Foi
muito triste presenciar em 2015 a queda do ícone da democracia. Poucos dias
após o plebiscito grego que rejeitou o pacote de austeridade proposto pelos seus
credores, o parlamento da Grécia aprovou uma nova versão do pacote mais austera
e rígida. No pacote de privatização aprovado, o parlamento aceitou perder a sua
autonomia e independência na gestão do fundo de privatização. O artigo “Grécia
tem ilhas à venda a partir de R$ 7,5 milhões; conheça algumas opções” (http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/23/grecia-tem-ilhas-a-venda-a-partir-de-r-75-milhoes-conheca-algumas-opcoes.htm, acessado em
23/07/2015) afirmou que o país pensa vender as suas ilhas e ruínas.
O
que era para ser uma festa da democracia virou um festival de muitas bravatas e
bazófias. Se era para aprovar os termos da zona do euro com justificativa de
que era o único caminho possível, então para que promover tanto sacrifício ao
povo pelo fechamento dos bancos e gastar tanto dinheiro e esperança com o
plebiscito? A Grécia terra da democracia perdeu credibilidade e charme com as
bravatas dos seus dirigentes. Era melhor assumir desde o começo a realidade
possível e causar menos desconforto para os aposentados e cidadãos.
Na
área de TI outros ícones estão caindo por conta de bravatas e bazófias. Muitos
falsos profetas prometem mundos e fundos com Knowledge-Centered Support (KCS),
autosserviço e automações. Na realidade prática estas promessas nunca foram
entregues e os ícones de credibilidade e capacitação da organização de Tecnologia
de Informações e Comunicação (TIC) estão ruindo. O crescimento exponencial da TIC
invisível é a prova viva de que cada vez mais usuários estão contratando
soluções de tecnologia sem informar ou consultar a organização de tecnologia da
sua empresa.
Algumas
das fundações tradicionais de TIC estão ruindo com estas novas práticas. O
gerenciamento da capacidade dos recursos de TIC está enfrentando o dinamismo da
nuvem elástica. Se é possível aumentar ou reduzir os recursos de TIC conforme a
demanda então porque é preciso gerenciar a capacidade? Muitas destas perguntas
como estão sendo respondidas pela nova TIC. Ícones de gestão como o IT
Infrastructure Library (ITIL®) e o Control Objectives for
Information and Related Technology (COBIT®) estão caindo em desuso
por causo do intenso dinamismo dos processos da transformação digital.
O
autosserviço está gerando perdas enormes para a central de serviços. São raros
os profissionais de TIC que conseguem justificar objetivamente a presença do Service
Desk nas redes sociais. Infelizmente, os congressos especializados que deveriam
trazer à tona os temas mais modernos estão cada vez mais presos as redundâncias
do passado. O congresso HDI de 2015 parecia um seminário sobre KCS. A maioria
das apresentações era sobre o tema. O assunto já foi mais do que debatido pelo mercado.
Com tantos desafios novos para a organização de tecnologia, o KCS é uma
redundância completa. Uma das palestras era um estudo de caso Mega Sistemas apresentada
pelo Giuliano Machado. A postagem “HDI 2015 – Como foi o maior congresso de
suporte técnico do Brasil – parte 2” (http://www.4hd.com.br/blog/2015/07/08/hdi-2015-como-foi-o-maior-congresso-de-suporte-tecnico-do-brasil-parte-2/, acessado em
22/07/2015) revelou a afirmação do Machado que afirmou que 60 a 85% dos itens
de conhecimento não são utilizados.
Qual
a vantagem de pagar caro para assistir a que foi considerada a melhor palestra
do congresso pelo Roberto Cohen e receber um conteúdo que revelou que apenas
15% dos itens de conhecimento foram utilizados? Qual investidor ou empresário
vai querer investir em uma empresa de tecnologia nacional que joga fora 85% do
projeto realizado. Qual diretória vai comprar treinamento para a sua equipe em
um evento onde o que foi considerado como melhor foi um estudo de caso com
aproveitamento de apenas 15% do investimento do projeto? O que as pessoas
aprendem em eventos assim? Não é muito melhor contratar os congressos da HDI
dos Estados Unidos e colocar a sua equipe em contato com conteúdo do ano de
2015 e com casos de sucesso? As empresas querem copiar os exemplos que
alcançaram mais de 80% de sucesso não 15%.