quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Home office e etarismo

Home office

 

Em diversos momentos este blog destacou que o home office aumenta a produtividade da empresa. Tal afirmação foi contestada em diversos momentos por aqueles que evitam a análise de fatos e informações e buscam análises baseadas na intuição (ou seja, achismo ou chutes).

 

Mais uma vez o capital intelectual, mostrou a superioridade das suas projeções e o estudo recentemente divulgado da FGV/IBRE revelou que os empregadores encontraram ganhos de cerca de 30% na produtividade dos trabalhadores em home office.

 

Em diversos setores da economia, ganhos de produtividade nesta escala garantem uma elevada vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.

 

Na indústria de software e de serviços de suporte de tecnologia em que o maior custo é o da mão de obra, um ganho de produtividade do trabalhador de 30% faz enorme diferença nas acirradas disputas do mercado.

 

O estudo confirmou o acerto das afirmações deste blog em relação ao fato de que o home office não é para todas as empresas e nem para todos os funcionários.

 

Existem sim diversas barreiras de entrada para o trabalho remoto e a qualificação técnica e comportamental é a maior barreira.

 

O estudo da FGV/IBRE analisou o home office pós pandemia, ou seja, anos 2022 e 2023 e revelou que os maiores ganhos de produtividade foram alcançados nestes anos, porque o trabalho remoto foi direcionado para trabalhadores específicos que executam atividades determinadas, exatamente o que blog afirmou no começo da pandemia.

 

Quem quiser conferir os números do estudo e os seus respectivos detalhes pode acessar o endereço  AGORA CNN - TARDE | 04/02/2024 (youtube.com) (acessado em 21/02/2024) e posicionar o botão do cursor do tempo em 1:11:29.

 

Etarismo ou preconceito contra o cabelo branco

 

O artigo “Fui demitida depois dos 40. E agora? Veja estratégias para montar um plano de ação e conseguir a recolocação ou dar início a um empreendimento” (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ana-fontes/2024/02/fui-demitida-depois-dos-40-e-agora.shtml, acessão em 21/02/2024) afirmou que “ninguém está muito preocupado em incluir pessoas 50+ nos espaços de trabalho” e perguntou “Em que momento mulheres com seus 30 anos já estão sendo consideradas ‘’velhas’’?”.

 

A autora afirmou no texto que muitas mulheres demitidas por causa da idade não conseguem retornar ao mercado de trabalho e que o empreendedorismo é a válvula de escape para os impactados pelo etarismo no Brasil.

 

A Ana Fontes que é Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República não falou sobre uma das mais graves consequências do etarismo na economia nacional.

 

Muitos profissionais altamente qualificados (ou todos) que são demitidos por causa da idade, passam a executar atividades triviais no empreendedorismo.

 

Em geral são atividades relacionadas com vendas ou com a gestão de um pequeno negócio que em pouco tempo serão executadas por uma inteligência artificial.

 

O etarismo em voga no Brasil desde o final dos anos 1980 fez o país perder cérebros brilhantes e qualificações raras. Não é preciso fazer um estudo complexo para perceber os efeitos nefastos do preconceito no emprego.

 

Uma rápida análise do PIB nominal e do PIB per capita desde 1980 revela resultados medíocres e preocupantes. A concentração de renda aumentou e o Brasil perdeu competividade em diversos mercados.

 

A tese de que os mais velhos (em alguns casos acima de 30 anos) não conseguem acompanhar os avanços da tecnologia é completamente desmentida pelos fatos.

 

Diversos setores da economia nacional estão enfrentando graves dificuldades em relação aos concorrentes internacionais que valorizam a competência e capacidade sem se importar com a idade.

 

Empresas americanas e chinesas que entraram recentemente no Brasil, destronaram as gigantes nacionais e levaram diversas empresas centenárias como a Saraiva e Livraria Cultura para a recuperação judicial.

 

Diversas empresas do segmento de transporte estão em recuperação judicial, porque não conseguiram encontrar caminhos viáveis para a sua operação.

 

No segmento da saúde, as perdas, desperdícios e fraudes geraram bilhões de prejuízo para as empresas e diversas delas pagaram milhões de dólares para recuperar os seus próprios dados.

 

A escala de evolução do ransomware no Brasil revela que a estratégia de contratação da mão de obra no Brasil não resultou em maior capacidade para enfrentar os desafios da era digital.

 

Decisões baseadas em achismo ou na intuição para a contratação e manutenção da mão de obra nacional estão destruindo diversos setores da economia e gerando graves distorções sociais.

 

Uma das consequências das distorções sociais é o fato de que cerca de 70% dos brasileiros já sofreram algum tipo de golpe digital. É um número muito alto.

 

Espero que a postagem crie um sentimento de revisão da estratégia de contratação e manutenção da mão de obra no Brasil antes que a inteligência artificial cumpra o seu papel de inviabilizar diversas atividades humanas.

 

O blog tem a certeza de que a mesma pressão que gerou leis para proteger os empregos dos frentistas dos postos de gasolina vai existir para outras atividades.

 

Infelizmente este cabedal de leis gera apenas pobreza, distorção social e concentração de renda.

 

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