Em
junho de 2019, a produção industrial brasileira registrou mais uma queda (A
indústria brasileira implodiu, não será fácil resgatá-la, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08/a-industria-brasileira-implodiu-nao-sera-facil-resgata-la.shtml,
acessado em 15/08/2019). Agora estamos apenas 20% do registrado nos anos 1980.
Se
consideramos apenas a evolução tecnologia e o crescimento da população nos últimos
40 anos, fica claro que o resultado alcançado é medíocre. É medíocre, mas não é
inesperado.
A
indústria nacional que fez tantas reengenharias, terceirizações primou por
selecionar e contratar funcionários despreparados. Todas as vezes onde praticas
medíocres, como o preconceito contra o cabelo branco prevaleceu em relação à
capacitação, competência e honestidade o resultado foi sempre o mesmo. Completo
fracasso.
Até
hoje, a indústria nacional não entendeu que a causa raiz do seu retumbante
fracasso é a falta de produtividade. Vem faltando há muito tempo produtividade
nos investimentos realizados e nas linhas de montagem do chão de fábrica.
Desde
os anos 1980s a indústria brasileira vem selecionando projetos medíocres para
serem executados. São iniciativas sem pé e nem cabeça baseadas em falácias cujo
resultado só pode ser perda total do capital investido.
Nos
raros casos onde os projetos eram consistentes, os times que os executavam
cometiam erros em cima de erros. Um projeto bom não é capaz de solucionar os
problemas causados por profissionais despreparados culturalmente e
intelectualmente.
No
Brasil, existem milhares de engenheiros competentes, mas a indústria preferiu
contratar os profissionais que inventam realizações. Na hora de fazer o
resultado, o trabalho gerado por estes colaboradores é mais do mesmo, ou seja,
perda total do investimento.
Qualquer
um que passa 40 anos gerando apenas lixo, chega ao destino dos fracassados. É por
isto que a indústria nacional é incapaz de competir no mercado mundial. Mesmo em
condições macroeconômicas generosas (real bastante desvalorizado e menor taxa Selic
da história recente brasileira), a nossa indústria perde em todas as disputas
por falta de inovação, qualidade e confiabilidade.
A
perda de competitividade acontece até mesmo no mercado interno onde os produtos
importados pagam impostos de importação de 35%. Nem mesmo as barreiras extraordinariamente
altas impostas aos importados para proteger a indústria nacional são capazes de
oferecer algum tipo de salvação. Salvar incompetentes é sem sombra de dúvida um
desafio Herculano.
O
fracasso alcançado é o resultado de práticas como a contratação de capital
intelectual seguindo o preconceito do cabelo branco. Quem contrata incompetência,
recebe incompetência. É simples assim.
Eu
ainda fico impressionado como as firmas nacionais gostam da água do fundo do
poço da mediocridade eterna. Recentemente o Itaú anunciou programa de demissão
voluntária (pdv) para funcionários acima de 55 anos (Itaú anuncia programa de
demissão voluntária, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07/itau-anuncia-programa-de-demissao-voluntaria.shtml).
Enquanto as empresas dos Estados Unidos buscam soluções para aumentar a
diversidade do seu quadro de colaboradores e explorar através de bons projetos
as oportunidades geradas pelo envelhecimento da população, o Itaú escolheu o
caminho oposto.
Optou
por reduzir ainda mais a participação dos cabelos brancos no quadro de
funcionários e diminuir ao máximo a diversidade da mão de obra (antes do pdv
eram 6.900 acima de 55 anos em um total de 85.160 funcionários, ou seja, apenas
8%).
O
histórico de fracassos da indústria brasileira (a família Itaú também participa
deste segmento) de nada serviu de alerta. Então que não reclamem quando
empresas como Google entrarem no sistema financeiro nacional e colocarem na
lona as empresas nacionais do segmento (Brasil é aposta para serviço de
pagamento online do Google, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2019/08/brasil-e-aposta-para-servico-de-pagamento-online-do-google.shtml).
O
lucro do Itaú cresceu 10% em um cenário onde o lucro dos seus maiores
concorrentes cresceu acima de 20% (Itaú Unibanco tem lucro de R$ 7 bi no
segundo trimestre, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07/itau-unibanco-tem-lucro-r-7-bi-no-segundo-trimestre.shtml).
Os geniais gênios brasileiros estão novamente em ação.
Em
poucos anos a empresa Amazon, colocou na lona os gigantes nacionais da Livraria
Saraiva e Cultura. Na empresa Amazon, os critérios para as contratações são a competência,
a capacidade e a honestidade. Os preconceitos não tem lugar no território do
lucro.
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