terça-feira, 16 de agosto de 2016

Zona azul Município de São Paulo

Recentemente a prefeitura do município de São Paulo resolveu oferecer o cartão zona azul digital. Foi sem dúvida alguma uma iniciativa louvável. No entanto, a sua implantação foi bastante danosa aos interesses do município. Ao escolher o modelo de negócio onde as empresas Sertell, Estapar e Digipareque que desenvolveram e operam as plataformas recebem 10% do valor arrecadado, a prefeitura escolheu um modelo que onera demais o município (Zona Azul por aplicativo começa a valer nesta segunda em São Paulo, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/07/1790407-zona-azul-por-aplicativo-comeca-a-valer-nesta-segunda-em-sao-paulo.shtml, acessado em 16/08/2016). Não é difícil perceber que existem plataformas semelhantes disponíveis nas lojas virtuais da Google, Apple e Amazon.

Com um investimento muito pequeno (menos de cem mil reais), a prefeitura conseguiria desenvolver e operar uma plataforma para a zona azul digital. Trabalhando com as nuvens disponíveis no mercado seria possível começar com uma equipe bem pequena operando o empreendimento. As experiências do YouTube, Instagram e etc. de estabelecer operação inicial com grupos pequenos de colaboradores mostram que é fácil e simples operar a zona azul digital com menos de dez funcionários.

Inexistem motivos, portanto para entregar para a iniciativa privada esta operação. Mais ainda, a prefeitura de São Paulo poderia usar os recursos da computação em nuvem elástica para oferecer a sua plataforma de zona azul digital para os outros municípios. Seria uma fonte extra de recursos. É preciso mudar com urgência os paradigmas que estão presentes na administração pública para que ela consiga conquistar novas fontes de receitas em um momento em que o estado brasileiro atravessa tantas dificuldades.


O modelo de negócio adotado pela prefeitura de São Paulo para a zona azul impediu o crescimento da arrecadação do município. Enquanto muitos (ou todos) candidatos ao cargo de prefeito falam na campanha eleitoral de 2016 em aumentar impostos para resolver os problemas sociais da cidade, nenhum deles fala em rever as estratégias do município para aumentar arrecadação sem aumentar os impostos. É possível arrecadar mais, gerar empregos e resolver os problemas sociais olhando apenas as oportunidades geradas pela transformação digital. É lastimável perceber que nenhum candidato levantou esta bandeira. Infelizmente é a política do atraso.

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