quarta-feira, 31 de março de 2021

Golpes digitais no Brasil

Em março de 2021, a Psafe revelou que mais de 5 milhões de brasileiros foram vítimas do golpe do sequestro da conta do WhatsApp.

 

O livro “Vazamento de dados e os 40 golpes digitais” revela em detalhes como cada um dos golpes digitais estão sendo aplicados no Brasil.

 

Raramente as vítimas conseguem recuperar o dinheiro perdido os golpes digitais. As perdas anuais em golpes digitais estão estimadas em R$ 7 bilhões por ano.

 

Na pratica o valor real se aproxima de R$ 10 bilhões porque existem os gastos da polícia na investigação dos casos e do judiciário no seu respectivo julgamento.

 

Qualquer que seja o número real da perda, é muito dinheiro que está sendo jogado no lixo. Literalmente os brasileiros estão rasgando dinheiro em plena crise causada pela pandemia, porque insistem em não buscar o conhecimento adequado para não cair em golpes simples e em geral primários.

 

As perdas com os golpes digitais estão crescendo ano após ano. Ignorar as questões relacionadas com a segurança digital custa no mínimo uma dezena de bilhão de reais por ano.

 

Em uma década de bom senso, competência e capacidade o Brasil pode resolver uma parte importante da pobreza se adotar procedimentos mínimos de segurança digital e destinar o dinheiro economizado para a geração sustentável de empregos.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Os atrasos dos sem lógica

Os seguidores dos mercadores do atraso sempre encontram desculpas para os fracassos. Eles alegam em todos os casos que fatores externos impediram o sucesso dos seus brilhantes planos.

 

Infelizmente estes mercadores são incapazes de enxergar o óbvio, ou seja, que o seu plano é de uma pobreza extrema. O artigo “Unicamp confirma caso de hepatite medicamentosa relacionada ao 'kit Covid'” (https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/03/24/unicamp-confirma-caso-de-hepatite-medicamentosa-relacionada-ao-kit-covid.htm, acessado em 24/03/2021) revelou o custo de seguir as orientações do mercadores das falácias.

 

O resultado medíocre alcançado em diversos segmentos da sociedade brasileira fez com que o PIB per capita do Brasil caísse em média 0,6% ao ano na década entre 2011 e 2020.

 

A comparação do Brasil com o resto do planeta revela que o mundo dos mercadores da capacidade da competência e da honestidade foi para frente e ficou mais rico enquanto o brasileiro ficou mais pobre ano após ano.

 

Seguir os mercadores das falácias dá nisto. Pobreza, pobreza e mais pobreza. Uma grande parte das perdas brasileiras e do chamado custo Brasil está diretamente relacionada com as perdas provocadas pelo gerenciamento do ambiente de tecnologia de informações e comunicações.

 

O Brasil é recordista mundial em vazamentos de dados e em vulnerabilidades de segurança digital. Também é recordista em fraudes por engenharia social em que os criminosos convencem as pessoas para fazer depósitos nas contas deles.

 

Um estimado amigo afirmou que o Service Level Management (SLA) é um estratagema que existe, mas que não pode ser visto. Basta olhar o mundo dos mercadores da competência, capacidade e honestidade que vamos ver os SLAs.

 

O amigo sulista não consegue ver o SLA nos locais em que frequenta porque são raros os casos em que os serviços de TI são definidos corretamente e de forma consistente e lógica.

É fácil encontrar centrais de serviços que definiram o acesso à rede ou desenvolvimento de uma página de internet como um serviço de TI.

 

O mundo do crescimento do PIB per capita definiu, por exemplo, como serviço de TI a emissão de uma nota fiscal. É evidente que neste caso é possível estabelecer um SLA para o serviço. Existe um custo e um benefício claramente definido.

 

Nenhum cliente vai ficar mais feliz ou satisfeito com o produto ou serviço recebido porque recebeu a nota fiscal da sua compra. No entanto, se o consumidor tiver que esperar uma hora para receber a sua nota fiscal ele provavelmente vai desistir da compra.

 

É para isto que o SLA serve. Ele determina as condições para a entrega dos serviços de valor agregado de TI. Pensar em estabelecer um acordo para a experiencia do usuário sem definir corretamente os serviços de TI gera o resultado do PIB per capita brasileiro. Aumento da pobreza de forma consistente e permanente.

 

Os conceitos relacionados com o SLA estão presentes no Brasil desde o começo do século XXI, no entanto as idiossincrasias nacionais impediram que as organizações os adotassem corretamente. São mais de vinte anos jogando no lixo tempo e dinheiro. Não é coincidência que as perdas do PIB ocorram em paralelo com a miséria da central de serviços.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Xperience Level Agreement (XLA)

Apesar de ser um conceito antigo, aqui no Brasil em 2021 muitos estão falando sobre as maravilhas do XLA. Em geral todos usam o exemplo do restaurante de luxo com boa comida, mas com atendimento ruim para falar das vantagens da adoção do XLA.

 

Existem os que falam do foco da experiência do cliente e da motivação e engajamento dos funcionários. Os evangelizadores do XLA destacam que por ser a entrega de um serviço nem tudo é uma meta tangível, ou seja, as emoções dos seres humanos não são previsíveis e as pessoas reagem de forma diferente para as mesmas situações.

 

A nevoa aberta pela intangibilidade, abre um enorme espaço para os mercadores das falácias. A primeira coisa que causa espécie no discurso dos evangelizadores é ver o Service Level Agreement (SLA) sendo usado para a entrega de produtos.

 

A segunda coisa que causa espécie é a introdução de uma gigantesca imprevisibilidade no ambiente da central de serviços. Usando a mesma metáfora do restaurante para o XLA é fácil perceber que a experiência do cliente é influenciada fortemente por variáveis externas.

 

Por exemplo, um cliente que acabou de perder 100 milhões de dólares vai ser muito azedo na sua avaliação das entregas. Não importa qual o nível delas.

 

Da mesma forma que um cliente que acabou de pedir em casamento a sua namorada vai ser muito generoso na sua avaliação das entregas.

 

Moldar as entregas da central de serviços ao humor dos clientes leva ao caos. A terceira coisa que causa espécie é a indefinição de quem é o cliente real da central de serviços.

 

Os serviços entregues representam um equilibro entre o nível de qualidade da entrega e o seu respectivo custo. Toda e qualquer mudança no nível de qualidade gera impacto no seu custo.

 

Muitos vão argumentar neste momento que a cordialidade no atendimento não tem custo e gera melhoria na experiência do cliente. No entanto, é preciso destacar que a educação e cordialidade do atendimento é obrigação dos atendentes da central de serviços. Ela faz parte do pacote básico do básico.

 

É estranho encontrar afirmações em que é necessário valorizar mais a experiência do consumidor do que o acordo do nível de serviços, pois existem casos em que o SLA atendido gera insatisfação e infelicidade para o cliente.

 

Novamente entra em cartaz a indefinição sobre quem é o cliente. O cliente é sempre aquele que paga a conta. Pagar a conta significa trabalhar no ponto de equilíbrio entre o custo e o benefício da entrega.

 

Sair do ponto de equilíbrio significa reduzir o lucro ou ter prejuízo. São raros os clientes que trocam aumentar a satisfação dos usuários por redução do lucro.

 

O terceirizado de uma central de serviços vive o mesmo drama do equilíbrio financeiro do contrato. Ele tem um custo que significa para o cliente um determinado nível de qualidade para as entregas. Se o terceirizado for se basear na satisfação individual de cada um dos funcionários do cliente, ele vai colapsar o seu equilíbrio financeiro em pouco tempo.

 

As pessoas que vão comer em um restaurante de luxo, fazem as suas escolhas por diversos motivos. Alguns vão por modismo, outros para serem vistos, outros porque a comida é boa e sim existem os que vão porque é um sonho deles comer uma vez na vida em um lugar assim.

 

Da mesma forma que alguns aprovam os paparicos do serviço de luxo, existem os que ficam intimidados pelo ambiente. As emoções dos intimidados levam para um baixo nível de satisfação. O que o restauranter faz neste caso?

quarta-feira, 10 de março de 2021

Sua Majestade: “O Lucro”

Existe um princípio básico em qualquer gestão empresarial. O lucro do curto prazo não pode impactar negativamente o lucro do longo prazo.

 

O corolário acima pode ser traduzido da seguinte forma: O lucro do aqui e agora não pode ser obtido através da redução da qualidade entregue nos produtos ou serviços. A consequência da qualidade pobre nas entregas é o desaparecimento dos clientes.

 

Quando o cliente some, o lucro desaparece. Sempre o lucro desaparece antes da recuperação do investimento, o CNPJ morre. O falecimento de um negócio nestas condições gera um prejuízo que em geral é irrecuperável para o empreendedor.

 

É uma relação de causa e efeito simplória. Sem qualidade, sem lucro e sem retorno do capital investido. No Brasil a lista de morte prematura de CNPJs é enorme. Em praticamente todos os casos o empreendedor saiu do negócio mais pobre. Em diversos casos ele saiu fortemente endividado.

 

No dia 08 de março, um pequeno grupo de pessoas participaram de uma manifestação pedindo a reabertura do comercio em São Paulo. Este grupo não pedia nem por vacinas, nem por políticas que reduzam o desemprego recorde no Brasil. Eles apenas queriam o fim da fase vermelha no estado de São Paulo.

 

Devemos sempre respeitar todas as formas de pensamento. No entanto, também devemos explicitar a esquizofrenia de algumas manifestações.

 

O que estas pessoas estavam pedindo na verdade era um aumento do lucro de curto prazo em detrimento do lucro de longo prazo. O atual momento com hospitais lotados ficaria severamente agravado com a abertura do comercio. O colapso do sistema de saúde tem como consequência uma retração espontânea da mobilidade dos detentores da bufunfa.

 

Em outras palavras, em pouco tempo os donos do dinheiro deixariam de frequentar bares, restaurantes etc. levando o lucro destes estabelecimentos para a zona negativa.

 

Os empresários e empregados dotados de um invólucro intelectual adequado estão pedindo por mais vacinas, por políticas geradoras de empregos e por um maior rigor na fiscalização da fase vermelha.

 

A inteligência coletiva permite que a duração da fase vermelha seja curta e em pouco tempo todos os negócios voltarão para a zona do lucro de longo prazo sustentável. Como o lucro sustentável de longo prazo, os empregos aparecem, a riqueza é gerada e a sociedade evolui.

 

O artigo “'Realidade paralela': como é viver na Nova Zelândia durante a pandemia” (https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2021/03/07/realidade-paralela-como-e-viver-na-nova-zelandia-durante-a-pandemia.htm, acessado em 10/03/2021) revela como a inteligência coletiva produziu resultados significativos contra a pandemia e como o comercio ficou aberto gerando lucro de longo prazo.

 

Os números da Nova Zelândia são infinitamente melhores que os resultados alcançados pelo Brasil. O resultado alcançado em 2020 e 2021 pela nova Zelândia demonstra a exata dimensão do impacto da inteligência coletiva na produtividade de um país. Lá ninguém fez manifestação para acabar com o lookdown nos momentos agudos da pandemia.

 

Felizmente no Brasil, não temos apenas os mercadores do atraso. Temos também os mercadores do sucesso do lucro sustentável.

 

Em recente entrevista o diretor-presidente da Via Varejo afirmou: “Hoje, não necessita da loja para atuar” ('Estamos muito mais bem preparados', diz presidente da Via Varejo sobre novas restrições Casas Bahia deve manter ritmo mesmo com fechamento de lojas físicas, diz Roberto Fulcherberguer, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/03/estamos-muito-melhor-preparados-diz-presidente-da-via-varejo-sobre-novas-restricoes.shtml?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=compmail).

 

É sempre positivo quando uma empresa do varejo popular tem a exata dimensão de como usar os seus recursos disponíveis para aumentar a sua produtividade durante a crise econômica causada pela pandemia e falta de inteligência coletiva.

 

Como o mar está para peixe, os exemplos de mercadores do sucesso do lucro sustentável estão crescendo durante a pandemia. O caso protagonizado pelo Cesar Pauxis, mostra mais um jovem brasileiro catapultando a sua ascensão profissional (Como brasileiro virou programador usando celulares quebrados Cesar Pauxis desafiou lógica e pobreza para se tornar um menino-prodígio na área de informática. Com apenas 17 anos, ele foi recrutado pela maior empresa brasileira de pagamentos eletrônicos, https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/03/09/como-brasileiro-virou-programador-usando-celulares-quebrados.ghtml).

 

É um orgulho enorme ver uma pessoa maximizando em larga escala os recursos disponíveis. Enquanto uns fazem manifestações outros ganham dinheiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 3 de março de 2021

A miséria do atraso

O Brasil tornou-se uma nação singular após a consolidação das redes sociais (década 2011 até 2020). Os números, fatos e projeções perderam espaço para os desejos (Wishful thinking, https://pt.wikipedia.org/wiki/Wishful_thinking, acessado em 03/03;2021).

 

Uma parte dos brasileiros não tem vergonha alguma em pautar os seus argumentos em desejos e ignorar por completos os números e fatos.

 

Os defensores do “mito” encontram argumentos sem fundamento para registrar a excelente gestão. Os defensores do bananão dos bananões usam da mesma estratégia para encontrar resultados excepcionais conquistados entre 21011 e 2016.

 

Os fatos mostram a miséria da mediocridade do atraso. O crescimento médio do PIB do Brasil entre 2011 e 2020 foi de 0,3% ao ano. É a pior década do Brasil em 120 anos (Com recessões e pandemia, PIB do Brasil tem pior década em 120 anos, https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/com-recessoes-e-pandemia-pib-do-brasil-tem-pior-decada-em-120-anos.ghtml).

 

Eu me recuso a calcular o PIB por habitante porque o resultado é muito triste. Não é à toa que a desigualdade cresceu tanto no Brasil. Enquanto alguns ficaram mais ricos, milhões ficaram mais pobres porque a riqueza por brasileiro caiu vertiginosamente na ultima década.

 

Parabéns aos que negaram os números e fatos. Basta olhar para ver o resultado alcançado por políticas medíocres. No momento do frigir dos ovos muitos alegam que não foram avisados do desastre que estava vindo.

 

Na postagem “Os geniais gênios brasileiros: Epílogo” (http://itgovrm.blogspot.com/2018/05/os-geniais-genios-brasileiros-epilogo.html) eu citei dezenas de casos de grandes empresas que foram embora do Brasil.

 

Todos foram devidamente alertados sobre o que viria no futuro se a política de desprezar e represar o capital intelectual fosse mantida. Já escutei um dos defensores do mito dizendo que a Ford saiu do Brasil porque está falida.

 

A dificuldade causada pelo involucro intelectual limitado faz com que os mercadores do atraso ignorassem a leitura do artigo “Ford só abriu a fila: mais montadoras fecharão fábricas no Brasil” (https://www.uol.com.br/carros/colunas/jorge-moraes/2021/01/11/ford-so-abriu-a-fila-mais-montadores-fecharao-fabricas-no-brasil.htm).

 

Em Janeiro foi a Ford, em março foi a Sony (Sony vai deixar de vender TVs, câmeras e fones no Brasil neste mês; Playstation não será afetado, https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/03/01/sony-vai-deixar-de-vender-tvs-cameras-e-fones-no-brasil-neste-mes-playstation-nao-sera-afetado.ghtml). Quem será em maio?

 

Em particular eu evito qualquer debate com os wishful thinkings porque eles têm profundas dificuldades na leitura e interpretação de textos e são incapazes de fazerem contas aritméticas da pré escola.

 

É perda de tempo e dinheiro debater com os defensores do “mito” e do bananão dos bananões. São apenas pessoas sem educação que imaginam estarem vivendo em 1921.

 

O resultado medíocre alcançado pelo Brasil na segunda década do século XXI não é fruto do acaso, do azar da pandemia. É fruto única e exclusivamente da incapacidade, incompetência e desonestidade.

 

Quem sabe um dia a população brasileira saia do berço esplendido e exija o que é seu de direito. Por enquanto o jeito é fazer parte da minoria que avançou na última década.