terça-feira, 28 de julho de 2015

2015: O ano da queda dos ícones

Foi muito triste presenciar em 2015 a queda do ícone da democracia. Poucos dias após o plebiscito grego que rejeitou o pacote de austeridade proposto pelos seus credores, o parlamento da Grécia aprovou uma nova versão do pacote mais austera e rígida. No pacote de privatização aprovado, o parlamento aceitou perder a sua autonomia e independência na gestão do fundo de privatização. O artigo “Grécia tem ilhas à venda a partir de R$ 7,5 milhões; conheça algumas opções” (http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/23/grecia-tem-ilhas-a-venda-a-partir-de-r-75-milhoes-conheca-algumas-opcoes.htm, acessado em 23/07/2015) afirmou que o país pensa vender as suas ilhas e ruínas.

O que era para ser uma festa da democracia virou um festival de muitas bravatas e bazófias. Se era para aprovar os termos da zona do euro com justificativa de que era o único caminho possível, então para que promover tanto sacrifício ao povo pelo fechamento dos bancos e gastar tanto dinheiro e esperança com o plebiscito? A Grécia terra da democracia perdeu credibilidade e charme com as bravatas dos seus dirigentes. Era melhor assumir desde o começo a realidade possível e causar menos desconforto para os aposentados e cidadãos.

Na área de TI outros ícones estão caindo por conta de bravatas e bazófias. Muitos falsos profetas prometem mundos e fundos com Knowledge-Centered Support (KCS), autosserviço e automações. Na realidade prática estas promessas nunca foram entregues e os ícones de credibilidade e capacitação da organização de Tecnologia de Informações e Comunicação (TIC) estão ruindo. O crescimento exponencial da TIC invisível é a prova viva de que cada vez mais usuários estão contratando soluções de tecnologia sem informar ou consultar a organização de tecnologia da sua empresa.

Algumas das fundações tradicionais de TIC estão ruindo com estas novas práticas. O gerenciamento da capacidade dos recursos de TIC está enfrentando o dinamismo da nuvem elástica. Se é possível aumentar ou reduzir os recursos de TIC conforme a demanda então porque é preciso gerenciar a capacidade? Muitas destas perguntas como estão sendo respondidas pela nova TIC. Ícones de gestão como o IT Infrastructure Library (ITIL®) e o Control Objectives for Information and Related Technology (COBIT®) estão caindo em desuso por causo do intenso dinamismo dos processos da transformação digital.

O autosserviço está gerando perdas enormes para a central de serviços. São raros os profissionais de TIC que conseguem justificar objetivamente a presença do Service Desk nas redes sociais. Infelizmente, os congressos especializados que deveriam trazer à tona os temas mais modernos estão cada vez mais presos as redundâncias do passado. O congresso HDI de 2015 parecia um seminário sobre KCS. A maioria das apresentações era sobre o tema. O assunto já foi mais do que debatido pelo mercado. Com tantos desafios novos para a organização de tecnologia, o KCS é uma redundância completa. Uma das palestras era um estudo de caso Mega Sistemas apresentada pelo Giuliano Machado. A postagem “HDI 2015 – Como foi o maior congresso de suporte técnico do Brasil – parte 2” (http://www.4hd.com.br/blog/2015/07/08/hdi-2015-como-foi-o-maior-congresso-de-suporte-tecnico-do-brasil-parte-2/, acessado em 22/07/2015) revelou a afirmação do Machado que afirmou que 60 a 85% dos itens de conhecimento não são utilizados.


Qual a vantagem de pagar caro para assistir a que foi considerada a melhor palestra do congresso pelo Roberto Cohen e receber um conteúdo que revelou que apenas 15% dos itens de conhecimento foram utilizados? Qual investidor ou empresário vai querer investir em uma empresa de tecnologia nacional que joga fora 85% do projeto realizado. Qual diretória vai comprar treinamento para a sua equipe em um evento onde o que foi considerado como melhor foi um estudo de caso com aproveitamento de apenas 15% do investimento do projeto? O que as pessoas aprendem em eventos assim? Não é muito melhor contratar os congressos da HDI dos Estados Unidos e colocar a sua equipe em contato com conteúdo do ano de 2015 e com casos de sucesso? As empresas querem copiar os exemplos que alcançaram mais de 80% de sucesso não 15%.

2 comentários:

  1. Qual o seu ponto de vista Mansur em relação ao uso de frameworks e normas ISO para fazer o alinhamento e integração com as necessidades atuais do negócio, diante de tanto avanço tecnológico diário.
    Qual a nova gestão ou governança de TIC se ela ainda existe?

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  2. O mundo empresarial mudou muito nos últimos anos e vem mudando com velocidade impressionante. A governança da nova TIC precisa olhar ao mesmo tempo para o lado tradicional dos seus legados que obedecem regras antigas ao mesmo tempo em que olha para o SMAC (Social, Mobile, Analytics and Cloud Computing) que não obedecem as regras antigas. O desafio é criar um novo conjunto de regras que enderece as necessidades do que vem sendo chamado de ti modal. Não existem respostas prontas neste momento. Cada um vai ter que criar a sua solução

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