As situações em que é possível medir de forma direta o valor da tecnologia são raras, por isto quando aparece uma oportunidade é importante aproveitá-la.
A Suíça vem
ocupando nos últimos uma posição entre os maiores exportadores de café do
mundo. Ela compra café a quatro dólares por quilo e exporta por 30 dólares o
quilo. Um lucro de 26 dólares sem ter plantado um único pé de café no seu
território.
O Brasil
vem ocupando a primeira posição na exportação de café. O país exporta o café a
quatro dólares o quilo. Tem lucro. O país trabalha muito na produção de café e
tem milhões de pés de café plantados. O problema é que é um lucro muito menor
que os 26 dólares por quilo da Suíça.
A Suíça
tem um lucro premium graça a sua tecnologia de encapsular o café e de criar um ecossistema
para entregar um produto de excelente qualidade o tempo todo.
Neste
ponto, muitos irão falar que a causa raiz da baixa lucratividade do café
brasileiro é porque estamos exportando um produto agrícola em que o uso da
tecnologia é baixo.
O real
problema é que o Brasil enfrenta uma fuga de engenheiros e outros cérebros qualificados
para o exterior e para o mercado financeiro. A baixa valorização profissional
da engenharia no agronegócio é sem sombra de dúvida uma das causas do lucro
superior da Suíça.
O artigo “Fazenda
totalmente conectada em Mato Grosso reduz custos e potencializa ganhos” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/fazenda-totalmente-conectada-em-mato-grosso-reduz-custos-e-potencializa-ganhos.shtml,
acessado em 02/10/2023) revelou o ganho de produtividade e lucratividade do uso
da tecnologia no agronegócio. A tecnologia habilita um ganho de cerca de 330 reais
por hectare, por conta da otimização dos custos e do crescimento da receita
pela análise analítica dos dados da fazendo.
Os ganhos
podem ser maiores ainda se forem eliminadas as perdas no transporte até os
portos da soja e se as rotas e modais de transporte forem otimizados.
O problema
é que a Internet das Coisas, a comunicação 5G, a indústria 4.0 e inteligência
artificial são tecnologias estrangeiras e importadas, ou seja, explicitam a vulnerabilidade
da indústria nacional que não contrata por capacitação.
É fácil perceber
o fenômeno preconceito contra o cabelo branco nas contratações no artigo “Informalidade
atinge mais brasileiros a partir dos 60 e deve pressionar Previdência” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/informalidade-atinge-mais-brasileiros-a-partir-dos-60-e-deve-pressionar-previdencia.shtml).
Para que
o país explore as oportunidades da análise analítica dos dados e informações
nas fazendas do agronegócio e conquista a lucratividade da Suíça, é preciso
trabalhar com os melhores cérebros da engenharia.
Enquanto o
Brasil não valorizar adequadamente a competência e a capacidade de todas as
idades, o país vai amargar a posição de ser um dos maiores exportadores de
alimentos do mundo e um dos lucros mais magros do agronegócio.
A Suíça vem
provando e comprovando dia a dia que é possível exportar conhecimento,
capacitação e competência.
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