O artigo “É a produtividade, estúpido!” (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/12/e-a-produtividade-estupido.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo, acessado em 10/12/2024) revelou que o trabalhador americano gasta 1 hora para executar uma determinada tarefa e o trabalhador brasileiro gasta 4 horas para realizar a mesma tarefa.
O autor
do artigo explicou que nos Estados Unidos o operário trabalha com equipamentos
e tecnologias modernas e o brasileiro trabalha com equipamentos e tecnologias mais
antigas.
Ele também
atribuiu a baixa produtividade nacional com o nível de qualificação dos trabalhadores,
com o custo da energia elétrica, com as falhas frequentes na rede elétrica e
com a elevada carga tributária no Brasil.
Todos os
aspectos apontados são validos, no entanto, eles são capazes de explicar a
diferença de quatro vezes em favor dos americanos?
É fácil perceber
que o nível de capacitação do americano é maior que o brasileiro, mas
claramente não é quatro vezes maior. O raciocínio vale também para a energia elétrica
e carga tributária.
O artigo “Brasil
liderou produtividade agropecuária mundial entre 187 países de 2000 a 2019,
segundo levantamento” (https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/brasil-liderou-produtividade-agropecuaria-mundial-entre-187-paises-de-2000-a-2019-segundo-levantamento/)
revelou que entre 2000 a 2019, a produtividade da agropecuária brasileira aumentou
3,1% ao ano e a produtividade da agropecuária americana aumentou 0,2% ao ano.
Que disparate
é este?
O setor da
agropecuária brasileira está submetido as mesmas restrições dos outros setores
da economia nacional em relação ao nível de capacitação dos trabalhadores, ao
custo da energia elétrica, as falhas da rede de elétrica e a carga tributária e
mesmo assim a sua produtividade cresceu entre 2000 e 2019 a uma taxa anual mais
de quinze vezes maior que o setor da agropecuária dos Estados Unidos.
Não é difícil
perceber que as explicações dadas para a baixa produtividade do trabalhador
brasileiro estão descoladas da realidade dos fatos, pois se um setor da
economia consegue resultado expressivo então todos os setores podem conseguir um
resultado semelhante.
A postagem
“Não, não, não! A tecnologia não é um novo messias, CEO!!!” (https://www.4hd.com.br/blog/2024/12/04/nao-nao-nao-a-tecnologia-nao-e-um-novo-messias-ceo/)
ilustra com propriedade o que eu entendo ser o real motivo da produtividade
baixa do brasileiro.
Muitos
acreditam que apenas a troca de tecnologia é o suficiente para evoluir a
produtividade do empreendimento, ou seja, não enxergam que é preciso revisitar ao
mesmo tempo os processos e práticas empresariais e o nível de capacitação dos
trabalhadores para melhorar a produtividade.
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