quinta-feira, 1 de julho de 2021

Programadores

O artigo “Faltam programadores e as softwares-houses apenas rezam” (https://www.4hd.com.br/blog/2021/06/25/faltam-profissionais-de-ti-e-as-softwares-houses-apenas-rezam/, acessado em 01/07/2021) é bastante esclarecedor sobre a miséria no ensino no Brasil.

 

A falta de infraestrutura básica para o ensino não é um problema apenas para os treinamentos gratuitos ou não em linguagens de programação. Ela é um problema para o ensino básico do brasileiro.

 

Enquanto a população brasileira sofre com efeitos negativos da pandemia, o governo dorme em berço esplendido e fica esperando pelo papa para realizar os leilões do 5G. É importante deixar claro que nos locais em que a internet é deficiente a rede sequer é 3G.

 

A maioria dos que atacam as escolas fechadas nunca em momento algum da sua vida defenderam uma supervia de comunicação de internet para os alunos das escolas públicas.

 

São pessoas que praguejam pela via política e são incapazes de realizar uma única sinapse ao longo da sua existência. Por que adoto palavras tão duras na introdução do artigo?

 

A resposta é muito simples. Aprender uma linguagem de programação não torna uma pessoa um programador. Para ser um programador é preciso ter os conhecimentos do ensino básico.

 

É preciso conhecer na sua plenitude a língua falada pelos interlocutores.  Esta necessidade ocorre, porque as necessidades e funcionalidades do software que será desenvolvido estão na cabeça dos usuários.

 

É preciso criar um canal de comunicação funcional para extrair o que deve ser feito no desenvolvimento do software. Também é preciso o entendimento da matemática, para formular construções lógicas coerentes dentro do aplicativo.

 

A lógica é importante, mas não é condição necessária e suficiente. Com o desenvolvimento ágil é preciso criar um produto mínimo viável que permita a sua evolução ao longo do tempo.

 

Isto significa que é preciso trabalhar com um orçamento faseado em que as etapas posteriores têm elevado grau de imprevisibilidade. Como o volume de recursos não é infinito é preciso constantemente avaliar a relação entre o custo e benefício de cada uma das atualizações. Como o programador é o responsável pelo custo, ele precisa ter sólidos conceitos matemáticos.

 

O desafio não acaba aí. É preciso conhecer história e a cultura para desenvolver um software em que o usuário consiga usar de forma intuitiva. É mais um conhecimento do ensino médio.

 

Os que desejam bons programadores e que nada fazem para pressionar o governo na direção da melhoria do ensino básico estão perdendo a corrida para os indianos e chineses e vão continuar com as perdas nas próximas décadas. Se é que os CNPJs vão sobreviver por mais alguns anos.

 

Já passou da hora da sociedade brasileira parar com as brigas inúteis e passar a exigir coisas que realmente importam. O ensino transformou os tigres asiáticos, a Coréia, a China, o Japão, o Chile etc.

 

Nada indica que o Brasil é diferente. Não é apenas uma questão de infraestrutura (computador, internet etc.). É uma questão de qualidade do ensino.

 

É um absurdo que um estado do sul maravilha não seja capaz de oferecer algo tão simples como uma boa infraestrutura para os seus jovens estudarem durante a pandemia do novo corona vírus.

 

Bilhões de reais são perdidos em recursos não utilizados pelos governos. Basta canalizar os esforços para enxergar as soluções mais obvias. Ah!!! Não consegue ver o óbvio? Então chame quem consegue ver.

 

 


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