quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Análise da indústria brasileira


Em junho de 2019, a produção industrial brasileira registrou mais uma queda (A indústria brasileira implodiu, não será fácil resgatá-la, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08/a-industria-brasileira-implodiu-nao-sera-facil-resgata-la.shtml, acessado em 15/08/2019). Agora estamos apenas 20% do registrado nos anos 1980.

Se consideramos apenas a evolução tecnologia e o crescimento da população nos últimos 40 anos, fica claro que o resultado alcançado é medíocre. É medíocre, mas não é inesperado.

A indústria nacional que fez tantas reengenharias, terceirizações primou por selecionar e contratar funcionários despreparados. Todas as vezes onde praticas medíocres, como o preconceito contra o cabelo branco prevaleceu em relação à capacitação, competência e honestidade o resultado foi sempre o mesmo. Completo fracasso.

Até hoje, a indústria nacional não entendeu que a causa raiz do seu retumbante fracasso é a falta de produtividade. Vem faltando há muito tempo produtividade nos investimentos realizados e nas linhas de montagem do chão de fábrica.

Desde os anos 1980s a indústria brasileira vem selecionando projetos medíocres para serem executados. São iniciativas sem pé e nem cabeça baseadas em falácias cujo resultado só pode ser perda total do capital investido.

Nos raros casos onde os projetos eram consistentes, os times que os executavam cometiam erros em cima de erros. Um projeto bom não é capaz de solucionar os problemas causados por profissionais despreparados culturalmente e intelectualmente.

No Brasil, existem milhares de engenheiros competentes, mas a indústria preferiu contratar os profissionais que inventam realizações. Na hora de fazer o resultado, o trabalho gerado por estes colaboradores é mais do mesmo, ou seja, perda total do investimento.

Qualquer um que passa 40 anos gerando apenas lixo, chega ao destino dos fracassados. É por isto que a indústria nacional é incapaz de competir no mercado mundial. Mesmo em condições macroeconômicas generosas (real bastante desvalorizado e menor taxa Selic da história recente brasileira), a nossa indústria perde em todas as disputas por falta de inovação, qualidade e confiabilidade.

A perda de competitividade acontece até mesmo no mercado interno onde os produtos importados pagam impostos de importação de 35%. Nem mesmo as barreiras extraordinariamente altas impostas aos importados para proteger a indústria nacional são capazes de oferecer algum tipo de salvação. Salvar incompetentes é sem sombra de dúvida um desafio Herculano.

O fracasso alcançado é o resultado de práticas como a contratação de capital intelectual seguindo o preconceito do cabelo branco. Quem contrata incompetência, recebe incompetência. É simples assim.

Eu ainda fico impressionado como as firmas nacionais gostam da água do fundo do poço da mediocridade eterna. Recentemente o Itaú anunciou programa de demissão voluntária (pdv) para funcionários acima de 55 anos (Itaú anuncia programa de demissão voluntária, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07/itau-anuncia-programa-de-demissao-voluntaria.shtml). Enquanto as empresas dos Estados Unidos buscam soluções para aumentar a diversidade do seu quadro de colaboradores e explorar através de bons projetos as oportunidades geradas pelo envelhecimento da população, o Itaú escolheu o caminho oposto.

Optou por reduzir ainda mais a participação dos cabelos brancos no quadro de funcionários e diminuir ao máximo a diversidade da mão de obra (antes do pdv eram 6.900 acima de 55 anos em um total de 85.160 funcionários, ou seja, apenas 8%).

O histórico de fracassos da indústria brasileira (a família Itaú também participa deste segmento) de nada serviu de alerta. Então que não reclamem quando empresas como Google entrarem no sistema financeiro nacional e colocarem na lona as empresas nacionais do segmento (Brasil é aposta para serviço de pagamento online do Google, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2019/08/brasil-e-aposta-para-servico-de-pagamento-online-do-google.shtml).

O lucro do Itaú cresceu 10% em um cenário onde o lucro dos seus maiores concorrentes cresceu acima de 20% (Itaú Unibanco tem lucro de R$ 7 bi no segundo trimestre, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07/itau-unibanco-tem-lucro-r-7-bi-no-segundo-trimestre.shtml). Os geniais gênios brasileiros estão novamente em ação.

Em poucos anos a empresa Amazon, colocou na lona os gigantes nacionais da Livraria Saraiva e Cultura. Na empresa Amazon, os critérios para as contratações são a competência, a capacidade e a honestidade. Os preconceitos não tem lugar no território do lucro.


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