sexta-feira, 24 de maio de 2024

25 de maio de 2024. Dia da Indústria.

Salve a indústria brasileira. Salve a indústria do Rio Grande do Sul. Direcionaremos (dentro do possível) as nossas compras para indústria do Rio Grande do Sul. Que ela e os gaúchos se recuperem rapidamente dos desafios climáticos.

 

Nos próximos dias, diversos encontros discutirão com especialistas em inteligência artificial, as oportunidades e desafios criados por esta tecnologia.

 

O Brasil é um país estranho, pois são raros os especialistas que conhecem em detalhes os algoritmos e os processos de treinamentos dos sistemas inteligentes disponíveis no mercado nacional.

 

Chamar de especialista quem desconhece em detalhes os algoritmos dos dispositivos inteligentes é algo que causa espécie, mas tal fenômeno já ocorreu com a introdução do microcomputador nas corporações e aparentemente ocorrerá na transformação dos processos habilitada pelos sistemas inteligentes na indústria nacional.

 

É evidente que não é preciso conhecer o funcionamento dos componentes de um carro para poder dirigir, no entanto, o melhor motorista do mundo só pode ser considerado como um especialista se estamos falando sobre como usar um carro nos passeios, viagens, deslocamentos etc.

 

Não vale a pena divagar sobre o uso do termo especialista no momento da introdução da inteligência artificial na indústria, pois já existem casos em que o conhecimento superficial é tratado como conhecimento especialista.

 

O artigo “ChatGPT inventa casos que não existem após advogado usar IA em processo contra companhia aérea” (https://www.terra.com.br/byte/chatgpt-inventa-casos-que-nao-existem-apos-advogado-usar-ia-em-processo-contra-companhia-aerea,60a894454731aad1e66e332014335cd3aqy0u1kr.html, acessado em 24/05/2024) revelou a criação de fatos falsos pela inteligência artificial.

 

É fácil perceber que saber usar um sistema inteligente, não fez da pessoa um especialista na tecnologia. A falta de conhecimento do advogado sobre o algoritmo e o processo de treinamento da inteligência artificial gerou o uso de fatos falsos no processo e perdas financeiras e de reputação.

 

A indústria brasileira que já enfrenta o enorme desafio de maquinário obsolescente (Foi revelado máquinas obsolescentes e superação do tempo de uso, “Produtividade da indústria não acompanha aumento dos salários, aponta Fiesp”, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/05/produtividade-da-industria-nao-acompanha-aumento-dos-salarios-aponta-fiesp.shtml) não pode cair no canto da sereia propagandeado por alguns.

 

É preciso ter um mínimo de conhecimento dos algoritmos e processo de treinamento para detectar quando o sistema inteligente entrou no modo alucinação e gerou resposta com fatos falsos.

 

Mais ainda, os especialistas precisam entender como foi o processo de treinamento do sistema inteligente, pois a maioria das bases de conhecimento usadas no processo de treinamento das inteligências artificiais são dados e informações da indústria dos Estados Unidos.

 

A realidade da indústria brasileira e dos Estados Unidos é muito diferente e um sistema inteligente treinado com bases de conhecimento norte americano, pode gerar resultados que são impossíveis de serem alcançados pela realidade brasileira.

 

Por exemplo, a indústria brasileira trabalha com máquinas obsoletas de 15 anos e quase 40% já ultrapassaram o tempo de uso recomendado pelo fabricante.

 

O nível de obsolescência da indústria dos Estados Unidos é muito diferente do nível encontrado na indústria brasileiro, ou em outras palavras, um sistema inteligente treinando dentro dos paramentos da indústria norte americana provavelmente gerará respostas incompatíveis com a realidade nacional.

 

Para que a indústria brasileira explore as oportunidades e mitigue as ameaças geradas pela inteligência artificial, é preciso que ela trabalhe com especialistas que entendam sobre tanto os algoritmos, quanto o processo de treinamento do sistema inteligente.

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