terça-feira, 18 de dezembro de 2018

A república dos mercadores de tolices e o poço da burrice eterna


Infelizmente a cultura do atraso tornou o Brasil no país do desperdício. Ao mesmo tempo em que milhões de brasileiros passam fome (No Brasil, 2,5% da população está em grave situação alimentar, https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/09/11/no-brasil-fome-se-estabiliza-e-22-da-populacao-e-obesa-segundo-fao.ghtml) os supermercados jogam no lixo bilhões de reais em alimentos (Supermercados desperdiçam R$ 3,9 bi em alimentos por ano, diz Abras, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/supermercados-desperdicam-r-39-bi-em-alimentos-por-ano-diz-abras.shtml, acessado em 24/09/2018).

Basta uma rápida visita aos supermercados para perceber porque bilhões de reais vão para o lixo todos os anos. Existe uma completa falta de controle do estoque em relação ao prazo de vencimento dos alimentos. É vergonhoso para qualquer gestor capacitado que os maiores supermercados do país sejam incapazes de ofertar os alimentos conforme a sua data de validade. Qualquer sistema mequetrefe de inteligência artificial é capaz de fazer isto e eliminar o desperdício de alimentos.

A cultura do atraso não é privilégio de um único setor da economia nacional. O sábio médico Claudio Lottenberg que é presidente do conselho deliberativo do Hospital Israelita Albert Einstein afirmou que a digitalização do sistema de saúde pública e a telemedicina podem reduzir 33% dos gastos do sistema pela eliminação dos desperdícios causados por práticas obsoletas, retrabalhos, redundâncias, burocracia desnecessária e fraudes. (Atraso crônico, https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/04/claudio-lottenberg-atraso-cronico.shtml).

Como o orçamento da saúde é de cerca de R$ 120 bilhões é fácil perceber que um pequeno investimento em tecnologias como internet das coisas e inteligência artificial pode eliminar dezenas de bilhões de reais de desperdícios do sistema de saúde.

A cultura do atraso está largamente difundida no Brasil. A causa raiz da incessante busca pelo pior possível é a qualificação da gestão. O grupo Abril foi fundado em 1950. Em 2018, o grupo entrou em recuperação judicial com dívidas de R$ 1,6 bilhões. A empresa entrou em dificuldades após a criação da TVA e o abandono da sua promissora plataforma de internet (abandonou parceria com UOL).

Os gestores do grupo fazem parte do seleto grupo de administradores que não acreditaram no potencial da internet e da transformação digital. A empresa ficou confinada ao passado e perdeu lucratividade e faturamento. Apesar de todos os defeitos na gestão da TVA, o grupo abril conseguiu vender com lucro a empresa. Como dinheiro na mão é vendaval, em pouco tempo o dinheiro ganho com a venda da TVA foi embora e o prejuízo entrou em cena.

O grupo Abril não foi o único que escolheu contratar com base no atraso. Recentemente a Fundação Procon-SP multou diversas grandes empresas por prática ilegal nas iniciativas de telemarketing (Essas 20 empresas foram multadas por ligar mesmo você não querendo, https://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/03/essas-20-empresas-foram-multadas-por-te-ligar-mesmo-voce-nao-querendo.htm). Infelizmente o capital intelectual restrito impede que os maiores bancos brasileiros percebam que estre tipo de ação de telemarketing é inútil. A capacitação interna e externa destas empresas é tão baixa que elas preferem atuar em desacordo com a lei, porque está é a única solução que os seus gênios conseguem encontrar para as baixas vendas.

As operadoras de telefonia desempenham um capítulo à parte no circo de horrores dos mercadores de tolices. As empresas Oi, Claro e Vivo foram multadas pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor por cobrar por serviços não solicitados pelos consumidores (Oi, Claro e Vivo são multadas em R$ 9,3 mi por irregularidade em venda de serviço, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/oi-claro-e-vivo-sao-multadas-em-r-93-mi-por-irregularidade-em-venda-de-servico.shtml). A alegação da defesa é infantil. Informaram que terceiros são os responsáveis pelos serviços cobrados indevidamente. Porque elas estabeleceram parcerias com estes terceiros? As reclamações dos consumidores são bem antigas.

As pessoas que trabalham neste perfil empresarial devem ter autoestima muita baixa. Pessoas mediamente qualificadas aceitam trabalhar apenas em empresas honestas e sérias.

Uma das coisas interessantes dos que semeiam a cultura do atraso é o elevado nível de soberba e arrogância. No passado, eu debati sobre qualificação da mão de obra com o CEO de uma empresa de consultoria de pequeno porte. Depois que afirmei que a política de contratações definida por ele iria levar o negócio para derrocada, ele afirmou que estava operando com elevada lucratividade. Alguns dias depois a empresa fechou as portas.

É muito comum encontrar este perfil profissional vivendo em um universo alternativo. As dificuldades que os profissionais desqualificados têm com a matemática básica são impressionantes. Eles não são capazes de somar e subtrair. Dentro do universo dos mercadores de tolices eles tentam vender a imagem de excepcionais gestores e resultados expressivos. Quando o caixa da empresa foi avaliado ficou claro que a empresa dava prejuízo operacional.

No artigo Aritmética para iniciantes (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/alexandreschwartsman/2018/09/aritmetica-para-iniciantes.shtml) o Alexandre revelou que existe enorme dificuldade na realização de operações aritméticas básicas aqui no Brasil. Por causa disto, existe a criação de universos alternativos onde a soma de um mais um resulta em um milhão. Nestes universos as empresas não quebram e quando os clientes compram produtos e serviços da China eles apenas não sabem comprar.

No universo real dos fatos, a capacitação tem enorme valor nas corporações. Muita gente associa a juventude e o abandono dos estudos com o sucesso das empresas fundadas pelo Steve Jobs, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Sergey Brin, Larry Page e Jeff Bezos (Tempo é aliado dos empreendedores mais velhos, https://www1.folha.uol.com.br/tec/2018/09/tempo-e-aliado-dos-empreendedores-mais-velhos.shtml).

O estudo "Idade e Empreendedorismo de Alto Crescimento", dos economistas Pierre Azoulay, Benjamin Jones, J. Daniel Kim e Javier Miranda, revelou que foram criadas aproximadamente 3 milhões de empresas nos Estados Unidos entre 2007 e 2014. A idade mediana dos fundadores é de 41,9 anos, ou seja, várias startups que receberam investimentos de capital tinham fundadores com idade acima de 40 anos.

Não é difícil perceber a influência da capacitação no sucesso profissional e na inovação. O produto iPhone foi criado pelo Steve Jobs de cabelo branco. A Amazon virou potência mundial de comércio eletrônico nas mãos do Jeff Bezos de cabelos brancos. As empresas Google e Microsoft alcançaram seus postos mais elevados nas mãos dos seus fundadores na versão cabelo branco.

É evidente que capacitação não é consequência direta dos cabelos brancos como alguns simplistas insistem em afirmar. Capacitação é consequência de aprendizado. Isto significa que pessoas com cabelos brancos tiveram mais oportunidades que os jovens imberbes. Os que aproveitaram as oportunidades tiveram como resultado capacitação superior.

A capacitação superior leva para as organizações para o território das inovações promissoras e sucesso. Infelizmente a cultura do atraso nacional despreza a capacitação e acha que juventude é fator necessário e suficiente para inovar.

A cultura do atraso levou o Brasil na direção de incontáveis fracassos. A fábrica da Ceitec S.A foi inaugurada em 2010 para produzir chips (Estatal do chip de R$ 500 mi está parada, https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0909201004.htm). Em 2018 é retumbante o fracasso da empresa. Os gestores de tecnologia qualificados foram ignorados na política de contratações. O resultado foi prejuízo em cima de prejuízo. Passados 8 anos qual é a relevância da Ceitec no mercado mundial de chips?

Os artigos “Ainda precisa pastar muito” (https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Dilemas/noticia/2012/11/ainda-precisa-pastar-muito.html), "O Brasil sonhou em fazer chips. Mas por enquanto conheceu só suas dificuldades" (https://www.gazetadopovo.com.br/economia/o-brasil-sonhou-em-fazer-chips-mas-por-enquanto-conheceu-so-suas-dificuldades-1jcx54p1qhp10gktgon8zcluv/) e “Governo decide contratar consultoria britânica para definir rumos do Ceitec” (https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2013/08/governo-decide-contratar-consultoria-britanica-para-definir-rumos-do-ceitec-4220772.html) revelaram que a fábrica da Ceitec S.A é irrelevante no cenário nacional.

No mundo, o mercado de chips é de cerca de US$ 0,5 trilhão. O mercado brasileiro é de cerca de US$ 10 bilhões. As vendas de empresas brasileiras representam menos de 10% (Com prejuízo de R$ 42,6 milhões, Ceitec foca no setor privado para se sustentar, https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2018/06/com-prejuizo-de-r-426-milhoes-ceitec-foca-no-setor-privado-para-se-sustentar-cjj0m1unr0hrf01pab7dxgek0.html).

A cultura do atraso brasileiro é tão grande que a Ceitec que recebeu investimentos do governo de mais de um bilhão de reais e tem prejuízo acumulado da sua inauguração até hoje de mais de 40 milhões de reais produz chips de 600 nanômetros que são caros e suscetíveis a erros. O capital intelectual superior faz chips com menos de 50 nanômetros.

A escolha nacional pelo atraso inibiu a formação de mão de obra qualificada capaz de projetar chips. Vale lembrar neste ponto, que a nossa cultura do atraso é tão grande que os acordos comerciais contratuais são esquecidos. No processo de seleção do padrão da TV digital, foi condicionada à contrapartida de construir uma fábrica de semicondutores no Brasil. Aparentemente os mercadores de tolices esqueceram desta cláusula do contrato (TV digital: Toshiba abandona projeto de semicondutor no Brasil, http://www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?p=20635).

Como os mercadores de tolices não são capazes de aprender com os erros cometidos no passado, eles os repetem com exaustão. Mais um bilhão de reais foi para o lixo em outra fábrica de chips (Após receber quase R$ 1 bi, fábrica de chips criada por Eike ainda opera parcialmente, https://www.brasil247.com/pt/247/economia/324893/Após-receber-quase-R$-1-bi-fábrica-de-chips-criada-por-Eike-ainda-opera-parcialmente.htm).

Foi afirmando em setembro de 2010 que o Veículo Lançador de Satélites será realidade em 2015 (Foguete nacional só deve decolar em 2015,  https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0909201001.htm). A cultura do atraso não tem limites na sua capacidade de jogar dinheiro no lixo. O Centro de Lançamento de Alcântara foi inaugurado em 1983 e até 2018 lançou 475 foguetes. Ou em outras palavras 475 lançamentos em 15 anos, média de 32 por ano. Números irrisórios. É claro que os mercadores não iriam parar no primeiro fracasso.

Em 2003, o governo do PT criou a Alcântara Cyclone Space. O Brasil jogou no lixo quase 500 milhões de reais sem lançar um único foguete. Como o poço da burrice eterna não pode jogar no lixo apenas meio bilhão de reais, existe a multa por rescisão do contrato à favor da Ucrânia de 2 bilhões de reais (Brasil tenta há 2 anos encerrar parceria com Ucrânia que custou R$ 483 mi e não lançou foguete, https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/02/15/tcu-critica-projeto-brasileiro-que-custou-r-483-mi-e-nao-lancou-foguete-fragil-e-otimista.htm). O Tribunal de Contas da União avaliou que a Alcântara Cyclone Space como um projeto "frágil e otimista". Palavras gentis para o trabalho dos geniais gênios brasileiros.

Dando continuidade ao ciclo de genialidades, existe a pretensão de criar mais uma estatal para alugar o Centro de Lançamento de Alcântara (FAB quer arrecadar R$ 140 milhões ao ano com 'aluguel' da base de Alcântara, https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/09/fab-quer-arrecadar-r-140-milhoes-ao-ano-com-aluguel-da-base-de-alcantara.shtml). É genialidade atrás de genialidade.

A cultura do atraso nacional está presente em todos os lugares. Em recente conversa com o filho do proprietário de uma famosa empresa de recursos humanos, ele disse que o fechamento das lojas da Fnac era um indicador que sinalizava a derrocada da estratégia das pessoas avaliarem os produtos nas lojas físicas e comprarem pela internet. (Fnac fecha as portas na Avenida Paulista; só resta uma loja no Brasil, https://exame.abril.com.br/negocios/fnac-fecha-as-portas-na-avenida-paulista-so-resta-uma-loja-no-brasil/amp/).

As dificuldades intelectuais estão inviabilizando atividades básicas como a interpretação de texto. No artigo acima foi afirmado que a livraria cultura recebeu dinheiro da Fnac para renegociar os passivos e encerrar a presença da empresa no Brasil. Basta observar os fatos para perceber a realidade. O profissional não percebeu que o fechamento das lojas é consequência da recessão.

Alguns dias depois foi publicado o artigo “Comércio virtual será principal canal de vendas, diz Cultura após fechamento de unidades da Fnac” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/comercio-virtual-sera-principal-canal-de-vendas-diz-cultura-apos-fechamento-de-unidades-da-fnac.shtml0. A livraria Cultura afirmou que as lojas físicas têm como objetivo estratégico o fortalecimento da marca através de ações de marketing, de políticas de engajamento com consumidor e de relacionamento, ou seja, é o local onde o consumidor irá conhecer e a avaliar os produtos. O portal de comércio eletrônico será o principal canal de venda dos produtos.

Basta ver o que a China está fazendo para ver para onde o progresso está caminhando. Foi afirmado que a internet das coisas permitiu o aparecimento de lojas físicas meramente demonstrativas. As lojas não têm estoque e não vendem nada. São na realidade lojas mostruários onde o consumidor experimenta as ofertas como roupas e etc. O cliente pode escanear o código do produto com o celular e pagar digitalmente. O produto é entregue no local desejado no mesmo dia (China dá baile em internet das coisas, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2018/04/china-da-baile-em-internet-das-coisas.shtml).

No campo das criptomoedas, o Brasil mostra o gigantismo do seu atraso. Enquanto países como a China e Índia avançam na digitalização do dinheiro e colhem os benefícios do menor custo de produção, operação e de segurança, o Brasil está estagnado no quesito governo digital.

O absolutismo dos detentores das chaves do poço da burrice eterna é de largo espectro. Enquanto os países com perfil sociocultural similar ao Brasil estão avançando velozmente na direção do dinheiro digital, o Brasil vive nas limitações intelectuais dos mercadores de tolices que tem tanta soberba que acham que podem extrapolar as suas limitações para toda a população brasileira. A Índia retirou de circulação todas as cédulas de rupias indianas acima da nossa paridade cambial de R$ 20 (Governos são plataformas tecnológicas, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2018/06/governos-sao-plataformas-tecnologicas.shtml).

O país reduziu os seus gastos e avançou na competitividade. A China movimenta o equivalente ao PIB brasileiro em pagamentos móveis. O país está acabando com os desperdícios das filas para pagamentos ao mesmo tempo em que bancariza a sua população rural com investimento baixo. O custo marginal de uma transação digital está caindo dramaticamente. A população rural tem agora acesso ao sistema de crédito e compras online (https://copyfromchina.blogosfera.uol.com.br/2018/05/02/a-china-esta-pronta-para-dizer-tchau-para-dinheiro-e-cartoes-de-credito/).

Enquanto os nossos mercadores de tolices arrumam dificuldades, os indianos, uruguaios, chineses e etc. arrumam facilidades (Governos usam tecnologia e identidade digital para diminuir burocracia, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/governos-usam-tecnologia-e-identidade-digital-para-diminuir-burocracia.shtml). O Ilves afirmou que a digitalização gerou uma economia de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Estônia.

O trabalho dos mercadores de tolices está presente até mesmo no conservador setor bancário. Depois de muito tempo, o BNDES reconheceu que deu dinheiro dos brasileiros para Cuba e Venezuela (foi afirmado pelo BNDES que Cuba e Venezuela não tinham condições de honrar os empréstimos concedidos pelo Banco, https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2018/09/18/presidente-bndes-diz-que-emprestimos-para-cuba-e-venezuela-foram-um-erro-discute-divida.htm).

A genialidade brasileira de emprestar dinheiro para os projetos sem retorno de países sem capacidade de pagamento fará com que as pessoas físicas gastem entre 2017 a 2022 R$ 1,04 trilhão (aproximadamente 1/7 do PIB de 2017) para pagar os empréstimos realizados em 2017 (ANÁLISE DOS JUROS E DO SPREAD BANCÁRIO, http://apps.fiesp.net/fiesp/newsletter/2018/decomtec/spread-brasileiro-26-04-18/Analise-Juros.pdf). A lógica dos bancos é socializar os prejuízos dos empréstimos.

É impressionante como é grande a lista de perdas nacionais por causa da falta de capacitação.  A empresa Facebook ficou com a maior parte dos R$ 17 milhões gastos pelos candidatos para impulsionar conteúdo nas redes. Como em momento algum o Brasil investiu no desenvolvimento de redes sociais, o país está gastando o dinheiro dos impostos dos brasileiros para gerar empregos para os Estados Unidos (Candidatos destinam 1,6% dos gastos da eleição de 2018 para anúncio online, aponta balanço parcial., https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/09/18/candidatos-destinam-16-dos-gastos-da-eleicao-de-2018-para-anuncio-online-aponta-balanco-parcial.ghtml).

É mais uma solução genial do país onde falta trabalho para quase 30 milhões de pessoas (Falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros, aponta IBGE, https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/16/falta-trabalho-para-276-milhoes-de-brasileiros-aponta-ibge.ghtml).

O país que fez a copa de 2014 e as olimpíadas de 2016 com mais de R$ 90 bilhões (O preço da Copa e das Olimpíadas. OAB protesta, https://blogdojuca.uol.com.br/2011/06/21570/) não foi capaz de investir 0,01% deste total no lucrativo negócio de rede social.

No setor industrial, o Brasil também em regime de derrocada. A automação industrial melhora a produção, aumenta a qualidade e reduz o desperdício. Em outras palavras competir contra a automação é uma luta inglória. O resultado é falência. A indústria brasileira ocupa um dos últimos lugares em termos de automação e qualificação por causa de erros na estratégia corporativa. As dificuldades do capital intelectual fatalmente levarão a indústria brasileira para a bancarrota. Por décadas a indústria escolheu demitir profissionais qualificados experientes e contratar jovens.

O Brasil precisa urgentemente aumentar a sua eficiência e eficácia industrial. Existe um sério risco de o país perder todo o seu parque industrial por causa do baixo nível de automação (Brasil fica entre os últimos lugares em ranking de automação de empresas, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/brasil-fica-entre-os-ultimos-lugares-em-ranking-de-automacao-de-empresas.shtml).

É evidente que a automação vai eliminar milhões de postos de trabalho no mundo (Era dos robôs está chegando e vai eliminar milhões de empregos, https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/07/era-dos-robos-esta-chegando-e-vai-eliminar-milhoes-de-empregos.shtml). No entanto, o ser humano continuará ocupando posição de extrema relevância nas organizações. Isto significa que é preciso qualificar as pessoas em novas habilidades.

A capacitação de programação precisa fazer parte do dia a dia dos profissionais. É preciso começar este aprendizado desde cedo. Atividades lúdicas são capazes de ensinar as crianças a programar. Não é algo tão diferente do que o brinquedo lego foi para ensinar criatividade para as crianças.

Iniciativas como o kit de programação Harry Potter da Kano (https://tecnologia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/08/08/kit-do-harry-potter-ensinara-criancas-a-programar-usando-varinha-magica.htm) são muito importantes para remodelar o ensino e capacitar as novas gerações com habilidades de lógica e interpretação de texto.

O resultado prático do trabalho dos mercadores de tolices é perda de riqueza. Um bom exemplo deste tipo de atuação é o caso Adidas versus WTorre. A Adidas lançou em 2015 uma linha de camisetas com a imagem do Allianz Parque sem autorização da WTorre. Toda a produção foi perdida, pois teve que ser retirada das lojas. A Adidas além da perda da produção e logística das camisas também perdeu uma parte do lucro das poucas camisas vendidas. O resultado do trabalho não foi genial? (Adidas terá de indenizar WTorre por camisa com imagem de Allianz Parque, https://esporte.uol.com.br/futebol/de-primeira/2018/09/20/adidas-tera-que-indenizar-wtorre-por-camisa-com-imagem-de-allianz-parque.htm).

A diferença gerada pelo capital intelectual é gigantesca. O músico MC Fioti pertence ao seleto clube de 1 bilhão de visualizações no Youtube com a música “Bum Bum Tam Tam” (O funk de um bilhão de views, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2018/09/o-funk-de-um-bilhao-de-views.shtml).

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