É
indiscutível o papel cultural e simbólico do Museu Nacional do Rio de Janeiro e
da Catedral Notre-Dame da França. Os dois locais representam de forma absoluta
a sagacidade e tenacidade da sua população. Os dois locais sofreram incêndios
terríveis. A destruição destes dois templos gerou grande comoção.
Enfim,
são muitas semelhanças no impacto da catástrofe. No entanto, o plano concreto
de ações é de uma diferença gigantesca. Em poucos dias, as doações para a
recuperação da Catedral Notre-Dame chegaram à casa dos bilhões e em muitos
meses as doações para a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro superaram
ligeiramente a casa de um milhão de Reais (Destruído por incêndio, Museu
Nacional recebeu R$ 1,1 milhão em doações, https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2019/04/destruido-por-incendio-museu-nacional-recebeu-r-11-milhao-em-doacoes.shtml,
acessado em 22/04/2019).
Muitos
podem pensar que a diferença abissal das doações é consequência do tamanho da
economia brasileira e francesa. Esta linha de raciocínio está profundamente
equivocada. O artigo “Saiba quem é a bilionária brasileira que doou R$ 88
milhões para a reconstrução da Notre-Dame” (https://glamurama.uol.com.br/saiba-quem-e-a-bilionaria-brasileira-que-doou-r-88-mi-para-a-reconstrucao-da-notre-dame/)
revelou a que a doação realizada por de uma bilionária brasileira para a
recuperação da Catedral Notre-Dame é maior que o valor total arrecadado em
doações para a recuperação do Museu Nacional. Isto significa que caso ela tenha
doado recursos para os dois casos, a doação para a Catedral foi muito maior.
O
que é capaz de gerar um comportamento tão diferente? A grande diferença nos
dois casos é que as pessoas que estão doando para a recuperação da Catedral
Notre-Dame confiam que os recursos doados serão usados com eficiência e
eficácia. Todos acreditam que será formatado um bom projeto e que existirá
maximização da produtividade.
No
caso do Museu Nacional, as pessoas não confiam na capacidade de seleção e dos
escolha dos responsáveis pela recuperação. Este é o motivo por que os doadores
escolheram doar um valor irrisório em relação ao seu patrimônio. Eles têm
tamanha certeza que existirá uma minimização da produtividade que doam apenas um
valor na linha "dinheiro de pinga".
Muitos
perguntam por que eu bato na tecla da produtividade nacional por tanto tempo.
Este é um dos casos onde é perfeitamente possível observar o impacto da baixa
produtividade da economia brasileira em uma iniciativa de alta relevância.
O
histórico de baixa produtividade brasileira faz com que as pessoas acreditem
que todas as iniciativas realizadas no território nacional consumirão a maior
parte dos recursos em desperdícios, perdas e retrabalhos. Infelizmente, este
péssimo histórico impactou negativamente as doações para a recuperação do Museu
Nacional do Rio de Janeiro.
Seria
muito importante que os dirigentes do atual governo reflitam como a nossa baixa
produtividade está afastando os investidores estrangeiros do Brasil. As reformas
da economia são muitos importantes para a recuperação da economia nacional, no
entanto, é muito mais rápido e fácil elevar a produtividade do trabalhador
brasileiro. Este deveria ser o alvo da primeira reforma.
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