É
provável que os investimentos mundiais em tecnologia ultrapassem a fronteira
dos três trilhões de dólares em 2018. É sem sombra de dúvida um volume abissal
de dinheiro. No entanto, é preciso destacar neste momento de fartura que o
histórico dos ganhos de produtividade dos trabalhadores humanos gerados pela
tecnologia de informações e comunicações não acompanha o seu crescimento do
volume de capital investido.
Várias
empresas que investiram grandes volumes de dinheiro em tecnologia,
experimentaram por diversos anos ganhos medíocres em termos da produtividade do
trabalhador humano. Por causa deste fenômeno, as empresas escolheram investir
fortemente em 2018 em aplicações de inteligência artificial que trabalhem em
regime de colaboração com os funcionários humanos e que resolvam os problemas
do negócio.
Como consequência deste
fenômeno, os bots (robôs que são trabalhadores digitais que executam processos
automatizados) irão em 2018 substituir ou ampliar as funções executadas pelos
humanos (300 mil posições ocupadas por funcionários administrativos e aproximadamente
250 mil postos de trabalho ocupadas por vendedores humanos).
Para
alcançar os objetivos empresariais de inteligência aumentada dos trabalhadores
humanos, será preciso focar as aplicações de inteligência artificial na
execução de regras e fluxos de trabalho específicos. Desta forma os bots
trabalharão em regime de colaboração com os trabalhadores humanos. O resultado
previsto pelos empresários é o aumento da produtividade dos trabalhadores
humanos através das aplicações de inteligência artificial, tecnologias
vestíveis e etc. O grande desafio corporativo será fazer os seres humanos
trabalharem lado a lado com os robôs, pois a grande maioria dos trabalhadores
acreditam que a automação irá substituir as pessoas.
Na
realidade, os bots transformarão as funções executadas pelos trabalhadores humanos
através da inteligência aumentada. Por exemplo, as organizações do sistema
financeiro brasileiro utilizarão os bots para executar as atividades
repetitivas dos serviços bancários. O tempo dos funcionários será redirecionado
para as atividades de análise dos resultados da utilização dos serviços e para
o desenvolvimento de novas estratégias.
O
fator crítico de sucesso para a introdução da inteligência aumentada nas
organizações é o foco nos problemas do negócio. Para tal, é preciso caminhar um
passo por vez objetivando trabalhar com gols, regras e fluxos específicos. Os
gestores da corporação devem analisar a força humana de trabalho por segmento
de atuação empresarial para identificar qual problema de negócio pode ser
resolvido com a automação. Um caso típico de automação bem-sucedida foi de uma
empresa (poderia ser também condomínio residencial ou empresarial) que usava
rádios para a comunicação entre os funcionários. Todos (inclusive pessoas que
estavam próximas que não eram funcionários) escutavam as conversas que eram
realizadas em um canal único. Isto gerou diversos inconvenientes. A solução de
um comunicador pessoal invisível e de uma plataforma de comunicação resolveu o
problema do processo de comunicação.
As
alternativas para a inteligência aumentada geradas nos laboratórios de inovação
(e ambientes pilotos) exigem abordagens estruturadas. Os laboratórios de
inovação devem atuar como a entidade que lidera os processos de desenvolvimento
e testes das soluções antes que elas sejam adotadas na operação da empresa. As
empresas do segmento de energia monitoram os laboratórios de inovações para
identificar novas soluções que resolvam os problemas de segurança dos seus
trabalhadores de campo. Os laboratórios testam exaustivamente as soluções e
realizam pilotos antes que elas sejam introduzidas na operação das empresa.
Cada uma das ações realizadas pela inteligência artificial aumentada é avaliada
pelo laboratório até que exista um volume de informações grande o suficiente
para que seja possível tomar uma decisão sobre a efetividade da ação.
A
melhor forma para introduzir bots, chatbots e robôs como colaboradores dos
trabalhadores humanos e ampliar a sua inteligência é através da criação de um
contexto de atividades específico e restrito. Por exemplo, es empresas estão
disponibilizando assistentes virtuais para o CFO (Chief Financial Officer).
Estes assistentes analisam em tempo real a situação de diversos processos de, por
exemplo, pagamento e de recebimento que estão documentados nos sistemas (inclusive
Enterprise Resource Planning) e alertam o CFO em
tempo real sobre riscos, desvios, perdas e desperdícios.
Em
resumo, manter o foco das aplicações de inteligência artificial na experiência
do funcionário é a chave para alcançar o sucesso na inteligência aumentada dos
trabalhadores humanos. Apenas desta forma será possível evoluir positivamente
os conhecimentos e habilidades das pessoas em torno das competências que a
corporação deseja.
A
forma como os trabalhadores humanos percebem as suas interações com a empresa
impacta fortemente o seu nível de produtividade e engajamento. Em outras
palavras, afeta o relacionamento da organização com os seus clientes, pois
estamos falando da habilidade dos funcionários humanos de serem produtivos e
entregarem conteúdos completos e relevantes. A experiência dos usuários em
relação ao seu trabalho realizado na organização é fortemente influenciada pelo
significado das suas atividades para o sucesso das entregas da empresa.
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