terça-feira, 5 de abril de 2022

Saltos de confusão

Recentemente eu li o artigo “Saltos de confusão” (revista Scientific American, 228 página 63). Os dois autores renomados internacionalmente, afirmaram que as pessoas que tiram conclusões precipitadas tendem a acreditar em teorias da conspiração, apresentam confiança em excesso e são mais passiveis de cometer erros.

 

Também foi afirmado que vários indivíduos são rápidos em “saltar” para as conclusões. Os psicólogos chamam este salto de “viés cognitivo” que é uma tendência ao erro mental, ou seja, conclusão embasada em uma ínfima evidencia.

 

As pessoas que fazem estes saltos de raciocínio frequentemente fazem escolhas com baixas chances de sucesso. Os autores estudaram diversas centenas de pessoas e concluíram que os saltadores cometem mais erros que os não saltadores nas escolhas que demandam uma análise mais cuidadosa.

 

No Brasil, nós temos os mercadores de falácias que são os saltadores que tiram conclusões absolutamente erradas dos fatos registrados na história.

 

Um destes mercadores concluiu com base em evidencias ínfimas que as pessoas que trabalham nas empresas não tomam decisões racionalmente.

 

O que o mercador ignorou nas suas conclusões é que os exemplos citados nas suas ínfimas evidencias são de empresas que fazem péssimas escolhas por conta do seu processo cognitivo e que muitas delas já faliram ou estão em processo avançado de falência.

 

Também existem os casos de empresas tão pequenas que não vão falir apenas porque tem estrutura de custos próxima ao zero que é também a expressão do seu faturamento.

 

É uma empresa do eu sozinho que eventualmente consegue algum trabalho e quase sempre gera resultados péssimos para o seu cliente. É o chamado fracasso do cliente.

 

Estamos falando neste caso de um segmento de mercado absolutamente insignificante em que apenas os fracassados estão atuando.

 

No mundo real, em que a bufunfa roda, as empresas fazem escolhas racionais e por isto crescem e aparecem. São empresas que não são atacadas pelos invasores digitais, porque um zé mané resolveu clicar em uma mensagem falsa, ou porque um outro zé mané pegou um pen drive esquecido em uma mesa e o introduziu no seu computador.

 

Estas empresas têm processos (sequencias logicas para as suas escolhas pequenas, médias e grandes). Os profissionais destas empresas não caem em golpes digitais e nem pagam por boletos falsos (recado importante. Antes de confirmar o pagamento de um boleto sempre olhe o destinatário, apesar do golpe ser velho e fartamente divulgado, ele está em alta).

 

No vídeo “Polícia prende mais de 20 pessoas suspeitas de golpes milionários por aplicativo” (https://g1.globo.com/go/goias/video/policia-prende-mais-de-20-pessoas-suspeitas-de-golpes-milionarios-por-aplicativo-10453754.ghtml) foi revelado que mais de R$ 3 milhões foram obtidos pelos malfeitores usando um golpe amplamente divulgado.

 

Este tipo de perda financeira é o resultado mais midiático das escolhas com base em evidencias ínfimas. É evidente que pessoas que não fazem escolhas racionais existem, mas também é evidente que elas são a minoria na população.

 

O dilema entre seguir a intuição e pensar bem simplesmente não existe nas empresas que movimentam a real bufunfa no mundo empresarial.

 

Os mercadores de falácias ignoram muitas coisas do mundo real para justificar as péssimas escolhas que eles fazem na sua vida profissional e pessoal.

 

Se o leve 3 e pague 2 fosse uma solução satisfatória não existiriam empresas falidas na face terrestre. É fácil perceber que a maioria faz uma escolha racional diante do leve 3 pague 2.

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