quarta-feira, 25 de março de 2015

Quanto custa não planejar?

A copa do mundo de futebol no Brasil em 2014 foi um evento tão especial que ela é uma das raras situações onde é possível quantificar com precisão os benefícios do planejamento desenvolvido por um escritório de projetos. O artigo “Lucro da Fifa com Copa no Brasil atinge valor recorde” publicado no jornal Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/212849-lucro-da-fifa-com-copa-no-brasil-atinge-valor-recorde.shtml) no sábado 21 de março de 2015, revelou que a Fifa lucrou 8,4 bilhões de Reais com a realização da copa do mundo de futebol no Brasil. Como diria o “molusco mor”, nunca na história deste país a Fifa ganhou tanto dinheiro. O lucro foi bem maior que o da copa de 2010 na África do Sul (R$ 7,6 bi) e em 2006 na Alemanha (R$ 6,4 bi).

A FIFA planejou cuidadosamente este lucro desde o momento em que conquistou renúncias na arrecadação de impostos que caberiam à ela, parceiras, empreiteiras e afins de 1,1 bilhões de Reais no período de 2010 a 2014 apenas em impostos federais (Fonte: Tribunal de Contas da União). É impossível negar que o projeto da copa de 2014 foi muito bem planejado e executado pelos profissionais da Fifa.

O Brasil que apesar dos puxões de orelhas e chutes na retaguarda da FIFA, escolheu a estratégia do improviso para a realização da copa do mundo celebrada na celebre frase do ministro dos esportes da época de que o ápice de um casamento é o atraso da noiva, conquistou como resultado um enorme prejuízo financeiro. Em março de 2015, o prejuízo desde o fim da copa dos estádios de Brasília, Manaus e Cuiabá alcançou a cifra de 10 milhões de Reais. Como as perdas são mensais, a cada dia o prejuízo aumenta.

A falta de planejamento e gestão do projeto copa do mundo gerou a impressionante situação onde o mesmo país concedeu R$ 1,1 bilhão de isenção em impostos federais para a realização da copa vem no início do ano de 2015 (poucos meses após a copa) com um ajuste fiscal de aumento de impostos e tarifas públicas. Em outras palavras, os trabalhadores foram chamados para pagar a conta do improviso e falta de planejamento.


A consequência da ausência de um projeto para explorar oportunidades derivadas do evento pode ser vista no déficit recorde em transações correntes em 2014 de quase 91 bilhões de dólares. O resultado negativo da balança comercial de 2014 foi o pior desde o ano de 2001. Um bom plano teria aproveitado a oportunidades e gerado receitas recordes do turismo. Como diziam os membros da petelândia: “É tois na fita”.

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