A indústria dos golpes digitais no Brasil tem crescido significativamente. Em 2024, os estelionatos bateram um novo recorde, com 2,16 milhões de casos registrados, o que equivale a 247 golpes por hora. Em 2018, ocorreram 430 mil casos de estelionato.
A pesquisa
Datafolha (Brasil tem 2,2 milhões de golpes e bate recorde, mesmo com queda de
roubos de celular, https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/07/brasil-tem-21-milhoes-de-golpes-e-bate-recorde-mesmo-com-queda-de-roubos-de-celular.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo,
acessado em 13/08/2025), revelou prejuízo para brasileiros de até 186 bilhões de
reais entre julho de 2023 e junho de 2024 (lucro dos fraudadores e gastos das vítimas
com os golpes digitais).
De acordo
com a pesquisa DataSenado (Golpes virtuais aumentam e não fazem distinção de
idade, https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2025/04/golpes-virtuais-aumentam-e-nao-fazem-distincao-de-idade),
27% das vítimas têm entre 16 e 29 anos, 23% entre 30 e 39 anos, 20% entre 40 e
49 anos, 14% entre 50 e 59 anos e 16% acima de 60 anos.
A
assimetria das informações ocorre quando uma das partes possui melhores informações do
que a outra e ela é explorada pelos golpistas para enganar suas vítimas.
A
assimetria das informações facilita o “trabalho” dos malfeitores através da falta
de conhecimento, do uso de informações pessoais (os painéis da darkweb vendem números
de CPF, endereços, dados bancários etc.), da urgência e pressão (criação de senso
de urgência, para tomar decisões rápidas sem verificar a veracidade das
informações), da falsificação de identidade (golpistas fingem ser autoridades, funcionários
de bancos ou empresas conhecidas etc. para ganhar a confiança das vítimas), da desinformação
(vítimas acreditam no impossível como investimento com retorno extraordinário ou
prêmios inexistentes),
Na era
dos golpes digitais é essencial que as pessoas e sociedade estejam bem-informadas
e tenham enorme cuidado com as solicitações de informações pessoais ou
financeiras.
Para
reduzir a assimetria das informações e a viabilidade dos golpes digitais é
preciso: (i) promover campanhas educativas para informar o público sobre os
diferentes tipos de golpes e como identificá-los (adoção das boas práticas de
segurança digital pelos governos, empresas e pessoas), (ii) utilizar
tecnologias avançadas de segurança como autenticação de dois fatores,
criptografia, sistemas inteligentes de detecção de fraudes etc., (iii) aumentar
enormemente o nível de transparência das empresas sobre a coleta, armazenamento
e utilização dos dados dos clientes, (iv) implementar leis e regulamentações
que protejam os consumidores contra fraudes digitais (penalidades severas para
os golpistas e vazamentos de dados e introdução de mecanismos de compensação dos
prejuízos das vítimas), (v) incentivar a colaboração entre empresas, governos, organizações
e pessoas para desenvolver estratégias de combate aos golpes digitais e (vi) estabelecimento
de sistemas de monitoramento contínuo para detectar atividades suspeitas e introdução
de mecanismo inteligente de resposta rápida as ameaças.
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