terça-feira, 23 de abril de 2024

Quem disse que não pode piorar?

Recentemente o presidente do Brasil afirmou que o país não precisa da tecnologia de inteligência artificial, por causa da capacidade do povo de enfrentar desafios ("Brasil não precisa de inteligência artificial", diz Lula em evento em Pernambuco, https://www.terra.com.br/byte/brasil-nao-precisa-de-inteligencia-artificial-diz-lula-em-evento-em-pernambuco,0d02aa1f951f21782752aa2e04793e5boox020aq.html#:~:text=O%20presidente%20Luiz%20In%C3%A1cio%20Lula,pa%C3%ADs%20n%C3%A3o%20precisa%20da%20tecnologia., acessado em 23/04/2024).

 

Em menos de um mês, vieram à tona fatos que revelam como o Brasil precisa da tecnologia de inteligência artificial e como as pessoas estão despreparadas para enfrentar os desafios do século XXI.

 

O artigo “Governo recupera R$ 2 mi e suspeita de cooperação de servidores em invasão” (https://noticias.uol.com.br/colunas/leticia-casado/2024/04/23/governo-milhoes-invasao-sistema.htm) revelou que três gestores caíram em golpe que deixou vulnerável a conta no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e um deles caiu no golpe duas vezes.

 

Uma inteligência artificial focada em segurança digital teria alertado os gestores sobre a tentativa de golpe e teria impedido o desvio de pelo menos 3,5 milhões de reais.

 

É como dizem por aí: Quem fala demais tem a boca queimada.

 

No artigo “Empresários são alvos da PF por suposto desvio milionário do SUS” (https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/04/23/empresarios-sao-alvos-da-pf-por-suposto-desvio-de-r-30-milhoes-do-sus.htm) foi revelado que organizações sem fins lucrativos foram usadas para fraudar licitações e desviar recursos públicos da saúde durante a pandemia da covid-19.

 

É mais um caso em que a inteligência artificial pode ser utilizada para inviabilizar as ações dos malfeitores. A capacidade do povo de enfrentar desafios permitiu o desvio de R$ 14 milhões.

 

O Brasil pode escolher entre a racionalidade da otimização dos recursos e a soberba das perdas infinitas. Eu recomendo escolher a racionalidade.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Mudou, mudou e ficou a mesma coisa

Durante décadas eu venho escutando maravilhas sobre a governança e a gestão de mudanças dos bancos tradicionais brasileiros.

 

Como é habitual é muito falatório e pouco resultado. Desde o final do mês de março de 2024, o App de um grande banco nacional vem apresentando problemas no pagamento de contas.

 

Quando o usuário seleciona o botão de pagar contas e escolhe ler o código de barras ou digitar o código de barras o aplicativo trava e fecha notificando que a sessão foi encerrada.

 

Já reportei o problema para o banco e recebi como resposta que o app estava funcionando normalmente e foi sugerido para reinstalar o aplicativo.

 

Na segunda reclamação, o banco admitiu que o app estava com problema e uma nova versão seria disponibilizada no dia 15 de abril. Não foi.

 

Nas interações seguintes, foram sugeridas soluções de contorno que não funcionam e soluções de volta a “idade da pedra” como pagar as contas no caixa físico de agência ou no caixa eletrônico.

 

É um banco que gasta milhões em publicidade para exaltar a sua excelência operacional e não consegue resolver um problema simples, pois o botão pagar contas funcionava no começo de março de 2024.

 

Na última interação com a central de atendimento do banco, eles afirmaram que uma nova versão do app seria publicada em breve (não citou quando) e caso o problema continue, eles solicitaram o envio do meu CPF, da agência e número da conta, da versão do sistema operacional, da versão do aplicativo, da marca e modelo do celular e de um print da tela com data e horário do acontecimento.

 

É o mesmo de sempre, solicitam um monte de informações inúteis para a correção do problema, pois a falha do app não tem relação com o meu CPF, conta etc.

 

Se existe alguma dependência do app com o sistema operacional, marca e modelo do celular etc. é só a área de testes homologar um ambiente de produção em que o botão pagar contas funcione.

 

Como tudo funcionava no começo de março de 2024 neste celular, nesta conta corrente, neste CPF e a única coisa que mudou foi a versão do aplicativo, então é obvio para os seres racionais que o problema é do app e é lá o foco da solução.

 

Infelizmente a central de atendimento do banco é incapaz de perceber o obvio e ululante. Eles preferem criar distrações para mascarar a incompetência e a incapacidade.

 

É o triste relato de um país que insiste em andar para trás.

 

 

 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Liberdade de expressão

Recentemente assistimos a um debate entre o dono de uma rede social e de um ministro do Supremo Tribunal Federal. No debate o dono da rede social alegava estar defendendo a liberdade de expressão (ele afirma que é contra a censura) e o ministro alegava que existem limites para a liberdade de expressão.

 

Em geral, os cidadãos dos Estados Unidos têm um nível elevado de coerência e lógica nas suas argumentações, no entanto, neste caso o dono da rede social partiu para o ataque desprezando a lógica e a coerência.

 

Ele alega ser contra a censura e a favor da liberdade de expressão, no entanto, para fazer parte da sua rede social é preciso concordar com um determinado termo de uso.

 

O termo de uso determina os comportamentos inaceitáveis dos usuários e as regras para o seu bloqueio, ou seja, é uma limitação da liberdade de expressão dos usuários e é uma forma de censura das postagens.

 

É interessante ver que o dono da rede social consegue ver a censura do ministro do supremo e não consegue ver que a rede social dele também censura.

 

O blogueiro não tem interesse em se posicionar de um lado ou do outro, pois entende que existem graves erros nos posicionamentos dos dois lados.

 

O blog apenas quer destacar que existe uma profunda falta de coerência nas alegações do dono da rede social em relação a liberdade de expressão praticada por ele e a liberdade de expressão praticada por terceiros.

 

Uma outra falta de coerência está relacionada com o núcleo do debate realizado. O dono da rede social reclama que está bloqueando as contas dos seus usuários, no entanto, o termo de uso da rede social afirma que as postagens publicadas são de inteira responsabilidade de quem as publicou.

 

Em outras palavras, o termo declara claramente que a rede social não tem qualquer responsabilidade pelo conteúdo publicado pelos seus usuários.

 

Neste caso, quem deveria reclamar do bloqueio das contas, da censura, da eliminação de conteúdo etc. é quem publicou, ou seja, não é papel do dono da rede social reclamar sobre a censura de conteúdo publicado por terceiros.

 

Infelizmente, foi dado “muito pano para manga” neste assunto para os dois debatedores. Este é o motivo pelo qual, o blog não cita os nomes dos envolvidos.

 

A falta de lógica, coerência não pode virar ferramenta de divulgação de empresários e ministros.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Conceitos, plataformas e aplicações da inteligência artificial (IA) parte 1

A inteligência artificial está presente no dia a dia das pessoas de muitas formas (ferramentas que respondem aos clientes por meio de um chat, algoritmos complexos de aprendizado de máquina que preveem a trajetória de um sistema produtivo etc.).

 

Até o momento, IA não é uma máquina senciente que raciocina como um ser humano, ela é uma máquina que identifica padrões com um determinado foco (restrito) que complementa o raciocínio humano.

 

A IA é em outras palavras, uma ferramenta de reconhecimento de padrões que é executada em uma escala de análise muito além da capacidade humana (ela substitui os humanos em algumas atividades, mas não em todas).

 

Como a IA é um modelo matemático, ou seja, uma simplificação da realidade, ela produz resultados aceitáveis que nem sempre são perfeitos, ou seja, as pessoas devem ter a capacidade de intervir, de observar os dados e de raciocinar usando os resultados gerados pelo sistema inteligente.

 

É preciso reconhecer que a tecnologia de IA atual tem limites, no entanto é também importante entender que ela é bastante poderosa.

 

Os processos complicados são simplificados pela capacidade da IA de identificar padrões e de fazer inferências com base nos padrões encontrados.

 

É fato reconhecido que a IA não é uma inteligência verdadeira e que ela é tendenciosa em função dos dados usados no seu processo de treinamento.

 

A IA é útil para que as empresas e consumidores resolvam os problemas do mundo real, no entanto, é preciso entender que estamos longe de máquinas que podem realmente tomar decisões independentes ou gerar conclusões sem o processo de treinamento adequado. É importante destacar neste momento que em diversos casos a IA confirma os vieses humanos, em vez de eliminá-los.

 

A IA é um sistema projetado para modelar o comportamento e a inteligência humana através da combinação de um gigantesco conjunto de dados com algoritmos inteligentes.

Ela é capaz de analisar, entender, tomar decisões e previsões sobre estados futuros. Para fazer previsões precisas, os sistemas inteligentes exigem grandes quantidades de dados para o seu processo de treinamento e aprendizado.

 

Os dados usados no processo de treinamento são capturados de várias fontes. Os algoritmos de IA processam, analisam e organizam os dados em um determinado formato.

 

É importante destacar neste momento que existe um grave problema com os dados que está passando despercebido por diversas pessoas.

 

O gráfico Frequency of dataset usage by country (https://2022.internethealthreport.org/wp-content/themes/ihr-2022/library/datavis/dataset_sources.html, acessado em xx/xx/2024) revela que a maioria dos dados utilizados no processo de treinamento são dados dos bancos de dados dos Estados Unidos.

 

Como as realidades dos países são diferentes, o uso intenso de dados dos Estados Unidos no processo de treinamento de uma IA, vai fazer com que ela tenha comportamento da sociedade dos Estados Unidos.

 

Em diversos casos, este cenário pode gerar graves distorções nos resultados da IA, caso a sociedade tenha comportamento muito diferente da sociedade dos Estados Unidos.

 

Os algoritmos são o cérebro dos sistemas inteligentes e eles são projetados para analisar e interpretar os dados, identificar padrões e fazer previsões ou tomar decisões.

 

A captura contínua de novos dados e a reciclagem dos modelos matemáticos permitem que os sistemas inteligentes se adaptem as mudanças e melhorem o seu desempenho.

 

O principal processo de funcionamento de uma IA envolve as seguintes dimensões:

 

Machine learning: Ramo da IA de desenvolvimento de algoritmos e modelos estatísticos que permitem que os sistemas inteligentes aprendam e melhorem com os dados sem a necessidade de programação.

Deep learning: Campo de aprendizado de máquina que imita o funcionamento das redes neurais do cérebro humano, usando várias camadas de redes artificiais para aprender e entender os padrões e as configurações dos dados.

 

Redes neurais: Modelo computacional, inspirado na estrutura e função do cérebro humano, que pode processar e analisar grandes quantidades de dados para reconhecer padrões, fazer previsões ou classificar informações.

 

Processamento de linguagem natural: Ramo da IA que se concentra na interação entre computadores e linguagem humana, permitindo que as máquinas entendam, interpretem e gerem textos em linguagem humana.

 

Visão computacional: Ramo da IA que permite que as máquinas interpretem e entendam informações visuais de imagens ou vídeos.

 

Computação cognitiva: Sistema inteligente que simula a inteligência humana e interage com os seres humanos de uma forma natural e intuitiva.

 

Os recursos de reconhecimento de padrões da IA permitem o reconhecimento de imagens, a conversação em linguagem natural e o entendimento dos padrões de escrita dos seres humanos através das conexões feitas entre os diferentes tipos de dados.

 

A identificação das anomalias nos padrões permite a criação automatizada de estratégias e de previsões acuradas.

 

Os seres humanos têm grandes dificuldades na verificação de um grande volume de dados, por isto as máquinas inteligentes são mais efetivas na descoberta de padrões.

 

As máquinas inteligentes quando encontram os pontos fora da curva que contradizem os dados usados no processo de treinamento facilmente que os seres humanos.

 

É por isto que os melhores aplicativos de IA são fortemente focados e combinam o raciocínio humano com a capacidade do aprendizado de máquina.

 

Até pouco tempo atras, as aplicações de IA estavam concentradas na análise financeira dos balanços e na percepção do consumidor no processo de atendimento.

 

Atualmente, os projetos de IA estão focados na experiência do cliente e na otimização de custos, pois os bots inteligentes são capazes de executar a maioria das atividades do atendimento ao cliente.

 

Os funcionários precisam cuidar apenas dos casos que exijam a humana.

 

O uso de sistemas inteligentes vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, pois a automação reduziu sobremaneira a necessidade de trabalhadores humanos no atendimento ao cliente.

 

As corporações estão usando as aplicações inteligentes na análise de negócios e na análise prescritiva.

 

A análise de negócios é um conjunto de processos que modelam o estado atual de um negócio com o objetivo de prever onde ele estará se for mantida a trajetória atual do empreendimento e de modelar o potencial futuro da organização se ocorrer um determinado conjunto de mudanças.

 

A análise prescritiva busca encontrar o melhor resultado possível para o negócio, via ajuste do rumo atual da organização. Em diversos casos ela só é possível com a ajuda da inteligência artificial.

 

A análise analítica inteligente está em franca ascensão no mundo empresarial, no entanto, existem diversos usos da IA nas corporações.

 

Recrutamento e seleção: A IA agiliza o processo de recrutamento, pois ela seleciona mais rapidamente e de forma independente e sem viés um número maior de candidatos adequados para a posição que um humano.

 

Detecção de fraudes: A IA é capaz de perceber melhor que os humanos as diferenças sutis e os comportamentos irregulares de fraude financeira.

 

Cibersegurança: A IA detecta melhor que os humanos os indicadores de invasões, de roubos de identidade, de tentativas de corromper a privacidade e de outros problemas de segurança digital.

 

Gerenciamento de dados: A IA categoriza os dados brutos e encontrar relações entre eles que até então eram desconhecidas.

 

Relacionamento com o cliente: Os chatbots inteligentes conversam com os humanos graças ao processamento de linguagem natural e viram a primeira linha de atendimento ao cliente.

 

Saúde: Existem aplicativos inteligentes capazes de detectar o câncer e outras doenças antes dos médicos e podem fornecer retorno para o paciente com base nos registros e tendências de longo prazo.

 

Tendências de mercado: Os sistemas inteligentes podem ser treinados para prever as tendências dos mercados financeiros, ciando assim uma vigorosa vantagem competitiva para a empresa.

 

Otimização do consumo de energia: Os sistemas inteligentes simplificam o uso de energia nos edifícios, cidades etc. e fazem previsões acuradas para o planejamento do uso do petróleo, gás etc.

 

Marketing: Os sistemas inteligentes podem ser treinados para personalizar a comunicação das empresas com os indivíduos economizando dinheiro e gerando melhores resultados que as campanhas tradicionais de marketing.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Falta de capital intelectual

Em diversas postagens, foram postadas no blog explicações sobre o custo da falta de capital intelectual no Brasil.

 

Em recente debate sobre o impacto da tecnologia no agronegócio, o meu interlocutor saiu com esta perola da sabedoria rasa: “nós vendemos soja para a China e compramos tecnologia para o campo e está tudo certo porque o crescimento do PIB do agronegócio é significativo nos últimos anos”.

 

A análise rasa de um fenômeno tem o grave problema de desconsiderar diversos componentes do sistema e de gerar um resultado falacioso.

 

É plena verdade que o PIB do agronegócio vem crescendo significativamente nos últimos anos e que uma boa parte deste crescimento vem do uso de tecnologias que aumentaram fortemente a produtividade do campo.

 

O problema (que aliás não é novidade) é o fato de toda a tecnologia de equipamentos e inteligência artificial ser importada. O resultado disto é uma falta de engenharia nacional no setor e de empresas de equipamentos que produzam usando tecnologia brasileira.

 

O artigo “Agricultura familiar precisa ser mecanizada” (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/03/agricultura-familiar-precisa-ser-mecanizada.shtml, acessado em 25/03/2024) revelou as dificuldades da mecanização da agricultura familiar brasileira.

 

Os grandes fabricantes transnacionais não têm interesse em produzir soluções para plantações de porte menor e o único fabricante nacional no setor de tratores tem participação insignificante no mercado.

 

Este cenário impede que a agricultura familiar conquiste ganhos de produtividade com a mecanização e inteligência artificial.

 

Como cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil vem da agricultura familiar, isto significa que os alimentos básicos têm um custo muito maior que o necessário (ou seja, é um dos motivos da insegurança alimentar no Brasil).

 

Os autores do artigo falam apenas da mecanização como ferramenta de aumento da produtividade, no entanto, a inteligência artificial é capaz de resultar em ganhos de produtividade espetaculares para a agricultura familiar nacional, basta o país sair do marasmo e investir com seriedade no desenvolvimento da engenharia nacional.

 

As gigantes transacionais vão continuar com o seu foco nos alimentos negociados em grandes volumes nas bolsas e dificilmente irão investir no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura familiar.

 

As análises rasas levam para erros colossais e custos na estratosfera. Quem sabe um dia o gigante que dorme em berço esplêndido acorde.

 

Um outro caso de falta de capital intelectual são os apagões na cidade de São Paulo.

 

A ruptura de cabo de energia deveria afetar apenas o local atendido pela rede elétrica e solução trivial seria a reconstrução da fiação.

 

Para reconstruir é preciso ter a fiação reserva e um mapa detalhado do cabeamento com características físicas dele.

 

A falta destes componentes impede a recuperação da energia do local atendido pela rede elétrica.

 

No entanto, o agravamento do problema com aumento da rede atingida pelo apagão indica a adoção de uma solução inapropriada para resolver o problema e a dificuldade da operadora de informar uma previsão para a normalização da energia revela que estão batendo cabeça contra o problema.

 

Passa a impressão de solução na linha tentativa e erro, sem uma abordagem estruturada para resolver o problema.

 

O impacto econômico da falta de energia no comercio e residências é de elevada monta, pois a falta de energia prolongada e sem previsão de retorno está inviabilizando diversos empreendimentos e em breve teremos demissões e calotes.

 

Foi revelado que o prejuízo total ainda não foi calculado, mas as estimativas iniciais são graves (SP: Prejuízo de apagão 'chega à casa do milhão', diz federação do comércio, https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/03/22/prejuizo-de-apagao-em-sp-chega-a-casa-do-milhao-diz-federacao-do-comercio.htm).

 

As perdas causadas pela falta de capital intelectual da operadora são gigantescas e aumentam a cada dia em que uma solução definitiva não é entregue.

 

A falta de previsibilidade gera a insegurança dos donos dos negócios e pode gerar consequências catastróficas, como por exemplo a necessidade e obter empréstimos bancários para pagar os prejuízos e a falta de recursos para pagar estes empréstimos.

 

Está sendo gerada uma espiral crescente de perdas que pode impactar todos os membros de uma cadeia produtiva longa.

 

Mais uma vez, a ausência da engenharia cobra um preço alto.

 

quarta-feira, 20 de março de 2024

Preconceito contra cabelo branco

No Brasil, existem pessoas que acreditam que os jovens nascem sabendo tudo sobre usar a tecnologia e os de idade mais avançada tem enormes dificuldades para lidar com as novidades tecnológicas.

 

O artigo “Governo do Piauí contrata 400 jovens para auxiliar servidores mais velhos com tecnologias” ( https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/03/governo-do-piaui-contrata-400-jovens-para-auxiliar-servidores-mais-velhos-com-tecnologias.shtml#comentarios, acessado em 20/03/2014) revela como a distorção do pensamento do primeiro paragrafo está presente no dia a dia do estado brasileiro.

 

O artigo cita as dificuldades dos servidores acima de 60 anos de usarem os recursos tecnológicos, no entanto, nada foi dito sobre os sistemas que estão em uso.

 

Um sistema que automatiza os processos em uso deve ser intuitivo e usar recursos inteligentes para que os servidores interajam usando a linguagem natural.

 

Ou seja, o dinheiro gasto com a contratação de 400 jovens deveria ser gasto para disponibilizar recursos inteligentes com capacidade de interação em linguagem natural.

 

O segundo aspecto é que um sistema que apenas automatiza os processos não deveria gerar desconforto para os servidores, pois o fluxo de trabalho é exatamente o mesmo que era executado anteriormente.

 

Quando o estado afirma que vai contratar jovens para ensinar tecnologia para os servidores acima de 60 anos, o que está sendo dito é que estes funcionários não são capazes de aprender sozinhos a interagir que apenas automatizou as coisas.

 

O estado também revela que não acredita nas habilidades tecnológicas das pessoas com 30, 40 e 50 anos, pois elas também deveriam fazer parte da disputa de cargos.

 

No artigo a Sônia Regina Guaraldo afirmou que a contribuição dos jovens sem experiência nesta empreitada é de sucesso pouco provável, ou seja, é um gasto com retorno de investimento bastante duvidoso.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Inteligência artificial na central de serviços

É muito comum encontrar a situação de um operador trabalhando com dois ou três monitores ou com várias janelas abertas no seu computador.

 

Este fenômeno ocorre porque os sistemas utilizados pelos operadores não estão integrados, ou seja, é por isto que em diversos casos os usuários digitam as suas informações pessoais e quando a chamada vai para um operador humano ele solicita as mesmas informações digitadas no começo do atendimento.

 

É um processo que incomoda bastante os clientes, pois é comum a situação da ligação telefônica cair no meio do atendimento ou a internet falhar gerando a desconexão do usuário com o atendente.

 

Nestas situações o cliente precisa repetir todo o processo gerando assim uma enorme insatisfação no usuário (existem relatos de várias quedas para um chamado).

 

A inteligência artificial é capaz de resolver esta fonte de insatisfação do cliente, capturando as informações necessárias para o trabalho do analista nos vários aplicativos usados pela empresa.

 

Muito tem sido falado sobre o uso dos sistemas inteligentes para automatizar o atendimento das necessidades dos clientes, mas muito pouco se tem falado sobre o uso da inteligência artificial pelos operadores para eliminar os focos de insatisfação dos usuários.

 

As empresas que estão buscando aumentar a sua taxa de retenção e reduzir a sua taxa de churn precisam com urgência analisar detalhadamente o atendimento dos seus operadores.

 

O atendimento pós venda é uma das principais causas da elevada insatisfação dos usuários e da alta taxa de cancelamento de clientes no Brasil.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Qualidade

O artigo “'Preciso da medicação': Ultrafarma atrasa entrega, e Procon notifica rede” (https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/03/01/ultrafarma-atrasa-entrega-de-remedios-e-e-notificada-pelo-procon-descaso.htm, acessado em 06/03/2024) revelou que as esteiras para separação dos produtos foram instaladas e testadas e mesmo assim existiram falhas.

 

O presidente da Ultrafarma que assinou a nota explicando a instabilidade do sistema, revelou que a sua organização falhou de forma estrutural de duas formas diferentes.

 

A primeira falha grave é que o procedimento de teste das esteiras de separação dos produtos foi inconsistente o suficiente para não captar a instabilidade ou ele foi falacioso o suficiente para ignorar a instabilidade e mesmo assim colocar na produção as esteiras.

 

A segunda falha grave ocorreu no nível da competência do gerenciamento das mudanças. A disciplina explica a importância de ter um plano de contingência caso uma mudança falhe.

 

A empresa que foi notificada pelo Procon, escolheu o caminho mais fácil de fazer o cliente pagar pela falha interna, ou seja, o real prejudicado foi o cliente que precisava de um medicamento e ficou “a ver navios”.

 

No médio e longo prazo, temos a revanche do consumidor, pois ele troca de fornecedor e muitas vezes migra para uma multinacional que prima pela qualidade.

 

Já vimos no passado, empresas centenárias “quebrarem” por causa de falhas internas que não são admissíveis, por serem de solução tão elementar e simples.

 

A indústria têxtil vem sofrendo com a concorrência internacional que está em um outro patamar de qualidade. Lojas provisórias estão atraindo milhares de consumidores enquanto lojas tradicionais estão à mingua de clientes.

 

No caso da empresa notificada pelo Procon, existem graves falhas internas e mecanismo de comunicação extremamente frágil, pois em momento algum foi dito quando o problema seria resolvido.

 

É triste ver empreendedores experientes falhando em temas tão básicos e elementares. Espero que em breve, os sistemas de correção atuem em prol de “limpar” o mercado nacional das fragilidades.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Golpes digitais

O artigo “Golpes digitais: brasileiros perderam mais de R$ 1 bilhão em 2023” (https://olhardigital.com.br/2024/02/08/seguranca/golpes-digitais-brasileiros-perderam-mais-de-r-1-bilhao-em-2023/, acessado em 28/02/2024) revelou que os brasileiros perderam aproximadamente R$ 1,1 bilhão em 2023 (crescimento de 12% em relação ao ano de 2022).

 

É muito dinheiro perdido em golpes baseados em uma engenharia social fraca. Claramente os alertas dos sindicatos, dos bancos, das operadoras de saúde etc. não estão sendo assimilados pela população brasileira.

 

As vítimas dos golpes não fazem parte de uma determinada faixa etária ou qualquer outra característica socioeconômica. As vítimas estão dispersas em diversos perfis.

 

Para acabar com esta praga que está consumindo uma parte importante da riqueza nacional, é preciso mostrar para as pessoas o modus operandi dos ataques, pois na maioria dos casos é um único estratagema que é repetido milhões de vezes apenas com a troca dos nomes.

 

O uso da inteligência artificial pelos malfeitores para perpetuar os golpes pode ser facilmente anulado com algumas simples perguntas como por exemplo perguntar sobre um parente inexistente e ver a resposta.

 

O valor de R$ 1,1 bilhão é bastante elevado, mas o que realmente preocupa é a taxa de crescimento do sucesso dos golpes de 12%. É uma taxa de crescimento típica das organizações exponenciais.

 

O volume transacionado nos ransomwares já alcançou um patamar de gravidade extrema no Brasil, pois a maioria das empresas do setor de saúde já foram atacadas com sucesso.

 

No mundo moderno, o dinheiro gera mais dinheiro, ou seja, uma parte expressiva destes 1,1 bilhões será usada na compra de novas tecnologias que aumentem a taxa de sucesso dos golpes digitais.

 

Cada golpe bem-sucedido, cada resgate pago financia a indústria dos malfeitores e atrai mais malfeitores. Uma taxa de crescimento exponencial do sucesso dos golpes geral uma espiral positiva de investimento e retorno de investimento que poderá alcançar a casa da centena de bilhão de reais em pouco tempo.

 

É preciso romper a espiral positiva de sucesso dos golpes urgentemente e a melhor forma é disseminar na população o conhecimento do modus operandi dos ataques.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Home office e etarismo

Home office

 

Em diversos momentos este blog destacou que o home office aumenta a produtividade da empresa. Tal afirmação foi contestada em diversos momentos por aqueles que evitam a análise de fatos e informações e buscam análises baseadas na intuição (ou seja, achismo ou chutes).

 

Mais uma vez o capital intelectual, mostrou a superioridade das suas projeções e o estudo recentemente divulgado da FGV/IBRE revelou que os empregadores encontraram ganhos de cerca de 30% na produtividade dos trabalhadores em home office.

 

Em diversos setores da economia, ganhos de produtividade nesta escala garantem uma elevada vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

 

Na indústria de software e de serviços de suporte de tecnologia em que o maior custo é o da mão de obra, um ganho de produtividade do trabalhador de 30% faz enorme diferença nas acirradas disputas do mercado.

 

O estudo confirmou o acerto das afirmações deste blog em relação ao fato de que o home office não é para todas as empresas e nem para todos os funcionários.

 

Existem sim diversas barreiras de entrada para o trabalho remoto e a qualificação técnica e comportamental é a maior barreira.

 

O estudo da FGV/IBRE analisou o home office pós pandemia, ou seja, anos 2022 e 2023 e revelou que os maiores ganhos de produtividade foram alcançados nestes anos, porque o trabalho remoto foi direcionado para trabalhadores específicos que executam atividades determinadas, exatamente o que blog afirmou no começo da pandemia.

 

Quem quiser conferir os números do estudo e os seus respectivos detalhes pode acessar o endereço  AGORA CNN - TARDE | 04/02/2024 (youtube.com) (acessado em 21/02/2024) e posicionar o botão do cursor do tempo em 1:11:29.

 

Etarismo ou preconceito contra o cabelo branco

 

O artigo “Fui demitida depois dos 40. E agora? Veja estratégias para montar um plano de ação e conseguir a recolocação ou dar início a um empreendimento” (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ana-fontes/2024/02/fui-demitida-depois-dos-40-e-agora.shtml, acessão em 21/02/2024) afirmou que “ninguém está muito preocupado em incluir pessoas 50+ nos espaços de trabalho” e perguntou “Em que momento mulheres com seus 30 anos já estão sendo consideradas ‘’velhas’’?”.

 

A autora afirmou no texto que muitas mulheres demitidas por causa da idade não conseguem retornar ao mercado de trabalho e que o empreendedorismo é a válvula de escape para os impactados pelo etarismo no Brasil.

 

A Ana Fontes que é Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República não falou sobre uma das mais graves consequências do etarismo na economia nacional.

 

Muitos profissionais altamente qualificados (ou todos) que são demitidos por causa da idade, passam a executar atividades triviais no empreendedorismo.

 

Em geral são atividades relacionadas com vendas ou com a gestão de um pequeno negócio que em pouco tempo serão executadas por uma inteligência artificial.

 

O etarismo em voga no Brasil desde o final dos anos 1980 fez o país perder cérebros brilhantes e qualificações raras. Não é preciso fazer um estudo complexo para perceber os efeitos nefastos do preconceito no emprego.

 

Uma rápida análise do PIB nominal e do PIB per capita desde 1980 revela resultados medíocres e preocupantes. A concentração de renda aumentou e o Brasil perdeu competividade em diversos mercados.

 

A tese de que os mais velhos (em alguns casos acima de 30 anos) não conseguem acompanhar os avanços da tecnologia é completamente desmentida pelos fatos.

 

Diversos setores da economia nacional estão enfrentando graves dificuldades em relação aos concorrentes internacionais que valorizam a competência e capacidade sem se importar com a idade.

 

Empresas americanas e chinesas que entraram recentemente no Brasil, destronaram as gigantes nacionais e levaram diversas empresas centenárias como a Saraiva e Livraria Cultura para a recuperação judicial.

 

Diversas empresas do segmento de transporte estão em recuperação judicial, porque não conseguiram encontrar caminhos viáveis para a sua operação.

 

No segmento da saúde, as perdas, desperdícios e fraudes geraram bilhões de prejuízo para as empresas e diversas delas pagaram milhões de dólares para recuperar os seus próprios dados.

 

A escala de evolução do ransomware no Brasil revela que a estratégia de contratação da mão de obra no Brasil não resultou em maior capacidade para enfrentar os desafios da era digital.

 

Decisões baseadas em achismo ou na intuição para a contratação e manutenção da mão de obra nacional estão destruindo diversos setores da economia e gerando graves distorções sociais.

 

Uma das consequências das distorções sociais é o fato de que cerca de 70% dos brasileiros já sofreram algum tipo de golpe digital. É um número muito alto.

 

Espero que a postagem crie um sentimento de revisão da estratégia de contratação e manutenção da mão de obra no Brasil antes que a inteligência artificial cumpra o seu papel de inviabilizar diversas atividades humanas.

 

O blog tem a certeza de que a mesma pressão que gerou leis para proteger os empregos dos frentistas dos postos de gasolina vai existir para outras atividades.

 

Infelizmente este cabedal de leis gera apenas pobreza, distorção social e concentração de renda.

 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Inteligência Artificial na Indústria de Software

A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que a indústria de software está usando para desenvolver soluções inovadoras, eficientes e personalizadas para os seus clientes.

 

A IA pode ser aplicada na análise de dados, no reconhecimento de voz e imagem, na automação de processos, na otimização de recursos etc.

 

A inteligência artificial está também sendo utilizada para melhorar tanto a qualidade, quanto a segurança, quanto a produtividade do trabalho realizado pelos desenvolvedores de software.

 

As ferramentas inteligentes ajudam na codificação, na depuração, no teste e na manutenção dos sistemas, ou seja, a IA é um diferencial competitivo para as empresas de desenvolvimento de software que buscam aumentar o alto valor adicionado para os seus clientes.

 

A inteligência artificial está permitindo que as empresas desenvolvedoras de software criem soluções mais inovadoras, eficientes e personalizadas para os seus clientes (análise inteligente de dados, reconhecimento de voz e imagem, automação de processos, otimização de recursos etc.).

 

Neste momento, a IA é um fator de competitividade e de valorização para as empresas de software que querem se diferenciar no mercado e atender as necessidades e demandas dos seus clientes em prazo curto.

 

A inteligência artificial é uma tecnologia que simula o raciocínio humano e é capaz de aprender com os dados, por isto ela oferece flexibilidade, adaptabilidade e simplificação da complexidade.

 

A inteligência artificial permite que os computadores dos desenvolvedores realizem tarefas que normalmente exigiriam habilidades humanas, ou seja, gerenciamento do objetivo da empreitada, do escopo do projeto, dos dados utilizados, dos algoritmos criados, das ferramentas de suporte e apoio, dos recursos, dos custos, dos riscos e das implicações éticas do software.

 

O processo de desenvolvimento de um software passa pelas etapas de planejamento, análise, design, implementação, teste e implantação e a IA é capaz de agregar valor em cada uma destas etapas.

 

A IA pode ser utilizada na definição do problema e no dimensionamento do valor agregado pela solução, pois ela facilita a escolha dos dados e algoritmos mais adequados para o caso em questão.

 

A inteligência artificial também pode ser utilizada para selecionar as ferramentas e as plataformas mais apropriadas para o projeto, permitindo a otimização do gerenciamento dos recursos e custos.

 

A IA é capaz de encontrar caminhos para mitigar tanto os riscos do projeto, quanto as questões éticas relacionadas com a solução em desenvolvimento.

 

É possível testar e implantar o software nos clientes usando uma ferramenta inteligente de configuração do ambiente operacional e de implementação dos recursos.