terça-feira, 20 de maio de 2025

O Brasil está pronto para o reconhecimento facial? – Parte 4

O artigo “Biometria da Dataprev para aposentados não tem dados verificados e é alvo de fraudes” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/05/biometria-da-dataprev-para-aposentados-nao-tem-dados-verificados-e-e-alvo-de-fraudes.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo, acessado em 19/05/2025) revelou o nível de fragilidade dos sistemas públicos no Brasil.

 

Para o sistema de reconhecimento facial funcionar para uma ampla gama de dispositivos no Brasil, é preciso configurar ele para uma resolução muito baixa, ou seja, existe um grau de imprecisão bastante elevado no reconhecimento de um rosto.

 

O motivo desta configuração é que as fotos tiradas nos celulares mais populares têm baixa resolução. Os malfeitores que conseguiram acesso as contas da plataforma Gov.br explorando a característica “pixels” maiores da configuração e usaram fotos embaçadas para alcançar o seu objetivo.

 

As fragilidades do sistema de reconhecimento facial são facilmente percebidas por aqueles que pensam alguns segundos sobre como configurar o sistema para que ele aceite fotos de alta e baixa resolução. Os malfeitores não são burros. Eles fazem a análise analítica dos fatos e informações para estabelecer um estratagema de ataque.

 

Após ganhar acesso a conta da sua vítima, o malfeitor pode criar   uma assinatura digital “falsa” para comprar bens e serviços, para contrair empréstimos etc.

 

A vítima que foi atacada pela exploração de uma vulnerabilidade de configuração do sistema de reconhecimento facial ganha um ônus enorme, pois ele não tem nada para provar que ele não foi o autor e que o problema foi gerado por uma terceira parte.

 

A falha do gerenciamento da segurança da plataforma, criou um sistema de responsabilidade em que a vítima é prejudicada duplamente.

 

As perdas causadas por este tipo de falha poderão superar a casa do bilhão de reais, ou seja, o processo de validação das transações não pode ser inconsistente.

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