segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Fragilidades Intelectuais – A Cultura do atraso

Em uma recente troca de mensagens com alguns profissionais que considero de alta qualificação, eu percebi como a cultura do atraso está sedimentada no comportamento brasileiro. O assunto começou com uma chamada para um evento. Não vejo problema algum em uma chamada de congresso polêmica. A questão chave da chamada é que ela é polemica e verídica. A chamada expressa uma real condição do mercado de tecnologia de informações e comunicações. Os treinamentos dos fundamentos do ITIL entraram no ciclo de redundância.

Um estudo do Gartner de 2015 embasava a chamada. A primeira manifestação da cultura do atraso ocorreu na localização do estudo. Quando citei a existência do mesmo, inexistiu a utilização de ferramentas de busca como o Google. Em uma rápida pesquisa eu encontrei um texto em inglês que citava o estudo realizado em 2015. Em 2016, as pessoas não podem depender de terceiros para localizar uma informação. A internet oferece um tamanho conjunto de conhecimento que basta fazer uma pesquisa razoavelmente elaborada que serão encontradas as respostas desejadas.

O meu amigo Bob que é na minha opinião o principal evangelizador do Service Desk no Brasil protagonizou dois momentos da cultura do atraso. O primeiro ocorreu quando ele recomendou um treinamento ultrapassado com argumentos redundantes. Quando li o texto no blog dele eu lembrei imediatamente do ministro mais atrasado de todos os tempos do Brasil que defendia que o país não utilizasse tecnologias para preservar atividades que desapareceram no mundo inteiro (para alguns ir para traz e preservar atividades redundantes e caras é melhor do que ir para frente e lucrar com tecnologias que demandam por elevada quantidade de mão de obra qualificada).

A postagem “Curso ITIL Foundations ainda é válido?” (http://www.4hd.com.br/blog/2016/11/09/curso-itil-foundations-ainda-e-valido/, acessado em 11/11/2016) é o típico caso de defesa do atraso. Se o blogueiro continuar nesta linha em pouco tempo ele vai escrever um texto defendendo a importância dos cursos de datilografia para quem usa máquina de escrever mecânica. O segundo momento do atraso foi expressado nas seguintes frases:

1.    Que adianta lhes falar sobre coisas que não têm condições de absorver?
2.    Essa é a realidade de empresas do Brazil (sim, muitas bem-sucedidas)

Em primeiro lugar as empresas que operam como se estivessem em 1980 ou 2000 estão longe de qualquer tipo de sucesso. Muitas das empresas citadas como bem-sucedidas apresentam graves problemas de passivos e são inviáveis em mercados competitivos. Muitas das firmas que foram citadas pelo blogueiro não entregam as suas promessas. Será que para o Bob estas organizações são vítimas da evolução do conhecimento?

No meu ponto de vista, elas não pobres coitadas que não conseguem viver no ano de 2016. Estamos apenas falando de pessoas que estão com a cultura do atraso sedimentadas no seu modelo mental. Chamar tais empresas de bem-sucedidas é sem sombra de dúvida um espanto de otimismo.

O resultado da cultura do atraso é nos fatos e não nos achismos. É muito fácil observar os danos da cultura do atraso no Brasil. Em 2014 a atuação era praticamente nula no Brasil das empresas Uber e AirBnB. Em 2016 estas empresas estão derrotando no mercado brasileiro através de competição justa e honesta os que vivem sob o lema: "Que adianta lhes falar sobre coisas que não têm condições de absorver?"

Em dois anos os que não tinham condições de absorver os conhecimentos existentes em 2014 estão argumentando como vítimas de um grande complô mundial para tentar salvar o pouco do que foi chamado pelo evangelizador do Service Desk de negócio bem-sucedido. Para os que acham que não existem perdedores com a cultura do atraso, eu serei o portador da notícia ruim. Eles existem e são chamados de brasileiros. Vinte por cento do faturamento gerado no Brasil no transporte de pessoas e hospedagem (Uber e AirBnB) é exportado sem pagar impostos e taxas. Não é à toa que os governos estão em condição vexatória em 2016.  Em outras palavras estamos falando de perdas de arrecadação. É fácil ver o ridículo que está acontecendo no Brasil.

·         Rio virou um "filme de terror", diz moradora sobre colapso financeiro, http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/11/09/rio-virou-um-filme-de-terror-diz-moradora.htm, acessado em 11/11/2016
·         Em fim de gestão, Haddad reduz entrega de leite para crianças, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/10/1825957-em-fim-de-gestao-haddad-reduz-entrega-de-leite-para-criancas.shtml, acessado em 11/11/2016

Os grandes estados e cidades estão até cortando o leite de crianças, porque um dia no passado alguém assumiu como verdade que: “Essa é a realidade de empresas do Brazil (sim, muitas bem-sucedidas)”. Outra forma de ver o resultado da cultura do atraso é a análise dos desperdícios de recursos e de dinheiro.  O artigo “Empresas ainda erram na contratação de serviços de telecom” (http://cio.com.br/gestao/2016/11/09/empresas-ainda-erram-na-contratacao-de-servicos-de-telecom/, acessado em 11/11/2016) revelou que milhões de reais são jogados no lixo no Brasil pelas empresas todos os anos, porque inexistiu o entendimento do conhecimento do ano de 2016 e prevaleceu o conhecimento do ano de 1980. O artigo “Brasil deixa a desejar no nível de maturidade de análise de dados” (http://cio.com.br/opiniao/2016/11/14/brasil-deixa-a-desejar-no-nivel-de-maturidade-de-analise-de-dados/, acessado em 14/11/2016) revelou que as centenas de milhões de reais investidos em ferramentas de Enterprise Resource Planning (ERP) estão sendo desperdiçados pela falta de conhecimento das pessoas em estruturar e analisar os dados. O custo das horas de auditoria pode ser fortemente reduzindo com as medidas simples e gratuitas do conhecimento do ano de 2016.
O artigo “Pesquisa da Deloitte aponta prioridades tecnológicas para 2017 no Brasil” (http://cio.com.br/noticias/2016/11/09/pesquisa-da-deloitte-aponta-prioridades-tecnologicas-para-2017-no-brasil/, acessado em 11/11/2016) revelou que é urgente eliminar a cultura do atraso na economia nacional. Em 2020 quando novas perdas vierem, muitos dos que são considerados bem-sucedidos pelo Bob proclamarão as famosas frases da cultura do atraso e vão tentar se passar por vítimas do avanço do conhecimento humano. O artigo “Uber prepara lançamento de serviço de entrega de comida em São Paulo” (http://idgnow.com.br/mobilidade/2016/11/11/uber-prepara-lancamento-de-servico-de-entrega-de-comida-em-sao-paulo/, acessado em 11/11/2016) revelou que a empresa Uber vai atacar um novo nicho de mercado no Brasil.

Uma empresa bem-sucedida é aquela que lucra dentro da lei. Não precisa de esquemas para burlar as leis trabalhistas. Um exemplo de empresa realmente bem-sucedida é o Facebook que ganha dinheiro com as postagens gratuitas dos brasileiros [Quanto dinheiro o Facebook ganha com você (e como isso acontece), http://tecnologia.uol.com.br/noticias/bbc/2016/11/10/quanto-dinheiro-o-facebook-ganha-com-voce-e-como-isso-acontece.htm,acessado em 11/11/2016). Como para alguns operar como se estivéssemos em 1980 é o ideal, a empresa Facebook tinha que ser americana e faturar bilhões. No conceito econômico da cultura do atraso ser bem-sucedido é lucrar um ou dois centavos ou ter prejuízo de alguns milhares de reais.

Quando alguém argumenta que leu em e-mail dúvidas sobre templates de OLA e SLA, ferramentas de chat, profiles de desktop, etc. e por causa concluiu que o patamar de evolução é parecido, é sinal que o assunto está definitivamente perdido. Felizmente a afirmação que o meu argumento de previsibilidade e eliminação de incertezas de ferramentas de governança como COBIT e ITIL não é dos melhores vem do lado de quem defende a cultura do atraso. Eu prefiro estar do mesmo lado do David Breitgand que é um reconhecido pesquisador da IBM, que afirmou em um evento na Suécia em maio de 2014, que o gerenciamento da capacidade não é mais necessário para as empresas usuárias de nuvem elástica.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Fragilidades

Em uma das minhas mais recentes conversas com estudantes de economia e executivos surgiu o assunto PEC 241/2016 (PEC do Teto dos Gastos Públicos). Um jovem universitário estava bastante otimista e defendeu com ênfase via WhatsApp o promissor futuro financeiro do governo do Rio de Janeiro. Para ele, a renegociação das dívidas dos estados promoverá um novo equilíbrio fiscal e o estado do Rio de Janeiro vai aproveitar com sabedoria o embalo das olimpíadas e entrará em ciclo virtuoso.

Infelizmente, a previsão de um rombo em 2017 e 2018 nas contas públicas estaduais de R$ 52 bilhões (“Rio só tem dinheiro para pagar 7 meses da folha em 2017, diz Pezão”, http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/11/08/rio-so-tem-dinheiro-para-pagar-7-meses-da-folha-em-2017-diz-pezao.htm, acessado em 10/11/2016) derrubou os frágeis argumentos do futuro economista e o fez perder uma aposta. Ele aprendeu a valiosa lição de que a aritmética é feita de fatos e não de desejos.

Lamentavelmente, as contas públicas no Brasil ainda são misteriosas para a maioria das pessoas. Existem momentos em que é preciso pegar o papel e a caneta e fazer trabalhar a aritmética básica para que algumas falácias de pensamento não ludibriem o lado racional de uma análise. Muitos discutem a participação do estado na economia nacional com base apenas na Carga Tributária Bruta (CTB). Estas pessoas defendem um aumento do estado brasileiro com base no argumento que a CTB foi de apenas 32,66% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 (Brasil fecha 2015 com carga tributária de 32,66% do PIB, maior desde 2013, http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2016/09/19/brasil-fecha-2015-com-carga-tributaria-de-3266-do-pib-maior-desde-2013.htm / Carga tributária sobe para 32,66% do PIB em 2015, diz Receita, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1814731-carga-tributaria-sobe-para-3266-do-pib-em-2015-diz-receita.shtml, acessado em 10/11/2016).

A tola simplificação aritmética do argumento distorce profundamente a conclusão e leva para a falácia do pensamento que ludibria. É preciso avaliar as contas públicas dentro da perspectiva correta. O artigo “Setor público fecha 2015 com déficit primário de R$ 111,2 bilhões” (http://www.valor.com.br/brasil/4415892/setor-publico-fecha-2015-com-deficit-primario-de-r-1112-bilhoes, acessado em 10/11/2016) revelou que o déficit consolidado do setor público em 2015 foi de R$ 111, 249 bilhões. Isto significa que a participação total do estado na economia brasileira em 2015 é a soma da carga tributária bruta com o déficit consolidado do setor público.

O artigo “PIB do Brasil cai 3,8% em 2015 e tem pior resultado em 25 anos” (http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/03/pib-do-brasil-cai-38-em-2015.html, acessado em 10/11/2016) revelou que o PIB do Brasil em 2015 foi de R$ 5,9 trilhões, isto significa que a CTB foi de 32,66% de R$ 5,9 trilhões, ou seja, R$ 1,927 trilhões. Portanto, o estado brasileiro retirou da economia nacional R$ 1.927,000 bilhões + R$ 111, 249 bilhões ou seja, R$ 2,038 trilhões (34,55 % PIB).

O número real é cerca de dois pontos percentuais acima do valor imaginado por muitos. A diferença de dois pontos percentuais pode parecer pequena no curto prazo, mas ela gera grande diferença no médio e longo prazo. O déficit consolidado do setor público em 2015 de R $ 111,249 bilhões gerou como contrapartida o crescimento da dívida pública. O artigo “Dívida pública sobe 21,7% em 2015, para R$ 2,79 trilhões, maior da série” (http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/divida-publica-sobe-248-em-2015-para-r-279-trilhoes-maior-da-serie.html, acessado em 10/11/2016) revelou que o Tesouro Nacional declarou um aumento da dívida em 2015 de R$ 498 bilhões. Os gastos de R$ 367 bi com juros da dívida pública foram o maior componente do seu crescimento.


O ponto onde o jovem estudante de economia errou foi exatamente este. Ao considerar um crescimento linear dos juros ele concluiu que a renegociação da dívida estadual iria gerar ciclo virtuoso. Os valores renegociados são incorporados ao principal da dívida e retornam exponencialmente na forma de juros. Este é o motivo da necessidade de usar os recursos renegociados como investimento para gerar ciclo de crescimento. As receitas extras decorrentes do investimento bancado pela renegociação são responsáveis pelo pagamento dos juros adicionais futuros. É assim que é gerado o ciclo virtuoso. O jovem estudante esqueceu que é preciso gerar riqueza para pagar uma dívida renegociada.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Transito - Perdas bilionárias

Poucas vezes na história da humanidade uma cidade foi tão castigada por administrações medíocres como a cidade de São Paulo. Desde o ano de 1989 até o ano de 2016 a cidade vem sendo governada pelas mais tolas promessas proferidas na face terrestre. Exceto pelo curto período entre 2005 e 2006 a cidade foi gerida pelo pior do pior. Em 2016, a prefeitura realizou a proeza de tirar o leite das crianças (Em fim de gestão, Haddad reduz entrega de leite para crianças, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/10/1825957-em-fim-de-gestao-haddad-reduz-entrega-de-leite-para-criancas.shtml, acessado em 03/11/2016). O período de 28 anos compreendido entre 1988 e 2016 foi marcado por uma infinidade de crises econômicas e lamentavelmente nada foi aprendendo com elas.

O período não foi marcado apenas por crises, ele também foi marcado pela destruição do centro histórico da cidade e consequente deslocamento do centro empresarial na direção da zona rica e cara da cidade. Este deslocamento apoiado pelo tolo planejamento da ocupação do solo realizado pela prefeitura da cidade gerou a atual situação onde a cidade faz menos com mais dinheiro. A produtividade da cidade e do pais está sendo profundamente comprometida pela incapacidade da gestão na ocupação do solo. O deslocamento do centro empresarial do centro histórico da cidade para a sua região mais rica e cara vem gerando problemas econômicos e sociais de elevada grandeza. Os problemas estão em amarrados. Um realimenta o outro.

A ocupação empresarial de regiões como Itaim Bibi, Berrini, Chucri Zaidan e etc. exemplifica com clareza os problemas gerados pelo deslocamento do centro empresarial. Por serem regiões ocupados pelos mais ricos estes lugares têm o seu metro quadrado muito caro. Este fator impede a presença do comércio popular nestas regiões. Isto significa que os trabalhadores que recebem salários até 3 salários mínimos não tem recursos para comprar produtos básicos, como alimentos para o seu almoço perto do seu trabalho. Como estes trabalhadores moram longe do local de trabalho eles saem de casa as 4 horas da manhã e retornam após as 20 horas. Eles usam o transporte público cujo trajeto parte do seu bairro, passa pelo centro e vai para o destino através de ônibus e metrô. Em outras palavras, o deslocamento da mão de obra para o trabalho gera gargalos e congestionamentos na região central da cidade. Este é o motivo para o trânsito lento nas principais vias expressas da capital.

Foi afirmado que o tempo médio para chegar no trabalho é o mais alto desde 2009 e subiu dezessete minutos em relação ao ano de 2015.
Fonte: Paulistano passa, em média, 1 mês e meio no trânsito por ano, http://veja.abril.com.br/brasil/paulistano-passa-em-media-1-mes-e-meio-no-transito-por-ano/, acessado em 03/11/2016

Os gargalos gastam inutilmente o tempo da pessoas e empresas e retiram dinheiro da economia paulistana. O tempo do deslocamento vem crescendo anualmente está reduzindo a produtividade da cidade e aumentando os custos, pois de uma forma direta ele é incorporado aos preços praticados. Uma forma fácil de constatar o estrago causado pela baixa produtividade no setor de serviços é o fato do táxi na cidade de são Paulo ser um dos mais caros do mundo (São Paulo tem o táxi mais caro da América Latina, http://guiavilamascote.com.br/sao-paulo-tem-o-taxi-mais-caro-da-america-latina/, acessado em 03/11/2016).

Foi revelado que a região metropolitana da cidade de São Paulo perdeu 7,8% do seu PIB em 2013 devido aos gargalos no transito.
Fonte: O desperdício do trânsito, http://itgovrm.blogspot.com.br/2014/08/o-desperdicio-do-transito.html, acessado em 03/11/2016

Toda a economia paulista e brasileira sofre com os custos extraordinários gerados pelos congestionamentos e desperdícios. O problema social vem gerando vários custos indiretos do deslocamento irracional. O primeiro está relacionado com a saúde pública. Como os trabalhadores de menor renda não tem poder aquisitivo para comer nos restaurantes na região do rico centro empresarial da cidade eles acabam consumindo produtos industrializados baratos como batatas fritas, biscoitos e outros alimentos não saudáveis. A consequência no médio e longo é uma população obesa e sedentária (56,9% dos brasileiros têm excesso de peso, diz pesquisa de saúde do IBGE, http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/08/569-dos-brasileiros-tem-excesso-de-peso-diz-pesquisa-de-saude-do-ibge.html, acessado em 03/11/2016).

As pessoas que saem de casa de madrugada e chegam tarde da noite não tem tempo nem energia para praticar exercícios diariamente. O resultado final deste ciclo é o aumento crescente do custo da saúde e previdência pública por causa de doenças cardiovasculares. Não é surpreendente que o orçamento da saúde e previdência governo federal seja muito elevado e esteja crescendo continuamente (Pesquisa do Ipea analisa gasto tributário em saúde no Brasil, http://www.brasil.gov.br/saude/2016/05/pesquisa-do-ipea-analisa-gasto-tributario-em-saude-no-brasil, acessado em 03/11/2016). A falta dinheiro para a saúde pública no Brasil exige que a solução adotada seja a população mais saudável possível.

Este não é o único problema social de alto custo gerado pelo deslocamento improdutivo. As creches e a educação educacional estão sendo impactados pela tolice realizada na ocupação do solo da cidade (Fila para conseguir vaga em creches em São Paulo tem 150 mil crianças, http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/11/fila-para-conseguir-vaga-em-creches-em-sao-paulo-tem-150-mil-criancas.html / Horário de atendimento nas creches, http://cidadao.reclameaqui.com.br/274589/prefeitura-sao-paulo/horario-de-atendimento-nas-creches, acessado em 03/11/2016). Os pais estão demandando que as creches e escolas abram mais cedo e fechem mais tarde para que eles possam deixar os seus filhos nas escolas.

Para resolver esta necessidade é preciso criar mais turnos nas creches e escolas para que os pais consigam levar e pegar os filhos. O problema é que para muitos as creches e escolas tem que abrir as 04:00 e fechar as 20:00 por causa do tempo de deslocamento para o trabalho e do retorno. O retorno do centro empresarial para o centro da cidade resolve este problema com impacto muito menor nas finanças da cidade. Com o centro empresarial no centro da cidade, a prefeitura pode abrir creches e escolas nas cercanias do centro empresarial. Os pais estarão perto dos seus filhos e poderão acompanhar a evolução deles no horário de almoço. As escolas poderão ficar abertas entre 08:00 e 18:00 mantendo os atuais turnos de funcionários e educadores. Uma vantagem adicional é que os profissionais que trabalham nas escolas terão maiores facilidades para o deslocamento e usarão o transporte público.

O terceiro grave problema social gerado pela ocupação irracional do solo é o custo da segurança pública da cidade de São Paulo (Gastos públicos com segurança chegam a R$ 76 bilhões em 2015, http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/11/gastos-publicos-com-seguranca-chegam-r-76-bilhoes-em-2015.html, acessado em 03/11/2016). Os gastos municipais e estaduais com a segurança pública na cidade de São Paulo estão crescendo ano após ano com resultados pobres. O abandono do centro histórico é um dos grandes vilões. A região foi tomada pela marginalidade que ocupam prédios abandonados e reduzem fortemente a produtividade do trabalho. Muitos evitam passar na região após as 17:00. Várias atividades que poderiam ser realizadas no período da tarde são adiadas para o próximo período da manhã por conta da insegurança.


O abandono exige mais policiais e recursos. São gastos absolutamente improdutivos. A ocupação do centro pelas empresas tem a capacidade de reformular o comércio e as atividades da região e expulsar as ações ilícitas da região. É um jogo em que todos ganham. Em resumo, é preciso que o novo prefeito da cidade, inicie o seu mandato em 2017 corrigindo as tolices feitas pelos seus antecessores.