quarta-feira, 23 de abril de 2025

Brasil está pronto para o reconhecimento facial? Parte 2

O artigo “Funcionário coletou biometria de 80 clientes da Claro para empréstimo falso” (https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/04/23/operacao-fakemetria-biometria-rosto-clientes.htm, acessado em 23/04/2025) revelou mais um caso em que o reconhecimento facial foi usado pelos malfeitores.

 

As falhas de segurança dos sistemas que usam fotos bidimensionais para o reconhecimento facial estão gerando perdas financeiras grandiosas para os brasileiros.

 

É preciso regulamentar urgentemente as características dos sistemas de reconhecimento facial para que um malfeitor não possa explorar as falhas de segurança para obter empréstimos falsos.

 

O reconhecimento facial precisa vir acompanhando de outros processos e procedimentos para garantir a veracidade das informações pessoais.

 

Com a divulgação do artigo, é muito provável que outros malfeitores usem dos mesmos artifícios para enganar as pessoas e executarem transações fraudulentas.

 

É mais do que evidente que todo o processo de cadastramento das fotos do reconhecimento facial deve ser feito pelo usuário usando o seu dispositivo pessoal.

 

As autoridades devem proibir o cadastramento de reconhecimento facial usando um dispositivo do fornecedor e caso isto ocorra ele deve ser responsabilizado por todos os danos causado ao consumidor.

 

Este é apenas um dos passos necessários. É preciso que os fornecedores passem por auditorias rigorosas e periódicas de segurança digital ao mesmo tempo em que eles tenham no seu quadro de funcionários engenheiros capacitados nos desafios da privacidade.

 

Quem sofrer invasão deve ser obrigado a indenizar os consumidores afetados e a pagar pesadas multas para que não adotem uma solução como reconhecimento facial como um modismo.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Brasil está pronto para o reconhecimento facial?

O uso do reconhecimento facial está crescendo com enorme velocidade no Brasil. Bancos, condomínios, prédios comerciais, arenas, shoppings etc. Estão usando o reconhecimento facial para liberar o acesso das pessoas.

 

As denúncias de vazamento de dados são frequentes no Brasil. O grave problema do vazamento de dados é que uma vez ocorrido ele não pode ser desfeito. No caso de vazamento de usuário e senha existe a alternativa de mudar a senha. No caso de vazamento das informações do reconhecimento facial de uma pessoa a mudança é muito mais difícil.

 

Recentemente tivemos o caso citado no artigo “Reconhecimento facial de SP confunde idoso com estuprador foragido” (https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/04/13/reconhecimento-facial-de-sp-confunde-idoso-com-estuprador-foragido.htm, acessado em 16/04/2025).

 

É situação bastante grave de falso positivo que impactou negativamente e fortemente o dia do Francisco Ferreira da Silva e dos seus familiares.

 

Prender um inocente é algo inadmissível em todas as sociedades modernas. Prender por falha na identificação é pior ainda. É muito fácil perceber que a solução de reconhecimento facial em uso não está madura o suficiente para ser usada de forma isolada.

 

Em vários condomínios, o reconhecimento facial é feito com base em uma ou mais fotos simples. O malfeitor que capturar uma foto do morador em uma rede social vai poder entrar no prédio. E na maioria dos casos, os moradores não são alertados sobre a vulnerabilidade existente.

 

O projeto de reconhecimento facial foi aprovado apenas olhando o custo. Em nenhum momento é dito com transparência as forças e fraquezas da solução proposta.

 

O cenário nacional não é nada animador em termos de segurança digital. Existem casos diários de vazamentos de todos os tipos e espécies.

 

Praticamente inexistem preocupações em diversos setores da sociedade brasileira em relação à proteção das informações sensíveis.

 

Contas bancárias são abertas sem a autorização e solicitação do principal interessado e o mesmo acontece com cartões de crédito, serviços de telefonia etc.

 

Seria muito positivo que as autoridades refletissem sobre o que está acontecendo para criar legislações robustas sobre o reconhecimento facial.

 

 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Inteligência Artificial versus recém-formados

Diversas empresas de vários setores da economia estão reavaliando a sua necessidade de recrutar analistas juniores nos próximos anos, pois, por exemplo, é comum a situação em que um escritório de advocacia tem que convencer os seus clientes a pagar pelo tempo dos advogados juniores.

 

Os clientes, entendem que a inteligência artificial é capaz de fazer o trabalho realizado pelos advogados juniores por um preço muito menor, pois os recém-formados não querem usar as ferramentas inteligentes porque acreditam que a IA vai reduzir as suas horas faturáveis.

 

Este cenário, não é exclusivo para os escritórios de advocacia, os bancos, as corretoras, os hospitais, os escritórios de projetos e de engenharia etc. estão enfrentando o dilema entre escutar e atender a necessidade e desejo dos seus clientes ou perder o ciclo evolutivo dos profissionais juniores.

 

Para alcançar a excelência em uma profissão é preciso superar diversos desafios, enfrentar a complexidade do conhecimento e estabelecer uma rede solida de conexões.

 

No instante em que os juniores viram opcionais para as empresas e eles ficam distantes das tarefas diárias realizadas pelos especialistas, existe o rompimento do ciclo evolutivo dos recém-formados.

 

Existem diversos casos em que o uso de robôs inteligentes nas cirurgias reduziu a quantidade de contratações de cirurgiões juniores.

 

As empresas estão enxergando as soluções inteligentes como uma corrida por ganhos de produtividade, pois basta uma organização de um setor da economia adotar a IA que todo o mercado é impactado.

 

Isto pode significar no médio e longo prazo a paralização da contratação de profissionais juniores, pois um grupo pequeno de gerentes seniores experientes é capaz de gerenciar vários agentes inteligentes para executar a maioria das tarefas diárias da empresa.

 

Se este cenário virar realidade é preciso mudar radicalmente o sistema de ensino para que os recém-formados adquiram um nível de experiência profissional adequado para que eles disputem as posições menos automatizáveis das empresas.

 

Uma alternativa é o ensino oferecer a opção para o recém-formado de ser aprendiz de um mentor bastante experiente. O problema desta opção é o preconceito contra o cabelo branco existente na sociedade brasileira.