segunda-feira, 20 de maio de 2013

A GRANDE PERDA


A GRANDE PERDA

 

A Pesquisa Nacional dos Indicadores de Performance de TI (PNIPTI) estudou o impacto do sucesso das redes sociais nos serviços da nova Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC). O impacto na rede nacional de telecomunicações e a microeconomia é intenso.

 

A avaliação em todas as direções da qualidade dos serviços de telecomunicações brasileiros revela uma pobreza de resultado. É um resultado muito estranho considerando as dezenas de bilhões de Reais que vem sendo investidos pelas operadoras de telecomunicações na rede nacional. Mesmo considerando a tradicional baixa produtividade do investimento brasileiro, o resultado é paradoxal.

 

A PNIPTI estou com profundidade a questão do duplo salto causado pelas redes sociais e o impacto da realização dos jogos na copa das confederações no Brasil em 2013. Os equipamentos 4G dos turistas e trabalhadores internacionais que não funcionarão na frequência brasileira e por isto vão impactar fortemente a rede 3G. Os números que revelam uma explosão do tráfego de dados entre 2011 e 2014 mostram que as dezenas de bilhões de reais investidas anualmente nos gargalos da rede não estão conseguindo resolver os problemas.

 

A principal conclusão da PNIPTI sobre as causas desta imensa perda de produtividade do capital de investimento desmascara o problema do duplo salto. O anuncio do ministro das Comunicações de uma perda aproximada de 0,5 bilhão de dólares por ano não foi confirmado nos números levantados pelos analistas da PNIPTI. Segundo eles, a perda anual total está acima de quatro bilhões de Reais quando todas as perdas. O ralo das perdas do duplo salto é gerado na natureza da utilização das redes sociais. Basicamente os servidores que processam a comunicação entre os brasileiros nas redes sociais como o Facebook, Twitter, Linkedin, Tumblr, WhatsApp, Skype e etc. estão localizados nos Estados Unidos. Isto significa que a comunicação de dois moradores da cidade de São Paulo através de uma rede social gera um tráfego internacional com os EUA. O fluxo de dados é duplicado porque a mesma informação que sobe do computador do chamador de São Paulo para um servidor Norte Americano, desce do servidor dos Estados Unidos para o computador do receptor em São Paulo.

 

Um byte de comunicação local gera um tráfego internacional de dois bytes. É fácil perceber que existe um problema de estrangulamento do tráfego em cima da estrada de pedágio mais caro. O problema não para por aí, pois na maioria das cidades brasileiras o acesso internacional exige a utilização da rede nacional interurbana. A comunicação local entre dois moradores de Rio Verde via rede social do Facebook, por exemplo, gera um tráfego duplicado interurbano e internacional. Existem vários problemas econômicos derivados do duplo salto.

 

A solução proposta pelo ministro de criação de um ponto internacional no Brasil resolve apenas uma pequena parte do problema. A perda do duplo salto não é atacada com a alternativa. O ponto vai direcionar, por exemplo, para a Europa o tráfego destinado para ela sem que seja utilizada a rede dos Estados Unidos e assim sucessivamente para a Ásia, América do sul e etc. Alguma economia com melhoria de qualidade será alcançada. No entanto, dentro do contexto da perda bilionária o resultado final será muito pobre. A solução do problema seria trazer para o Brasil os servidores das redes sociais internacionais que gerenciam o trafego nacional. Infelizmente as limitações da qualidade da mão de obra da TIC do Brasil inibem as movimentações neste sentido. Com alguma sorte o Brasil vai conseguir usar os servidores localizados no Chile de uma ou outra rede. O Brasil dormiu no ponto durante o avanço das redes sociais e agora existe uma conta de bilhões de Reais por ano para ser paga. Seria inteligente que o governo pegue parte destes bilhões para incentivar o empreendedorismo nacional e estimular a criação de uma camada brasileira das redes sociais que confine dentro do território nacional as nossas ligações internas. Empregos, tecnologia e impostos são perseverados neste contexto.

4 comentários:

  1. Caro Mansur, na última semana, no RJ, passamos p/ teste de stress das redes de telecom 3G. P/ meu teste, aguentou bem. Oq acha?

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  2. Prezado Gustavo,

    Veja o artigo "Ingresso, transporte e alimentação têm falhas na Copa das Confederações", http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2013/07/1304138-ingresso-transporte-e-alimentacao-tem-falhas-na-copa-das-confederacoes.shtml de 01/07/2013. "Já telefones e internet falharam na maioria das arenas. Houve mais problema com a tecnologia 3G. A Folha testou um aparelho 4G na semifinal e na final. Nos dois jogos, o aparelho 4G foi muito mais eficiente que o 3G."

    Note o problema do baixo tráfego no 4G no artigo "4G correspondeu a 14% do tráfego de dados nos estádios da Copa" (http://olhardigital.uol.com.br/produtos/mobilidade/noticias/14-do-trafego-de-dados-enviados-na-copa-das-confederacoes-usaram-4g). "Os torcedores que assistiram aos jogos da Copa das Confederações nos estádios realizaram 650 mil envios de dados -- 14% via 4G."

    Seria necessário conhecer os parâmetros do seu teste para comentários adicionais.

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  3. Mansur, obrigado! Eu conhecia a resposta mas resolvi fazer a pergunta para criar oportunidade de outros terem o mesmo conhecimento. Meu teste foi o de cidadão comum, não de Turista. O fato é que as colecionarias atiraram no alvo errado, ou as metas da Anatel foram definidas com erro. Minha conexão 3G melhorou muito da copa das confederações para cá, na sua capilaridade, velocidade e estabilidade. O único local que tive problemas foi em copacabana e próximo ao Maracanã (durante a copa)

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  4. Em tempo, parabéns pelo excelente artigo.

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