terça-feira, 3 de agosto de 2021

Promessas, promessas e mais promessas.

Quando foi o proposto o cadastro positivo compulsório a promessa era de que a taxa de juros para o consumidor cairia. Apesar da taxa de juros básica da economia brasileira, Selic, estar negativa (menor que a inflação) a taxa de juros do crédito rotativo do cartão de crédito está acima de 300% ao ano. Cadê a redução de juros prometida?

 

Quando foi proposta a desoneração dos encargos da folha de pagamento foi prometida a geração de empregos. Estamos com a desoneração da folha de pagamento e com desemprego recorde.

 

Quando foi proposta a reforma da previdência social foi prometido um crescimento do PIB de 3%. A reforma foi aprovada e o PIB cresceu bem menos que 3%.

 

Quando foi proposto o marco regulatório do gás foi prometida uma redução de até 40% do preço do gás. O marco regulatório foi aprovado e o preço do gás de cozinha subiu tanto que as pessoas estão usando lenha para cozinhar.

 

Após gastar R$ 48 milhões para abrir a caixa preta do BNDES foi admitido pelo governo que ela não existia.

 

A mais nova promessa é que o voto impresso é mais seguro. Se o voto for impresso pela urna então qual a garantia que o eleitor tem? Basta que um voto impresso desapareça para invalidar a urna eletrônica. O voto pode sumir no transporte e no armazenamento. O impacto de tal medida em uma eleição é astronômico. Não existe maior transparência. É mais uma promessa que não será entregue.

 

No livro “O salto do sapo” os economistas afirmaram que mesmo nos períodos de crescimento robusto do PIB o desenvolvimento do Brasil foi limitado nas últimas décadas. Foram apontadas diversas falhas estruturais que impediram o desenvolvimento do país.

 

Em nenhum momento foi apontada a causa raiz destas falhas. A gigantesca quantidade de promessas não entregues fez com que as pessoas perdessem a confiança nos governos e políticos.

 

É muito difícil citar uma promessa que foi entregue. A falta de confiança inibe os investimentos e gera comportamentos como retirar todo o lucro no menor prazo possível. Se tal estratagema levar o CNPJ para a morte. Paciência.

 

É por isto que damos o salto do sapo ou voo da galinha. Todos querem ganhar imediatamente e com isto a sustentabilidade do negócio é comprometida.

 

Nós vemos este fenômeno nas políticas de segurança digital. Falam em bilhões investidos em segurança e recentemente um banco foi condenado a indenizar seu cliente por causa de saques não autorizados na sua conta.

 

O ele mais fraco da cadeia determina a segurança do sistema. Se os funcionários caem em golpes digitais simplórios da engenharia social então todo o investimento em segurança é perdido. Os casos de senhas das contas anotadas no celular pessoal ou em que um criminoso ligou para o banco e conseguiu resetar a senha do cartão do banco da vítima ilustram bem a falta de capital intelectual existente no sistema.

 

Na área do helpdesk vemos pessoas conclamando os analistas para usar a base de conhecimento na solução dos problemas, mas em momento algum é dito quem vai alimentar a base de conhecimento com informações atualizadas.

 

Alguns usam jogos, prêmios e recompensas para incentivar a alimentação da base de dados. O resultado é uma cópia malfeita e desatualizada das informações disponíveis na internet.

 

Por que um analista que vai ficar um ano na empresa vai dar o seu conhecimento de graça para uma empresa? Muitos já perceberam que serão demitidos após completarem quarenta anos. A falta de confiança dos funcionários na empresa impede a alimentação correta da base de conhecimento. Por isto os analistas não usam.

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