O artigo “Ela teve rosto 'roubado' em falsa entrevista e virou vítima de golpe” (https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/10/14/golpe-biometria-facial.htm, acessado em 14/10/2025) revelou de forma clara e transparente um dos efeitos negativos do uso da inteligência artificial na microeconomia.
O uso das
tecnologias de reconhecimento facial para a liberação de financiamentos,
empréstimos etc. está criando um ambiente de negócios altamente contestável e
extremamente favorável aos malfeitores.
A
declaração da Francielli Kretchmer no artigo “Ela teve rosto 'roubado' em falsa
entrevista e virou vítima de golpe” revelou que em uma entrevista de emprego fotos
e documentos foram capturados e foram usados para aprovar um financiamento de
um carro de R$ 180 mil e que ela não foi a única vítima deste golpe.
Ou seja,
uso extremamente pobre das tecnologias de reconhecimento facial da inteligência
artificial pelos agentes econômicos.
Se tal
situação for sistematizada pelos golpistas, em breve o nível de credibilidade
do sistema financeiro nacional cairá por terra e teremos problemas sistêmicos
de contestações.
Não é um
caso isolado. O problema da indústria de bebidas alcoólicas em relação à
adulteração do produto está jogando por terra a credibilidade do segmento
econômico e poderá levar para uma onda de quebradeiras de bares, restaurantes, supermercados
de pequeno e médio porte, distribuidores, importadores e fabricantes.
Foi
revelado prejuízo na venda de bebidas (vodca, uísque, cachaça e gin) de até 50%
(Crise do metanol derruba entre 30% e 50% do faturamento de bares, https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/crise-do-metanol-derruba-faturamento-bares-bebidas-alcoolicas/).
As
soluções de Blockchain e inteligência artificial poderiam estar sendo
utilizadas pelo ecossistema produtivo para retirar do mercado as bebidas
adulteradas e resgatar a credibilidade da rastreabilidade do segmento
econômico.
Foi
revelado que as vendas de gin, vodca e uísque caíram 34% em supermercados e
atacarejos da região metropolitana de São Paulo. Fonte: Intoxicação por metanol
derruba em 29% venda de destilados em supermercados, https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/intoxicacao-por-metanol-derruba-em-29-venda-de-destilados-em-supermercados/.
O artigo
“IA: forte disrupção do trabalho, pequeno incremento macroeconômico” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/10/ia-forte-disrupcao-do-trabalho-pequeno-incremento-macroeconomico.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo) revela o efeito da
inteligência artificial na macroeconomia brasileira.
O autor Álvaro
Machado Dias, apresenta no texto diversos gráficos, projeções e equações sobre
o impacto da IA no crescimento do PIB. O blog concorda com algumas premissas
apontadas, mas não com todas, e em particular uma delas muda radicalmente os
números.
O Dias,
afirmou que setores como o financeiro que tem infraestrutura moderna, capital
humano qualificado e margens elevadas farão uma passagem mais suave do que
setores que não tem estes atributos.
Aparentemente
não é claro para todos que melhores perguntas obterão melhores respostas da
inteligência artificial. O capital intelectual qualificado citado não
necessariamente gera melhores perguntas. Existem casos que foram geradas piores
perguntas.
No artigo
“Médicos vs. ChatGPT O que importa é saber usar a experiência” (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/suzanaherculanohouzel/2024/11/medicos-vs-chatgpt.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo) a Suzana
Herculano-Houzel afirmou que “Se o ChatGPT na mão dos autores dá conta do
recado, mas na mão dos médicos não faz diferença, é porque os médicos que
fizeram o teste não sabem usar a ferramenta à sua disposição”, ou em outras
palavras não é regra geral dizer que capital intelectual qualificado gera
melhores perguntas.
Recentemente
eu presenciei uma situação em que a escolha de atuação dos profissionais foi a
pior possível. Em uma respeitável e famosa loja de doces e café a conexão dos
caixas com a internet parou de funcionar.
O
profissional responsável pelo caixa (era muito bem qualificado para a função)
resolveu ficar apertando uns botões no tablet para resolver o problema e deixar
os clientes esperando em uma fila que só crescia.
Após
algum tempo (afinal tempo é dinheiro), os clientes desistiam das compras e
foram embora. Como era loja de shopping, muitos fizeram as suas compras em
lojas da concorrência.
Eu já vi este
filme em lojas que faliram ou em outras lojas de café que perderam sua
freguesia.
É um caso
típico de profissional que faz a pergunta errada. Na mente dele, a pergunta era
atender as pessoas usando pagamento manual ou deixar as pessoas esperando
enquanto ele apertava botões. Ele escolheu apertar botões.
Claramente
estamos falando de perguntas erradas para a inteligência artificial que geram
efeito cascata na economia e que inibem a geração de valor agregado para o PIB.
É muito
importante destacar neste momento que a resposta da inteligência artificial nem
sempre é verdadeira. Foi revelado que a IA afirmou que sou autor das biografias
de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Cavaquinho e fui biógrafo de Nelson
Rodrigues, não Cavaquinho. (Besteiróis da IA, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2025/10/besteirois-da-ia.shtml).
Em outras
palavras, o usuário precisa conhecer o assunto em pauta com a inteligência
artificial bem o suficiente para reconhecer os erros e inconsistências das respostas.
Infelizmente,
o processo de treinamento da inteligência artificial não é divulgado com a
devida transparência e por isto o usuário não sabe se ela foi treinada com
informações erradas ou falsas.
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