segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Valor da Tecnologia

As situações em que é possível medir de forma direta o valor da tecnologia são raras, por isto quando aparece uma oportunidade é importante aproveitá-la.

 

A Suíça vem ocupando nos últimos uma posição entre os maiores exportadores de café do mundo. Ela compra café a quatro dólares por quilo e exporta por 30 dólares o quilo. Um lucro de 26 dólares sem ter plantado um único pé de café no seu território.

 

O Brasil vem ocupando a primeira posição na exportação de café. O país exporta o café a quatro dólares o quilo. Tem lucro. O país trabalha muito na produção de café e tem milhões de pés de café plantados. O problema é que é um lucro muito menor que os 26 dólares por quilo da Suíça.

 

A Suíça tem um lucro premium graça a sua tecnologia de encapsular o café e de criar um ecossistema para entregar um produto de excelente qualidade o tempo todo.

 

Neste ponto, muitos irão falar que a causa raiz da baixa lucratividade do café brasileiro é porque estamos exportando um produto agrícola em que o uso da tecnologia é baixo.

 

O real problema é que o Brasil enfrenta uma fuga de engenheiros e outros cérebros qualificados para o exterior e para o mercado financeiro. A baixa valorização profissional da engenharia no agronegócio é sem sombra de dúvida uma das causas do lucro superior da Suíça.

 

O artigo “Fazenda totalmente conectada em Mato Grosso reduz custos e potencializa ganhos” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/fazenda-totalmente-conectada-em-mato-grosso-reduz-custos-e-potencializa-ganhos.shtml, acessado em 02/10/2023) revelou o ganho de produtividade e lucratividade do uso da tecnologia no agronegócio. A tecnologia habilita um ganho de cerca de 330 reais por hectare, por conta da otimização dos custos e do crescimento da receita pela análise analítica dos dados da fazendo.

 

Os ganhos podem ser maiores ainda se forem eliminadas as perdas no transporte até os portos da soja e se as rotas e modais de transporte forem otimizados.

 

O problema é que a Internet das Coisas, a comunicação 5G, a indústria 4.0 e inteligência artificial são tecnologias estrangeiras e importadas, ou seja, explicitam a vulnerabilidade da indústria nacional que não contrata por capacitação.

 

É fácil perceber o fenômeno preconceito contra o cabelo branco nas contratações no artigo “Informalidade atinge mais brasileiros a partir dos 60 e deve pressionar Previdência” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/informalidade-atinge-mais-brasileiros-a-partir-dos-60-e-deve-pressionar-previdencia.shtml).

 

Para que o país explore as oportunidades da análise analítica dos dados e informações nas fazendas do agronegócio e conquista a lucratividade da Suíça, é preciso trabalhar com os melhores cérebros da engenharia.

 

Enquanto o Brasil não valorizar adequadamente a competência e a capacidade de todas as idades, o país vai amargar a posição de ser um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e um dos lucros mais magros do agronegócio.

 

A Suíça vem provando e comprovando dia a dia que é possível exportar conhecimento, capacitação e competência.

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