terça-feira, 7 de novembro de 2023

Lógica precária

No artigo “Medicamentos sem receita devem ser vendidos em supermercados? NÃO” (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/11/medicamentos-sem-receita-devem-ser-vendidos-em-supermercados-nao.shtml, acessado em 07/11/2023) as autoras (as duas tem doutorado) afirmam uma parte da população brasileira pode não entender a bula de remédios que são comprados sem receita médica (antigripais, analgésicos, antitérmicos etc.) e que é preciso a orientação de um farmacêutico para esta parte da população.

 

O motivo acima explicitado justifica para as autoras a não permissão de venda dos remédios sem receita médica nos supermercados e outros estabelecimentos comerciais.

 

À primeira vista, parece que algo com foco específico, mas não é, pois na visão das autoras toda a sociedade deve “pagar a conta” das dificuldades de interpretação de texto de uma parte da população.

 

E mais, as principais redes de farmácias no Brasil vendem através do comércio eletrônico que é um canal em que não existe orientação de um farmacêutico.

 

Em outras palavras, a justificativa dada perde o sentido na realidade dos fatos do mercado brasileiro. Infelizmente não é possível questionar as autoras sobre a questão do comércio eletrônico das redes farmacêuticas.

 

Eu acredito que elas justificariam tal fato dizendo que quem acessa via comercio eletrônico é capaz de interpretar as bulas sem a orientação de um farmacêutico.

 

Será que tal suposição é verdadeira? Será que é preciso ter o estado tutelando as pessoas?

 

Não tenho tais respostas, mas entendo que deveria ter sido abordado no artigo a situação da atuação do farmacêutico no comércio eletrônico das redes de farmácias brasileiras.

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