quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Frameworks de TIC morreram?

O artigo “It was never about ITIL” (https://www.cio.com/article/228010/it-was-never-about-itil.html, acessado em 27/08/2025) é ao mesmo tempo antigo (2017) e atual e revelador (2025).

 

Nos últimos anos (principalmente no pós pandemia) as empresas estão enfrentando uma reinvenção silenciosa da sua infraestrutura operacional que gerou uma profunda mudança no ambiente de negócio e na organização de Tecnologia de Informações e Comunicações (TIC).

 

Tanto o modelo “as a service” (“como um serviço”), quanto a introdução de plataformas de comercio eletrônico passaram a fazer parte do dia a dia das operações e como consequência mudaram profundamente o papel desempenhado pela organização de tecnologia.

 

No começo do século XXI, as organizações de TIC do mundo inteiro adotaram frameworks para organizar os processos, para atuar de forma integrada com as áreas de negócio e para garantir a qualidade, controle, transparência, previsibilidade e eficiência operacional.

 

Conceitos como catálogo de serviços, gestão de incidentes, problemas, mudanças e níveis de serviço passaram a fazer parte do dia a dia da organização de tecnologia.

 

Quando as empresas passaram a trabalhar no modelo “como um serviço” e com as plataformas de comercio eletrônico, a organização de TIC que até então suportava o negócio, passou a fazer parte do negócio.

 

Em outras palavras, a TIC perdeu a sua característica de previsibilidade de longo prazo e herdou a característica de imprevisibilidade que é típica do ambiente de negócios.

 

As barreiras que existiam nos mercados e impediam a entrada de concorrentes, foram derrubadas com a transformação digital e com isto o ambiente de negócios local ganhou concorrentes de todas as partes do globo terrestre.

 

Com o fim da previsibilidade de longo prazo, passou a existir no mercado de TIC a percepção de que os frameworks com recomendações detalhadas e processos rígidos não conseguem alcançar a velocidade necessária para produzir as inovações exigidas pela transformação digital e elevado nível de concorrência.

 

As metodologias ágeis, o avanço do cloud computing, o desenvolvimento iterativo e incremental, o desenvolvimento em componentes e a necessidade de entregar experiências centradas nos clientes remodelaram a forma como os serviços de valor agregado de TIC devem ser entregues e geridos.

 

Apesar de alguns frameworks conseguirem dialogar com o ecossistema ágil, práticas emergentes e adaptação em vez de imposição de regras, eles ainda são modelos engessados em algumas competências como o gerenciamento de mudanças.

 

É evidente que os frameworks são relevantes onde existe a necessidade de controle, transparência, previsibilidade, rastreabilidade e conformidade, mas estamos falando de um espaço que está sendo reduzido ano após ano.

 

A transformação digital, trouxe à tona uma realidade para a organização de tecnologia muito mais complexa do que existia anteriormente, pois não é possível adotar um conjunto rígido de normas para criar um modelo de gestão adaptativo.

 

O novo foco da TIC é integração, colaboração e orientação ao resultado financeiro, ou seja, os frameworks de processos rígidos de gestão estão claramente morrendo, no entanto, eles podem renascer de forma mais aberta, flexível e alinhada com a gestão de serviços de valor agregado de TIC que faz parte do negócio.

 

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