quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Confiança

Os golpes digitais estão pouco a pouco minando a confiança que existe entre os brasileiros. Uma grande parte da população que caiu em um golpe digital não confia nas mensagens recebidas de diversas fontes.

 

Já existem casos de comunicações oficiais de entidades públicas serem ignoradas pelos destinatários, pois eles acharam que era golpe.

 

Foi revelado o novo golpe de enviar pelo correio cobrança de infração para os motoristas que realmente estavam no local da multa falsa (Golpe da multa falsa: como bandidos cobram por infração não cometida, https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2024/02/13/golpe-da-multa-falsa-como-bandidos-cobram-por-infracao-nao-cometida.htm, acessado em 05/11/2024).

 

O gigantesco volume de tentativas de golpes digitais está levando o já combalido sistema de confiança nacional para o colapso.

 

No passado os pais contavam para os filhos a fabula do Pedro e o lobo em que Pedro gerou tantos alertas falsos sobre a presença do lobo que quando foi verdade ninguém apareceu para ajudar.

 

A medíocre efetivamente do combate aos golpes digitais das entidades públicas brasileiras está levando para a situação em que as pessoas acreditam que as comunicações legítimas são falsas.

 

O problema de longo prazo do descaso é a falta de confiança em comunicações das corporações, governos, entidades públicas e privadas.

 

Em pouco tempo teremos a necessidade de validadores confiáveis para as comunicações aumentando assim os custos operacionais das empresas e gerando falhas e atrasos.

 

Já passou da hora do governo assumir as rédeas do combate aos golpes digitais e extirpar dos sistemas de comunicação os golpistas.

 

As perdas com golpes já ultrapassaram a casa de 150 bilhões de reais. Quanto mais ricos os golpistas forem, mais sofisticados serão os ataques e maiores danos ocorrerão ao sistema de confiança nacional.

 

É um roteiro extremamente perigoso porque a falta de confiança gera aumento dos custos e da burocracia.

 

Empresas transacionais de diversos países do setor do varejo estão vindo para o Brasil e conquistando grande espaço no mercado porque elas têm um sistema de confiança elevado.

 

Estas empresas usuárias intensas de tecnologia estão vindo com a mentalidade da matriz de automação e baixa geração de empregos.

 

A renda média dos brasileiros que já é baixa corre o risco de diminuir ainda mais por excesso de oferta por causa da eliminação de empregos pela automação.

 

O mercado de TI perderá, pois, as soluções da matriz chegarão ao Brasil como pacotes prontos.

 

Os diversos vazamentos de dados pessoais dos brasileiros permitiram o uso de pretextos falsos personalizados nos ataques digitais contra a população nacional.

 

Uma atividade simples como trocar cartões de visita em um evento profissional, pode virar uma ação perigosa se um malfeitor estiver infiltrado no evento.

 

A perda de confiança é tão grande no Brasil que a quantidade de lojas nos shopping centers que não aceitam pix por razões de segurança está crescendo exponencialmente.

 

Hoje não aceitam pix, amanhã será cartão de crédito e do banco e no futuro a moeda soberana digital nacional.

 

É preciso romper o ciclo de insegurança urgentemente.

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