O
Produto Interno Bruto (PIB) é uma expressão numérica dos ativos físicos de um
país. Com base nele é possível comparar o desempenho produtivo dos países e a
performance histórica de um determinado país. A segunda década do século XXI está
sendo marcado pela transição dos modelos de negócios. Até o ano de 2010 a
economia mundial era baseada em modelos de negócios fundamentados em ativos
físicos. A partir do ano de 2016, os ativos virtuais como reputação, credibilidade,
confiabilidade, conhecimento e compartilhamento ganharam enorme importância na
economia mundial. Como consequência deste fenômeno é preciso evoluir a fórmula
para calcular o PIB.
Existem
diversos exemplos sobre como a nova TIC está impactando a renda da sociedade. A
chamada economia do compartilhamento introduziu novos modelos de negócio que
mudaram a dinâmica econômica dos países. O compartilhamento de um mesmo ativo
por várias pessoas restringe a produção e venda do mesmo. Isto significa que ao
mesmo tempo em que a economia ganha produtividade e dinamismo, ela também sofre
uma queda na produção no curto prazo que é visto na forma de desaceleração do
crescimento do PIB. Este é o motivo do Banco Mundial, Fundo Monetário
Internacional (FMI) e etc. estarem enxergando uma desaceleração do crescimento
do PIB mundial em 2016. Alguns economistas estão alardeando sobre os riscos de
uma nova crise econômica e de uma recessão mundial.
No
meu ponto de vista existe uma falta de entendimento do fenômeno que a economia
mundial está passando. Existe sim uma redução da produção e vendas dos ativos
no curto prazo causada pela escala do compartilhamento habilitado pela nova TIC.
É evidente que a AirBnB, Uber e outras empresas similares endereçam a demanda
das pessoas pelo compartilhamento de um mesmo ativo. Menos hotéis, menos carros
e menos ativos são produzidos e vendidos por causa da maior produtividade do
compartilhamento. Também é importante destacar que os recursos gerados pelo
compartilhamento não necessariamente gerarão novos investimentos. Em alguns
casos eles podem até mesmo ficar invisíveis na economia (eles podem ser o resultado
de uma operação como escambo ou moeda virtual ou dólar).
É
natural uma desaceleração do crescimento do PIB no curto prazo por conta da
maior produtividade do compartilhamento. No entanto, no médio e longo prazo as
perdas iniciais são plenamente recuperadas. Um bom exemplo de como a nova TI gera
um efeito econômico de médio e o longo prazo é o caso dos chamados Youtubers. O
artigo Sucesso no YouTube, adolescente vende estoque de 890 produtos em 2 dias (http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2016/01/18/sucesso-no-youtube-adolescente-vende-estoque-de-890-produtos-em-2-dias.htm,
acessado em 22/02/2016) registra este fenômeno com fidelidade.
O
jovem Thiago Elias ou Calango passou alguns anos construindo a sua reputação. Foram
anos em que ele desenvolveu uma comunidade sem gerar ativos físicos apenas
virtuais. Em 18 de dezembro 2015, ele com apoio da sua mãe e irmão resolveu
explorar a sua reputação e transformar os seus ativos virtuais em físicos (em outras
palavras riqueza monetária). A análise do PIB do Calango como é feita
atualmente vai registrar um salto de crescimento da sua riqueza, pois apenas no
final do ano de 2015 ocorreu a conversão dos ativos. É muito importante
destacar que na realidade nunca existiu este salto.
A
riqueza virtual do Calango nunca foi contabilizada no cálculo do seu PIB e o
modelo atual de cálculo faz com que ela só seja visualizada no processo de
conversão para ativo físico. Este é o motivo porque os economistas estão visualizando
uma desaceleração do crescimento do PIB mundial em 2016. Eles simplesmente ignoram
os ativos virtuais. É preciso rever a planilha de cálculo para que os números
expressem o dinamismo da economia habilitada pela nova TI.
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