pedido de resgaste bilionário.

 

A quantidade de ataques ransomware está crescendo exponencialmente no Brasil, porque os criminosos estão usando a inteligência artificial como uma ferramenta assumir o controle dos sistemas das suas vítimas.

 

Como a maioria das empresas no Brasil não tem preparo tecnológico e cultural contra este tipo de ataque, o resultado mais comum é um ataque bem-sucedido.

 

Ao assumir o controle dos sistemas os criminosos descobrem a situação financeira da sua vítima e pedem um resgaste proporcional ao caixa corporativo, por isto valor do resgate subiu para a casa dos bilhões no caso da Renner.

 

O elevado volume de dinheiro do resgate em conjunto com quase uma certeza de impunidade está incentivando outros criminosos para entrar no lucrativo setor de ransomware.

 

O relato do Ronaldo Lemos “A tática mais recente é cooptar funcionários da empresa para ajudar no ataque. Isso acontece por meio de mensagens para os funcionários com textos como: “Se você instalar esse programa em qualquer computador ou servidor da sua empresa, remota ou fisicamente, você receberá 40% do resgate”” (Pandemia de ransomware está só no início, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2021/08/pandemia-de-ransomware-esta-so-no-inicio.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail&origin=folha) mostra que os criminosos estão explorando as vulnerabilidades mais explícitas das empresas.

 

O elo mais fraco da cadeia de valor da segurança digital no Brasil são as pessoas. Em especial o helpdesk.

 

É extremamente comum que um usuário ao ser atendido pelo helpdesk receba a solicitação de acesso remoto ao seu computador.

 

Muitas vezes os computadores dos analistas do helpdesk estão contaminados por vírus, malwares e outras pragas digitais. Quando eles acessam remotamente o computador do usuário eles transferem os vírus, malwares etc.

 

Em geral o helpdesk usa o estratagema do acesso remoto, porque a sua base de conhecimento foi pobremente alimentada. O processo de alimentação da base de dados não é baseado na confiança entre as partes na maioria dos casos.

 

Os mercadores de falácias vêm iludindo muita gente com as promessas de resultados pela gamification. Muitos não têm conhecimentos mínimos sobre o que estão falando. São apenas mercadores tentando ganhar algum dinheiros dos incautos.

 

Os que entenderam que a competência, a capacidade e a honestidade são os fatores chaves para o desenvolvimento da confiança vão atravessar a pandemia do ransomware sem maiores problemas.

 

Os que insistirem nas falácias enfrentarão perdas milionárias ou bilionárias. Muitos ficaram parados vendo a concorrência tomar o seu mercado. Existem relatos de presidentes de empresas buscando com urgência soluções contra os ataques de ransomware.

 

O helpdesk pode assumir um papel de elevada importância neste processo se ele deixar de lado algumas peculiaridades. A organização de tecnologia precisa rever urgentemente as suas políticas internas de recursos humanos para privilegiar a competência, capacidade e honestidade.

 

Não é admissível que hoje em dia os usuários possam instalar softwares nos seus computadores de forma permissiva. Os usuários com tais necessidades precisam de uma solução do tipo sandbox em que as instalações fiquem restritas a um ambiente confinado. Para os casos mais comuns, as solicitações de softwares devem ser analisadas, verificadas e monitoradas pela central de serviços.

 

A base de conhecimento corretamente alimentada é uma importante ferramenta para que o helpdesk consiga realizar este trabalho rapidamente.  

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Clipping notícias

Em são Paulo, um grupo de artistas está criando trabalhos sabendo que eles serão totalmente destruídos em breve. A tecnologia NFT vai eternizar estes trabalhos. Fonte: Mansão prestes a ser demolida é tomada por grafites que serão NFTs, https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/08/mansao-prestes-a-ser-demolida-e-tomada-por-grafites-que-serao-nfts.shtml?origin=folha, acessado em 18/08/2021.

 

A Kaspersky revelou que está circulando uma mensagem que afirma que as operadoras de cartão de crédito estão oferecendo descontos para pagamentos via PIX. Na mensagem a vítima precisa fazer o cadastro em um site falso e fazer o pagamento com desconto usando uma chave PIX. O pagamento realizado vai para as mãos dos golpistas. Fonte: PIX: golpes usam promessas de descontos em faturas para atrair vítimas, https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/08/18/pix-golpes-usam-promessas-de-descontos-em-faturas-para-atrair-vitimas.ghtml.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Clipping notícias

A Gol anunciou que as suas viagens de ida e volta entre Recife e Fernando de Noronha terão carbono neutro a partir de setembro. A compensação da pegada de carbono nos voos será feita através de tokens NFTs emitidos pela Moss (https://moss.earth/pt-br/, acessado em 11/08/2021). Fonte: Gol vai compensar emissão de carbono em voo para Fernando de Noronha, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2021/08/gol-vai-compensar-emissao-de-carbono-em-voo-para-fernando-de-noronha.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo.

 

O pagamento médio dos ataques de ransomware no primeiro semestre de 2021 foi de US$ 570 mil. Aumento de 82% em relação ao mesmo período de 2020. O maior pagamento este ano foi de US$ 11 milhões pago pela JBS Foods. Os criminosos atacam via criptografia (resgate para descriptografar os dados criptografados, via publicação de dados (pagamento para não publicar dados confidenciais, via negação de serviço (pagamento para interromper a negação do serviço) e via assédio (pagamento para não envergonhar publicamente a vítima). Fonte: Ransomware demands and payments reach new highs, https://www.techrepublic.com/article/ransomware-demands-and-payments-reach-new-highs/?ftag=TREe01923b&bhid=20826003731419366201607380150567&mid=13467941&cid=712401319.