segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Incertezas para 2020




Brasil

O Comitê de Política Monetária reduziu a taxa Selic para 4,5% ao ano. O Banco Central não se comprometeu com novos cortes na taxa Selic. Os membros avaliaram que o processo de recuperação da economia ganhou tração e que esse seguirá em ritmo gradual (eufemismo para lento).

A inflação e respectivos núcleos estão em níveis confortáveis e as expectativas e dissonâncias cognitivas estão bem gerenciadas. Os dados mais recentes do nível de atividade da economia em conjunto com o forte ganho de efetividade do mercado de crédito e capitais podem reduzir o nível de ociosidade da indústria de forma mais rápido que o esperado. É possível que exista em 2020 algum tipo de pressão inflacionária.

Por conta deste ambiente de negócios, o cenário brasileiro mais provável é uma recuperação da atividade econômica em um patamar mais consistente do que ocorreu em 2019. O Copom provavelmente manterá a taxa Selic em 4,5% durante o ano de 2020.

A aceleração do IPCA-15 em dezembro de 2019 ocorreu por conta da alta dos preços de alimentação e administrados. A projeção para o IPCA em 2020 é de alta em relação à 2019. É muito provável que o IPCA fique entre 4,0 e 4,4%.

O cenário de recuperação do emprego formal deverá continuar em 2020. Os
dados mostram que a retomada da atividade será gradual (eufemismo para lenta). A projeção para o crescimento do PIB de 2010 é entre 2 e 2,4%. O dólar deve ficar entre R$ 4,20 e R$ 4,15 na média anual.

China

Os principais dados da atividade econômica estão superando as expectativas. Em novembro, indústria cresceu 6,2 % mostrando aceleração ao crescimento de outubro que foi de 4,7%. As vendas no varejo superam a expectativa de crescimento de 7,6% (8%). Os investimentos em ativos fixos continuam elevados em patamar estável (5,2%). O crescimento do PIB continua em patamar elevado (aproximadamente 6%). A China continuará adotando medidas bem direcionadas para estimular o crescimento. Existe algum nível de pressão nos preços, por isto a inflação deverá ser monitorada bem de perto.

Estados Unidos

A fase 1 do acordo com a China reduziu o nível de incerteza. Em 2020, a China comprará 50 bilhões de dólares em alimentos e os Estados Unidos suspenderam as tarifas de importação programadas para vigorar a partir de 15 de dezembro de 2019 (15% sobre US 160 bilhões). 120 bilhões com redução de 15 para 7,5% da alíquota de importação. O risco de uma desaceleração mundial forte caiu consideravelmente.  Os indicadores de confiança subiram.  O Fed manteve a taxa de juros e sinalizou a sua estabilidade (em
dezembro, a taxa de juros permaneceu no intervalo entre 1,50 e 1,75% ao ano). Os últimos dados revelam tanto a robusteza do mercado de trabalho, como o nível adequado do crescimento da atividade econômica. A inflação segue sem pressões. É muito provável que o Fed deverá mantenha sem alterações o nível da taxa de juros em 2020.

União Europeia

O Banco Central Europeu não promoveu nenhuma alteração na sua política monetária. Continua valendo o estímulo ao crescimento. O BCE declarou que pretende manter as taxas depósito e empréstimos nos níveis atuais. O programa de recompra de títulos continua igual. O cenário de incerteza global mantém as atuais preocupações do BCE com a desaceleração das atividades econômicas na região, por isto se ocorrerem mudanças elas serão pontuais e graduais.


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