terça-feira, 12 de agosto de 2014

TI IMPORTA?

O atual momento dos modelos de previsões é de baixa. Os erros recentes nas previsões do último Super Bowl e Copa do Mundo de Futebol de 2014 elevaram o tom dos questionamentos. O aumento do nível de desconfiança é muito saudável, mas não pode ser usado como argumento para desacreditar todas as previsões. Uma das previsões mais famosas para a área de TI foi a do Nicholas Carr publicada no artigo “IT Doesn’t Matter” em Maio de 2003.

Todos os novos artigos e livros do Carr apontaram que o futuro da TI estava na direção da sua transformação para commodity e utility tal qual a energia elétrica ou água. Após apenas uma década as previsões do Carr viraram realidade no formato que eu chamo de Serviço de Valor Agregado de TI. Em 2014 é possível comprar TI como utility ou serviço de valor agregado de TI nas lojas virtuais da Salesforce, Amazon, Google, Apple e etc. A realidade corporativa do que é chamado pelo mercado de Bring Your Own App (BYOA) é a prova material de que os serviços de valor agregado de TI vieram para ficar.

É bastante claro que os usuários estão adquirindo estes serviços conforme as suas necessidades. Eles não precisam entender a infraestrutura e software que suportam os serviços.  Basta conhecer e entender as funcionalidades e facilidades. Este é o motivo pelo qual os usuários não precisam da área técnica de TI para decidir pela compra. A chamada Shadow IT ou TI invisível é a principal consequência deste fenômeno.

É impossível não reconhecer o acerto do Carr em relação à velha e ultrapassada Tecnologia de Informações e Comunicações (TI ou TIC). O mundo como estamos vivendo em 2014 é baseado na nova TI. A Tecnologia de Informações e Comunicações de serviços de valor agregado adiciona conteúdo ao negócio.  É evidente que o perfil profissional do departamento de tecnologia mudou. A nova TIC exige capacitações que explorem os recursos de Tecnologia de Informações e Comunicações para transformar e habilitar negócios.

Os profissionais precisam trabalhar como engenheiros que desenvolvem inovações com base nas peças básicas do lego formado pelos serviços de valor agregado. Um perfil de saber profundo é necessário. É preciso avaliar os custos e benefícios para identificar a opção de mais valia. Em alguns momentos será melhor trabalhar com a elasticidade e custo variando conforme o uso e em outros será melhor escolher um modelo de custo fixo devido ao elevado nível de utilização.  Mais do que fazer meras contas, a engenharia de TIC precisa estabelecer modelos confiáveis para prever a demanda futura.

Quanto melhor for esta inteligência corporativa de TI, maior será a capacidade do negócio de operar no ponto de menor custo e máximo lucro. Os profissionais do Service Desk vão desempenhar neste contexto um papel fundamental na engenharia da nova Tecnologia de Informações e Comunicações. Eles vão capturar as informações deste Big data e estabelecer o contexto adequado. Esta ação é fundamental para o estabelecimento do modelo de previsão do uso de TI e escolha das peças do lego que vão formatar o negócio digital.

É evidente que a central de serviços vai ser formada por profissionais formados em escolas de qualidade com muita experiência de vida. É um perfil muito diferente do que vemos atualização nos Help Desks que insistem em serem chamados erradamente de Service Desks. Na central de serviços da nova TIC, os profissionais vão ser valorizados pela sua capacidade de comunicação, inteligência e experiência.  Eles vão ocupar posições com visão de longo prazo dando fim ao ciclo de contratações de iniciantes formandos em escolas duvidosas com elevada rotatividade. A nova TIC prevista pelo Nicholas Carr chegou em 2014 com os serviços de valor agregado.

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