No blog existem diversas postagens sobre o custo da falta de capital intelectual no Brasil. Apesar dos avisos os erros vêm sendo cometidos recorrentemente em prazos cada vez menores.
Os
apagões prolongados de energia elétrica vêm ocorrendo de forma cada vez mais
frequente e a sociedade vem experimentando prejuízos bilionários pela falta
prolongada de energia elétrica (Apagão já gerou mais de R$ 1,6 bilhão de
prejuízos em SP, diz Fecomércio, https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/10/15/apagao-gerou-mais-de-r-16-bilhao-de-prejuizos-em-sp-diz-fecomercio.htm,
acessado em 15/10/2024).
A agência
reguladora que foi criada para assegurar a manutenção da relação custo em
relação ao benefício do serviço entregue (o papel correto dela é criar ciclo
contínuo de melhoria das entregas) até o momento não foi capaz de estabelecer
um plano de contingência para os eventos climáticos extremos em São Paulo.
A agência
deveria ter capital intelectual para avaliar a consistência técnica do plano de
contingência das operadoras de energia e analisar se o volume de recursos é
suficiente para que o plano seja de execução factível.
Enel
contrata 11% dos 1.200 funcionários próprios prometidos após apagão de 2023, https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/10/enel-contrata-11-dos-1200-funcionarios-proprios-prometidos-apos-apagao-de-2023.shtml
Os
relatos dos fatos ocorridos revelam que se o plano de contingência existe, ele
não é de execução factível. Um caso chamou a atenção do blog.
Em uma
situação de reparo, os funcionários estavam tentando acionar um equipamento com
uma vara, mas não conseguiam porque não estavam enxergando por falta de
iluminação.
Os
funcionários pediram ajuda da população para conseguir uma lanterna. Como era
preciso uma lanterna muito potente, ninguém tinha.
É mais do
que evidente que a equipe de suporte dos funcionários de rua tem que entregar
um kit com todas as ferramentas necessárias para a manutenção. Assim o reparo é
o mais rápido possível e existe elevada produtividade.
A falta
de preparo e planejamento é tão evidente que muitos estão culpando a
terceirização da mão de obra pela demora da recuperação da energia.
Existem
evidentes problemas com a terceirização da mão de obra, mas ela não é
responsável pelo plano de contingência ineficaz e por estratégia de contrato
ineficiente.
Enel
deixou de investir R$ 602 milhões previstos para SP, aponta Promotoria, https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/10/enel-deixou-de-investir-r-602-milhoes-previstos-para-sp-aponta-promotoria.shtml.
Em um
contrato de 30 anos os investimentos em melhorias do sistema estão concentrados
nos anos iniciais para que exista retorno de investimento positivo.
A partir
da segunda metade do contrato os investimentos são concentrados apenas na
manutenção (ou lenta deterioração) da qualidade das entregas.
Em outras
palavras, a agência reguladora deve fazer a licitação para a concessão por
volta do ano 15 do contrato atual de 30 anos para que os investimentos em
melhorias sejam realizados pela empresa que irá assumir o serviço no futuro e a
atual prestadora fique focada apenas na manutenção da qualidade das entregas.
Muitos
vem apontando o encerramento do cabeamento como solução para os apagões gerados
pelos fenômenos climáticos extremos.
Estas pessoas
ignoram o fato de que o apagão nas regiões de Higienópolis, Santa Cecília e da
Rua 25 de Março ocorreu por falhas nos equipamentos subterrâneos, que o custo
para soterrar toda a fiação elétrica em São Paulo ultrapassa a casa de R$ 80
bilhões, que a tarifa iria aumentar quase seis vezes e que o prazo seria muito
longo por causa das interdições no trânsito.
Muito mais
inteligente e barato é a criação de pequenas fazendas de energia solar com
baterias que assumiria a entrega de energia elétrica quando a fonte principal
falhar e incentivar casas e edifícios para criar a sua própria ilha de energia
solar com baterias para alimentar os circuitos quando a fonte principal falhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário