quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Transito - Perdas bilionárias

Poucas vezes na história da humanidade uma cidade foi tão castigada por administrações medíocres como a cidade de São Paulo. Desde o ano de 1989 até o ano de 2016 a cidade vem sendo governada pelas mais tolas promessas proferidas na face terrestre. Exceto pelo curto período entre 2005 e 2006 a cidade foi gerida pelo pior do pior. Em 2016, a prefeitura realizou a proeza de tirar o leite das crianças (Em fim de gestão, Haddad reduz entrega de leite para crianças, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/10/1825957-em-fim-de-gestao-haddad-reduz-entrega-de-leite-para-criancas.shtml, acessado em 03/11/2016). O período de 28 anos compreendido entre 1988 e 2016 foi marcado por uma infinidade de crises econômicas e lamentavelmente nada foi aprendendo com elas.

O período não foi marcado apenas por crises, ele também foi marcado pela destruição do centro histórico da cidade e consequente deslocamento do centro empresarial na direção da zona rica e cara da cidade. Este deslocamento apoiado pelo tolo planejamento da ocupação do solo realizado pela prefeitura da cidade gerou a atual situação onde a cidade faz menos com mais dinheiro. A produtividade da cidade e do pais está sendo profundamente comprometida pela incapacidade da gestão na ocupação do solo. O deslocamento do centro empresarial do centro histórico da cidade para a sua região mais rica e cara vem gerando problemas econômicos e sociais de elevada grandeza. Os problemas estão em amarrados. Um realimenta o outro.

A ocupação empresarial de regiões como Itaim Bibi, Berrini, Chucri Zaidan e etc. exemplifica com clareza os problemas gerados pelo deslocamento do centro empresarial. Por serem regiões ocupados pelos mais ricos estes lugares têm o seu metro quadrado muito caro. Este fator impede a presença do comércio popular nestas regiões. Isto significa que os trabalhadores que recebem salários até 3 salários mínimos não tem recursos para comprar produtos básicos, como alimentos para o seu almoço perto do seu trabalho. Como estes trabalhadores moram longe do local de trabalho eles saem de casa as 4 horas da manhã e retornam após as 20 horas. Eles usam o transporte público cujo trajeto parte do seu bairro, passa pelo centro e vai para o destino através de ônibus e metrô. Em outras palavras, o deslocamento da mão de obra para o trabalho gera gargalos e congestionamentos na região central da cidade. Este é o motivo para o trânsito lento nas principais vias expressas da capital.

Foi afirmado que o tempo médio para chegar no trabalho é o mais alto desde 2009 e subiu dezessete minutos em relação ao ano de 2015.
Fonte: Paulistano passa, em média, 1 mês e meio no trânsito por ano, http://veja.abril.com.br/brasil/paulistano-passa-em-media-1-mes-e-meio-no-transito-por-ano/, acessado em 03/11/2016

Os gargalos gastam inutilmente o tempo da pessoas e empresas e retiram dinheiro da economia paulistana. O tempo do deslocamento vem crescendo anualmente está reduzindo a produtividade da cidade e aumentando os custos, pois de uma forma direta ele é incorporado aos preços praticados. Uma forma fácil de constatar o estrago causado pela baixa produtividade no setor de serviços é o fato do táxi na cidade de são Paulo ser um dos mais caros do mundo (São Paulo tem o táxi mais caro da América Latina, http://guiavilamascote.com.br/sao-paulo-tem-o-taxi-mais-caro-da-america-latina/, acessado em 03/11/2016).

Foi revelado que a região metropolitana da cidade de São Paulo perdeu 7,8% do seu PIB em 2013 devido aos gargalos no transito.
Fonte: O desperdício do trânsito, http://itgovrm.blogspot.com.br/2014/08/o-desperdicio-do-transito.html, acessado em 03/11/2016

Toda a economia paulista e brasileira sofre com os custos extraordinários gerados pelos congestionamentos e desperdícios. O problema social vem gerando vários custos indiretos do deslocamento irracional. O primeiro está relacionado com a saúde pública. Como os trabalhadores de menor renda não tem poder aquisitivo para comer nos restaurantes na região do rico centro empresarial da cidade eles acabam consumindo produtos industrializados baratos como batatas fritas, biscoitos e outros alimentos não saudáveis. A consequência no médio e longo é uma população obesa e sedentária (56,9% dos brasileiros têm excesso de peso, diz pesquisa de saúde do IBGE, http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/08/569-dos-brasileiros-tem-excesso-de-peso-diz-pesquisa-de-saude-do-ibge.html, acessado em 03/11/2016).

As pessoas que saem de casa de madrugada e chegam tarde da noite não tem tempo nem energia para praticar exercícios diariamente. O resultado final deste ciclo é o aumento crescente do custo da saúde e previdência pública por causa de doenças cardiovasculares. Não é surpreendente que o orçamento da saúde e previdência governo federal seja muito elevado e esteja crescendo continuamente (Pesquisa do Ipea analisa gasto tributário em saúde no Brasil, http://www.brasil.gov.br/saude/2016/05/pesquisa-do-ipea-analisa-gasto-tributario-em-saude-no-brasil, acessado em 03/11/2016). A falta dinheiro para a saúde pública no Brasil exige que a solução adotada seja a população mais saudável possível.

Este não é o único problema social de alto custo gerado pelo deslocamento improdutivo. As creches e a educação educacional estão sendo impactados pela tolice realizada na ocupação do solo da cidade (Fila para conseguir vaga em creches em São Paulo tem 150 mil crianças, http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/11/fila-para-conseguir-vaga-em-creches-em-sao-paulo-tem-150-mil-criancas.html / Horário de atendimento nas creches, http://cidadao.reclameaqui.com.br/274589/prefeitura-sao-paulo/horario-de-atendimento-nas-creches, acessado em 03/11/2016). Os pais estão demandando que as creches e escolas abram mais cedo e fechem mais tarde para que eles possam deixar os seus filhos nas escolas.

Para resolver esta necessidade é preciso criar mais turnos nas creches e escolas para que os pais consigam levar e pegar os filhos. O problema é que para muitos as creches e escolas tem que abrir as 04:00 e fechar as 20:00 por causa do tempo de deslocamento para o trabalho e do retorno. O retorno do centro empresarial para o centro da cidade resolve este problema com impacto muito menor nas finanças da cidade. Com o centro empresarial no centro da cidade, a prefeitura pode abrir creches e escolas nas cercanias do centro empresarial. Os pais estarão perto dos seus filhos e poderão acompanhar a evolução deles no horário de almoço. As escolas poderão ficar abertas entre 08:00 e 18:00 mantendo os atuais turnos de funcionários e educadores. Uma vantagem adicional é que os profissionais que trabalham nas escolas terão maiores facilidades para o deslocamento e usarão o transporte público.

O terceiro grave problema social gerado pela ocupação irracional do solo é o custo da segurança pública da cidade de São Paulo (Gastos públicos com segurança chegam a R$ 76 bilhões em 2015, http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/11/gastos-publicos-com-seguranca-chegam-r-76-bilhoes-em-2015.html, acessado em 03/11/2016). Os gastos municipais e estaduais com a segurança pública na cidade de São Paulo estão crescendo ano após ano com resultados pobres. O abandono do centro histórico é um dos grandes vilões. A região foi tomada pela marginalidade que ocupam prédios abandonados e reduzem fortemente a produtividade do trabalho. Muitos evitam passar na região após as 17:00. Várias atividades que poderiam ser realizadas no período da tarde são adiadas para o próximo período da manhã por conta da insegurança.


O abandono exige mais policiais e recursos. São gastos absolutamente improdutivos. A ocupação do centro pelas empresas tem a capacidade de reformular o comércio e as atividades da região e expulsar as ações ilícitas da região. É um jogo em que todos ganham. Em resumo, é preciso que o novo prefeito da cidade, inicie o seu mandato em 2017 corrigindo as tolices feitas pelos seus antecessores.

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