quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Inovação na TI brasileira

Os Chief Information Officer´s (CIOS) brasileiros já revelaram em reuniões, congressos, artigos que estão sendo pressionados para apresentar inovações nas organizações que trabalham. A maioria deles declarou que as restrições orçamentárias são a maior barreira para as inovações. Os CIOS alegam que tem dinheiro apenas para manter os sistemas atuais funcionando. Eu não tenho dúvida alguma que o orçamento de Tecnologia de Informações (TI) é curto. Em 2007 afirmei que isto iria ocorrer caso as práticas equivocadas na gestão da tecnologia continuassem. Infelizmente os livros de governança publicados não foram esclarecedores o suficiente para mudar a postura de fazer o mínimo possível. No entanto, será que os executivos de TI não estão mais uma vez usando a muleta da falta de dinheiro para justificar o fracasso da inovação da TI Nacional?

A regra básica para que os profissionais de TI consigam propor inovações é que eles entendam o negócio da empresa. As inovações não são meras trocas de tecnologia. Em outras palavras, elas não podem ser manifestadas em adoções primárias tecnológicas como por exemplo liberar o uso do iPhone ou trocar o Windows XP por Windows 8. O artigo “Autoatendimento com qualidade e relacionamento próximo do cliente” publicado na revista SupportWorld número 18 exemplifica mais um caso onde o entendimento do negócio inexiste. O texto mostra de forma destacada a seguinte afirmação: "O autosserviço reduz os custos, garante a disponibilidade a qualquer momento e em qualquer localização". Apenas no texto completo é apresentado de forma tímida que o autor está falando em redução significativa do custo com suporte técnico.  O artigo apresentou uma enorme gama de argumentos para justificar a hipótese favorável ao autosserviço. São justificações sem consistência alguma para o negócio. 

O texto abordou apenas a tecnologia pela tecnologia em todo o artigo. Todas as explicações foram baseadas em premissas sem sentido para o negócio. Existiu um claro despreparo empresarial, pois em nenhum momento foi feita a avaliação do custo total do autosserviço. A pergunta corporativa mais importante sobre o assunto (o que é melhor “reduzir o custo do suporte pelo autosserviço e aumentar o custo total do negócio” ou “manter o custo do suporte e reduzir o custo total do negócio”) não foi endereçada.

Em nenhum momento o artigo apresenta uma resposta para o desafio empresarial de reduzir o custo do negócio. A ausência da conta inteira do autosserviço revelou tanto o desconhecimento de importantes variáveis do negócio como a falta de disposição de sair da zona de conforto de tratar a tecnologia apenas pela tecnologia. O fracasso da inovação em um cenário onde o perfil profissional desconhece o negócio é inevitável.  Os CIOS que querem e precisam inovar precisam urgentemente ajustar o perfil profissional da sua equipe pela contratação de profissionais qualificados e experientes.


A formação de uma equipe de TI pela contratação de profissionais qualificados formados nas boas escolas de engenharia tem a vantagem adicional de contar com um time formado por seres humanos com valores éticos e morais elevados.  Pessoas honestas conseguem trabalhar facilmente em regime de colaboração e produzir inovações permanente. Inovar exige a inteligência coletiva multidisciplinar. Pessoas de confiança são capazes de trocar experiências em grupo e criar coisas novas. Não existe neste meio a pratica de furtar ideias. Um dos principais pilares da inovação é a confiança. Os CIOS nacionais que querem entrar no jogo da inovação precisam urgentemente revisitar as suas equipes. O salário pago para profissionais preparados gera elevado retorno em termos de inovações.

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