quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Inteligência no Brasil

O que os artigos “Em IA, Brasil pensa pequeno, e a Índia sonha gigante” (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2024/12/em-ia-brasil-pensa-pequeno-e-a-india-sonha-gigante.shtml, acessado em 16/12/2024), “'Meu coração dava uns trancos, e um aparelho com IA ajudou a diagnosticar” (https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/12/15/meu-coracao-chegava-a-220-batimentos-e-fui-salva-por-aplicativo-com-ia.htm), “Brasil 2 x 0 Big Tech: os sete dias de derrotas de Google, Meta e companhia” (https://www.uol.com.br/tilt/colunas/helton-simoes-gomes/2024/12/13/brasil-2-x-0-big-tech-a-semana-de-derrotas-de-google-meta-e-companhia.htm) tem em comum?

 

Todos eles detalham questões importantes sobre a inteligência artificial no Brasil e sobre a sua estratégia de governança.

 

No primeiro artigo, o autor revelou como o PIB da Índia cresceu em relação ao Brasil e mostrou que a estratégia usada pela Índia para alcançar resultados tão significativos em pouco tempo foi a criação de uma excelente engenharia de desenvolvimento.

 

O segundo artigo revelou que apesar do nível de excelência da medicina cardíaca brasileira, foi preciso buscar uma tecnologia no exterior para criar um sistema inteligente de monitoração cardíaca.

 

O terceiro artigo revelou como o Brasil gosta de enxergar vitórias onde existiram derrotas.

 

O país precisa urgentemente deixar de lado a cultura do atraso e investir no desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial que gerem empregos e riquezas.

 

As empresas americanas seguirão as leis americanas e assim sucessivamente, ou seja, o Brasil apenas criará situações de conflito quando ele resolver legislar contra as leis do país sede das Big Techs.

 

A sociedade e os políticos deveriam concentrar os seus esforços na criação de uma real engenharia de desenvolvimento que seja capaz de entregar ao mercado consumidor produtos e serviços inteligentes.

 

As falhas operacionais são gritantes em todo o território nacional e elas são gigantescas oportunidades de melhoria com o uso de sistemas inteligentes.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Produtividade (mais uma vez)

O artigo “É a produtividade, estúpido!” (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/12/e-a-produtividade-estupido.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo, acessado em 10/12/2024) revelou que o trabalhador americano gasta 1 hora para executar uma determinada tarefa e o trabalhador brasileiro gasta 4 horas para realizar a mesma tarefa.

 

O autor do artigo explicou que nos Estados Unidos o operário trabalha com equipamentos e tecnologias modernas e o brasileiro trabalha com equipamentos e tecnologias mais antigas.

 

Ele também atribuiu a baixa produtividade nacional com o nível de qualificação dos trabalhadores, com o custo da energia elétrica, com as falhas frequentes na rede elétrica e com a elevada carga tributária no Brasil.

 

Todos os aspectos apontados são validos, no entanto, eles são capazes de explicar a diferença de quatro vezes em favor dos americanos?

 

É fácil perceber que o nível de capacitação do americano é maior que o brasileiro, mas claramente não é quatro vezes maior. O raciocínio vale também para a energia elétrica e carga tributária.

 

O artigo “Brasil liderou produtividade agropecuária mundial entre 187 países de 2000 a 2019, segundo levantamento” (https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/brasil-liderou-produtividade-agropecuaria-mundial-entre-187-paises-de-2000-a-2019-segundo-levantamento/) revelou que entre 2000 a 2019, a produtividade da agropecuária brasileira aumentou 3,1% ao ano e a produtividade da agropecuária americana aumentou 0,2% ao ano.

 

Que disparate é este?

 

O setor da agropecuária brasileira está submetido as mesmas restrições dos outros setores da economia nacional em relação ao nível de capacitação dos trabalhadores, ao custo da energia elétrica, as falhas da rede de elétrica e a carga tributária e mesmo assim a sua produtividade cresceu entre 2000 e 2019 a uma taxa anual mais de quinze vezes maior que o setor da agropecuária dos Estados Unidos.

 

Não é difícil perceber que as explicações dadas para a baixa produtividade do trabalhador brasileiro estão descoladas da realidade dos fatos, pois se um setor da economia consegue resultado expressivo então todos os setores podem conseguir um resultado semelhante.

 

A postagem “Não, não, não! A tecnologia não é um novo messias, CEO!!!” (https://www.4hd.com.br/blog/2024/12/04/nao-nao-nao-a-tecnologia-nao-e-um-novo-messias-ceo/) ilustra com propriedade o que eu entendo ser o real motivo da produtividade baixa do brasileiro.

 

Muitos acreditam que apenas a troca de tecnologia é o suficiente para evoluir a produtividade do empreendimento, ou seja, não enxergam que é preciso revisitar ao mesmo tempo os processos e práticas empresariais e o nível de capacitação dos trabalhadores para melhorar a produtividade.