O
Brasil conseguiu a façanha de dividir a ciência da economia por dogma de fé.
Existem diversas correntes que criam versões da natureza. Infelizmente as
versões baseadas em fatos e aritmética básica são escassas no território
nacional. As previsões são claramente desmentidas pelos fatos.
Recentemente
foi afirmado e justificado que a reforma trabalhista iria criar empregos no
Brasil. Para os criadores desta versão, nada será como antes e o país criará
empregos e mais empregos com a flexibilização da lei trabalhista. Segundo eles,
as pessoas vão trabalhar como nunca antes na história do Brasil. Em dezembro de
2017, cerca de um mês do inicio da reforma trabalhista, os fatos desmentem as
versões.
O
artigo “Estácio de Sá demite 1,2 mil professores após reforma trabalhista” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1940980-estacio-de-sa-demite-12-mil-professores-apos-reforma-trabalhista.shtml?loggedpaywall&mobile,
acessado em 06/12/2017) revelou a demissão de cerca de 10% dos docentes da
organização. Parece que os gestores da universidade querem boicotar a versão da
criação de novos empregos.
Também
recentemente foi afirmado que as empresas estão demitindo os seus executivos e
contratando outros por salário menor. Mais uma vez, os fatos desmentem a versão,
pois em 2017 ocorreu aumento salarial dos executivos. O que realmente ocorreu é
que as oportunidades oferecidas incialmente por um salário menor foram
compensadas. Como o bônus por desempenho caiu em 2017 por conta dos resultados
fracos, fica claro que a oferta de remuneração inicial mais baixa era questão momentânea
e não estrutural. É muito importante observar o fenômeno completo. O artigo “Renda
total de executivos aumenta, mas bônus caem” (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2017/12/1940959-renda-total-de-executivos-aumenta-mas-bonus-caem.shtml)
revela que mais uma vez os fatos boicotaram as versões.
A
versão que a recessão aumentou a concorrência é mais uma vez desmentida pelos
fatos. O professor da FGV, Joelson Sampaio, afirmou que a queda da taxa de
juros no Brasil seria maior se houvesse um ambiente de maior concorrência entre
os bancos, pois a concentração bancária (de cada 5 reais movimentados, quatro
são realizados nos cinco maiores bancos - Citibank e HSBC saíram do Brasil durante
a recessão) limita a redução dos spreads. O artigo "Juros básicos devem
cair a menor nível em 21 anos; e as taxas dos bancos?” (https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/12/06/selic-cai-juros-dos-emprestimos-caem-bem-menos-consumidor-bancos.htm)
boicota a versão que a recessão aumentou a concorrência.
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