quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Crise na desigualdade brasileira

Recomente foi publicado um estudo sobre a desigualdade no Brasil que revelou que ela não diminuiu durante o governo do PT (Desigualdade de renda no Brasil não caiu entre 2001 e 2015, aponta estudo, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/09/1916858-desigualdade-no-brasil-nao-caiu-desde-2001-aponta-estudo.shtml, acessado em 13/09/2017).

Não é o primeiro estudo que faz tal revelação pois o trabalho divulgado em 2015 do Marcelo Medeiros, Pedro Ferreira de Souza (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas e Universidade de Brasília) e Fábio Avila de Castro (Universidade de Brasília) revelou que inexistiu queda da desigualdade nos últimos 20 anos (fonte: A fraude que a esquerda engoliu, http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2016/04/1763282-a-fraude-que-a-esquerda-engoliu.shtml, acessado em 13/09/2017).

O boletim de análise publicado em junho da Fundação João Mangabeira também afirmou que não ocorreu o ciclo recente de distribuição de renda dito na propaganda dos governos do PT (fonte: A desigualdade, que nunca caiu, volta a sangrar, http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2017/07/1902189-a-desigualdade-que-nunca-caiu-volta-a-sangrar.shtml, acessado em 13/09/2017).

Os membros do PT evidentemente discordam de tais estudos e contestam os números. Em 2014 o Sergei Soares ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o Marcelo Neri ex-ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República publicaram vários artigos afirmando que a desigualdade diminuiu durante o governo do PT (Sergei Soares: Um país mais igualitário, sim, http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1470355-sergei-soares-um-pais-mais-igualitario-sim.shtml e Desigualdade do capital em queda, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/172924-desigualdade-do-capital-em-queda.shtml, acessado em 13/09/2017). Os números apresentados pelos autores dos artigos eram bastante inconsistentes em relação a realidade do pais.

O grande problema dos números apresentados pelos defensores do PT era que eles eram baseados na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad). Muitos ou todos mentem para menor sobre a sua renda total, porque a extrema violência brasileira gerou um clima de medo nas pessoas. Uma vez, a minha gerente de um banco perguntou qual era o meu capital total e eu respondi que não me sentia confortável com a pergunta. Que ela deveria trabalhar apenas com o valor que eu tinha investido no banco.

Existe uma enorme sensação de insegurança no território brasileiro. Em outras palavras a Pnad não é capaz de capturar a renda total das pessoas e famílias e por isto não serve como mecanismo para medir a desigualdade. A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios em termos de medição da desigualdade serviu apenas para que os enfeitiçados pelo grande líder (molusco mor) criarem uma nuvem de mentiras que apontava para a redução da desigualdade no Brasil. 

Eu gosto dos números porque eles são incapazes de esconder os fatos da realidade. Ao observarmos que os trabalhadores foram os grandes prejudicados na gestão do PT por cederem parte da sua renda para os mais ricos (redução da renda de 34% para 32%) fica claro porque estamos atravessando em 2017 a maior crise da história deste pais.


Ao abdicar do trabalho como ferramenta de prosperidade o Brasil escolheu conviver com uma forte recessão que inibirá qualquer tipo de avanço dos indicadores sociais até 2025. Após 2025, o país vai entrar no declínio do seu bônus demográfico em situação de renda bruta total pior do que a do ano de 2010. Serão duas décadas perdidas. Parabéns aos mentirosos da nova matriz econômica.

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