O artigo “Faltam programadores e as softwares-houses apenas rezam” (https://www.4hd.com.br/blog/2021/06/25/faltam-profissionais-de-ti-e-as-softwares-houses-apenas-rezam/, acessado em 01/07/2021) é bastante esclarecedor sobre a miséria no ensino no Brasil.
A falta
de infraestrutura básica para o ensino não é um problema apenas para os treinamentos
gratuitos ou não em linguagens de programação. Ela é um problema para o ensino
básico do brasileiro.
Enquanto a
população brasileira sofre com efeitos negativos da pandemia, o governo dorme
em berço esplendido e fica esperando pelo papa para realizar os leilões do 5G. É
importante deixar claro que nos locais em que a internet é deficiente a rede
sequer é 3G.
A maioria
dos que atacam as escolas fechadas nunca em momento algum da sua vida defenderam
uma supervia de comunicação de internet para os alunos das escolas públicas.
São pessoas
que praguejam pela via política e são incapazes de realizar uma única sinapse
ao longo da sua existência. Por que adoto palavras tão duras na introdução do
artigo?
A resposta
é muito simples. Aprender uma linguagem de programação não torna uma pessoa um
programador. Para ser um programador é preciso ter os conhecimentos do ensino
básico.
É preciso
conhecer na sua plenitude a língua falada pelos interlocutores. Esta necessidade ocorre, porque as
necessidades e funcionalidades do software que será desenvolvido estão na
cabeça dos usuários.
É preciso
criar um canal de comunicação funcional para extrair o que deve ser feito no
desenvolvimento do software. Também é preciso o entendimento da matemática,
para formular construções lógicas coerentes dentro do aplicativo.
A lógica
é importante, mas não é condição necessária e suficiente. Com o desenvolvimento
ágil é preciso criar um produto mínimo viável que permita a sua evolução ao
longo do tempo.
Isto significa
que é preciso trabalhar com um orçamento faseado em que as etapas posteriores têm
elevado grau de imprevisibilidade. Como o volume de recursos não é infinito é
preciso constantemente avaliar a relação entre o custo e benefício de cada uma
das atualizações. Como o programador é o responsável pelo custo, ele precisa ter sólidos
conceitos matemáticos.
O desafio
não acaba aí. É preciso conhecer história e a cultura para desenvolver um
software em que o usuário consiga usar de forma intuitiva. É mais um
conhecimento do ensino médio.
Os que desejam
bons programadores e que nada fazem para pressionar o governo na direção da
melhoria do ensino básico estão perdendo a corrida para os indianos e chineses
e vão continuar com as perdas nas próximas décadas. Se é que os CNPJs vão
sobreviver por mais alguns anos.
Já passou
da hora da sociedade brasileira parar com as brigas inúteis e passar a exigir coisas
que realmente importam. O ensino transformou os tigres asiáticos, a Coréia, a
China, o Japão, o Chile etc.
Nada
indica que o Brasil é diferente. Não é apenas uma questão de infraestrutura
(computador, internet etc.). É uma questão de qualidade do ensino.
É um
absurdo que um estado do sul maravilha não seja capaz de oferecer algo tão
simples como uma boa infraestrutura para os seus jovens estudarem durante a
pandemia do novo corona vírus.
Bilhões de
reais são perdidos em recursos não utilizados pelos governos. Basta canalizar
os esforços para enxergar as soluções mais obvias. Ah!!! Não consegue ver o óbvio?
Então chame quem consegue ver.
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