O artigo “M.Officer entra em recuperação judicial, com dívidas de R$ 53,5 milhões” (https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/09/12/mofficer-entra-em-recuperacao-judicial-com-dividas-de-r-535-milhoes.htm, acessado em 13/09/2023) revelou que mais uma empresa brasileira do varejo de roupas está enfrentando grandes dificuldades financeiras.
São mais
de R$ 50 milhões em dívidas. São 12 lojas físicas, gerando aproximadamente 130
empregos, produzindo e vendendo 200 mil peças nacionais de vestuário.
A empresa
afirmou que pandemia causada pelo novo coronavírus é
o principal motivo da dívida, pois ela derrubou as vendas em mais de 90%.
Também foi
afirmado que a situação financeira do grupo era delicada antes da pandemia por
causa da concorrência existente no mercado brasileiro.
E mais
recentemente a concorrência dos gigantes asiáticos aumentou mais ainda o desequilíbrio
econômico do grupo empresarial, pois eles vendem sem contratar funcionários
brasileiros e não estão submetidos a todos os impostos no Brasil.
A empresa
afirmou que as dificuldades na obtenção de capital de giro junto as instituições
financeiras estão prejudicando a continuidade das suas atividades e dos seus
fornecedores e colaboradores.
Para
entender melhor o cenário, vamos olhar cada uma das desculpas dadas para o
fracasso empresarial.
1. Pandemia
causada pelo novo coronavírus – A pandemia ocorreu em todo o planeta Terra,
logo todas as empresas foram afetadas, inclusive as asiáticas.
2. Situação
financeira do grupo delicada antes da pandemia – antes da pandemia e da concorrência
asiática, a empresa estava em situação de fragilidade.
3. Gigantes
asiáticos vendem sem contratar funcionários brasileiros – O comercio eletrônico
exige a contratação de pessoas para manter a plataforma, para a logística e
entrega.
4. Gigantes
asiáticos não estão submetidos a todos os impostos no Brasil – As empresas asiáticas
vendem em dólar e pagam fretes caros para entregar as roupas para os clientes.
5. Dificuldades
na obtenção de capital de giro junto as instituições financeiras – É consequência
das escolhas da alta administração do grupo.
Mais uma
vez, mais uma empresa em dificuldades acredita que fatores externos estão
inviabilizando o seu negócio.
Fatores que
impactaram todos os concorrentes são citados como grave problema. A pergunta
que não quer calar aqui é porque a empresa não criou um comercio eletrônico capaz
de competir com as empresas asiáticas durante a pandemia?
Muitas
empresas trilharam este caminho e investiram na mão de obra qualificada sem
perder talentos por causa do preconceito contra o cabelo branco, barriga etc. e
estão lucrando como nunca.
A ausência
de lojas não impediu o sucesso da Shein quando testou pontos presenciais no
Brasil. Muitos funcionários brasileiros foram contratados e muitos clientes
visitaram as suas lojas temporárias. Foi preciso estabelecer um tempo de permanência
dos clientes nas lojas (Abertura de loja da Shein em SP tem tumulto e brigas, https://www.poder360.com.br/brasil/abertura-de-loja-da-shein-em-sp-tem-tumulto-e-brigas-assista/).
O artigo “Shein:
oito motivos que fazem o e-commerce chinês ser tão forte no Brasil” (https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/shein-oito-motivos-que-fazem-o-e-commerce-chines-ser-tao-forte-no-brasil)
revelou que o capital intelectual impactou mais o seu negócio do que o capital
de giro.
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